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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Tema da 10ª Bienal da UNE é desafio ao movimento social e cultural do Brasil

Por Artênius Daniel.
O tema desta edição, ”Feira da Reinvenção”, é inspirado no potencial criativo do povo brasileiro e a possibilidade de reinvenção de linguagens, estéticas, formas de luta e de arte a partir da imagem das feiras populares
O maior festival estudantil da América Latina, a Bienal da UNE, chega a sua 10ª edição no próximo mês de janeiro, em Fortaleza (CE), em meio a um dos momentos mais graves da história democrática brasileira, após o golpe parlamentar de 2016 e a resistência popular à retirada de direitos promovida pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Nesse contexto, a UNE, maior organização de juventude do país, leva para o evento o tema “Feira da Reinvenção”, evocando o potencial criativo do povo brasileiro frente às adversidades e a imagem e o conceito da feira livre na cultura nacional.
Para a diretora de Cultura da UNE, Mel Gomes, o tema da Bienal mostra que é preciso repensar as formas de organização nesse período da vida do país, a partir da cultura: “Ainda existe uma distância entre o movimento cultural e político e essa feira da Bienal será um grande ato de convergência, não apenas para denunciar o golpe, mas para pensar ações e estratégias”, explica.
Segundo ela, o festival é, portanto, uma espécie de desafio criativo para o movimento social e cultural do país, permitindo um espaço de exposição e trocas baseado na reinvenção. “Em todas as passeatas e atos recentes da luta política no Brasil tivemos grande participação cultural, seja no funk, no maracatu, em outros ritmos. A Bienal é uma celebração disso e um exercício de criar a unidade da política por meio da cultura”, completa.

De acordo com a coordenadora do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE), Patrícia de Matos, a busca pelo tema da Bienal envolveu a necessidade de pensar a formação do Brasil no passado, mas também contemplar a perspectiva de recriação do seu futuro, a partir da resistência na atual conjuntura.
“ É inegável o papel que o movimento cultural cumpriu na luta contra o golpe e cabe à União Nacional dos Estudantes- UNE realizar um grande chamado ao conjunto dos movimentos estéticos, culturais e sociais para a construção de uma Bienal em formato de feira-livre de troca, reflexão e reorganização”, afirma.


A Bienal é, portanto, uma espécie de desafio criativo para o movimento social e cultural do país, permitindo um espaço de exposição e trocas baseado na reinvenção. Algumas das referências do tema são o conceito de Brasil Nova Roma, do sociólogo Darcy Ribeiro, a relação das feiras com a cultura nacional, como na música de Clara Nunes, Luiz Gonzaga e outros artistas, além do movimento cearense da Massafeira, que reuniu nomes como Belchior, Ednardo e Fagner durante o período da ditadura militar brasileira.
O manifesto do evento também cita diversos momentos e movimentos de reinvenção na cultura nacional como a Tropicália de Caetano e Gil, a criação da guitarra baiana de Dodô e Osmar e o mangue-beat de Chico Science e Nação Zumbi. O texto aponta que esse é um “quebra cabeça virtuoso a ser montado, geração após geração, em uma vastidão de combinações incrivelmente possíveis.”

BIENAIS JÁ INVESTIGARAM DNA DO BRASIL

A Bienal da UNE, surgida em 1999, tem como norte a investigação e celebração dos elementos mais intrínsecos da brasilidade, algo como o DNA do Brasil. A última edição, em 2015, trouxe o tema “Vozes do Brasil”, destacando as diferentes formas de linguagem no país. Já em 2013, o tema foi  “A Volta da Asa Branca”, um olhar para a cultura nordestina e as contribuições da arte do nordeste na formação nacional.

Em 2011 o tema foi o samba com o mote “Brasil no Estandarte: O samba é meu combate”. Já em 2007, a Bienal teve o tema “Brasil-África: Um rio chamado Atlântico”, em homenagem à cultura negra e suas influências no país.
Fonte: UNE