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sábado, 15 de maio de 2021

Esmeralda no Sertão Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Imagens Portal da UFRN - Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Uma pesquisa realizada dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) resultou no desenvolvimento de uma tecnologia que consegue, a partir de um resíduo da produção do sisal, obter a formulação de sabonete em pó, produtos de limpeza para o cabelo, pele facial e corporal, além da alternativa de aplicação em animais.

Essa invenção tem importância singular quando pensada para o contexto da região nordestina, pois no Brasil o cultivo dessa planta ocupa uma extensa área de solos na região semiárida dos estados da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, em locais com escassa ou nenhuma alternativa para exploração de outras culturas. Juntos, esses estados têm uma população de aproximadamente 800 mil pessoas que vivem, direta ou indiretamente, em estreita relação com essa fibrosa. E não por acaso.

A introdução do sisal no Brasil data de 1903, no estado da Bahia. As primeiras mudas foram provavelmente trazidas do México – Fotos: Pimentel et al (2006)/ Pereira, A. V (2016)

Resistente à aridez e ao sol intenso do sertão nordestino, com haste longa e suculenta, da Agave sisalana sai uma fibra resistente e dela se faz muita coisa. Cordas e artesanatos são exemplos. Contudo, o setor produtivo, usualmente, só compra a fibra, que representa 5% da planta. A polpa, que é a maior parte, termina indo para o lixo. E é aqui que o resultado da pesquisa da UFRN mostra sua relevância.

“O uso desse resíduo como matéria-prima para as indústrias cosmética e farmacêutica pode contribuir para o desenvolvimento econômico da região, em especial a agricultura familiar, bem como, ao recolhermos o resíduo dos locais de onde é realizada a retirada da fibra da Agave, mitigar o impacto ambiental. O resíduo das folhas da Agave sisalana será retirado do meio ambiente e será tratado de forma sustentável e ‘verde’ para transformá-lo em uma matéria-prima de valor comercial”, nos conta o cientista Márcio Ferrari.

Em vídeo, cientistas explicam aspectos adicionais da nova tecnologia

Para a obtenção da fração de saponinas do resíduo, o professor do Departamento de Farmácia acrescenta que o processo utiliza a água como solvente, em substituição aos solventes orgânicos, característica que torna o insumo não poluente ao meio ambiente. A fração desenvolvida é considerada um produto eco-friendly, não poluente, portanto, ao meio ambiente. O uso da água também representa maior facilidade e economia de processo, agilizando o tempo e reduzindo as etapas para preparo da fração e redução da geração de resíduos orgânicos.

A pesquisa teve análises realizadas no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Cosméticos da UFRN, coordenado pelo professor Márcio Ferrari – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

O nome saponina é derivado da palavra latina sabão, devido à sua propriedade surfactante, que forma espuma estável e se parece com sabões quando em agitação em uma solução aquosa. “É o maior e o mais diversificado grupo de produtos naturais bioativos, encontrados primariamente em plantas”, realça Elissa Arantes Ostrosky. Junto com Márcio, Flávia Scigliano Dabbur e Jean Antônio Aderaldo da Silva Filho, Elissa compõe o grupo de inventores responsável pela descoberta científica, cujo depósito de patente ocorreu no mês passado sob a denominação Processo de extração e obtenção de uma fração de saponinas a partir do resíduo das folhas de Agave sisalana, uso da referida fração em composições e produtos cosméticos.

Em fase de construção de um protótipo, a tecnologia já está à disposição para os futuros parceiros, seja por transferência tecnológica ou licenciamento. “A formulação em forma de pó é uma tendência de mercado por não ter água na sua formulação, apresentando maior estabilidade e facilidade no transporte do produto, que pode ser comercializado como dose unitária ou não”, afirma Ferrari.

Márcio Ferrari é um dos pesquisadores do estudo – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

O que é um pedido de patente?

Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores, autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Assim, o depósito de pedido de patente é o primeiro passo para garantir direitos de comercialização exclusivos, por um determinado período, de uma nova invenção com aplicação industrial. Na UFRN, as notificações de invenção são feitas mediante o Sigaa, por meio da aba Pesquisa. Em seguida, a equipe da AGIR entra em contato com o inventor para dar prosseguimento aos trâmites.

O ato de patentear significa, portanto, conferir à Universidade e ao pesquisador a justa precedência sobre o que foi desenvolvido, com a possibilidade de captação de recursos, via royalties. Contudo, para além do retorno financeiro, há o retorno do reconhecimento intelectual. É o que pontua a docente Elissa Ostrosky, para quem o processo de patenteamento é relevante por envolver a formação de recursos humanos, desde alunos de iniciação científica até doutorado, além de ser fruto de um projeto de pesquisa com aplicabilidade. “No caso desse novo invento, temos a geração de um protótipo obtido por tecnologia limpa, com redução de resíduos orgânicos, insumos naturais e sustentáveis, além de contribuir para o desenvolvimento econômico da região”, elencou a cientista.

Nesse primeiro momento do depósito, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) “guarda” o documento por 18 meses em sigilo. Em seguida, o estudo é publicado e fica aberto a contestações durante o mesmo período. Após os três anos, o Instituto parte para a análise em si e, se não encontrar nada parecido, faz a concessão. Por causa disso, o processo de expedição da carta patente acontece costumeiramente após cinco anos do depósito. Para Jean Filho, estudante de graduação, ter a oportunidade de acompanhar todo o desenvolvimento da patente foi enriquecedor. “Participar do processo, desde a obtenção da matéria-prima até a escrita, somou, de forma singular, à minha formação acadêmica e amadurecimento científico, situação responsável também por abrir portas para outras oportunidades dentro e fora do meio acadêmico”.

Essa proteção das tecnologias desenvolvidas por inventores da UFRN tem como objetivo não somente resguardar os direitos patrimoniais da instituição frente aos investimentos intelectuais e financeiros despendidos durante o seu desenvolvimento, mas também permitir que esses novos produtos e processos sejam licenciados por empresas que possam explorá-los comercialmente, gerando recursos para a instituição na forma de royalties, os quais, novamente, serão investidos em inovação. Doutoranda na UFRN, Flávia Scigliano Dabbur frisou que o Programa de Pós-Graduação ao qual ela está vinculada, de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos (DITM), tem a característica de incentivar os alunos a desenvolver produtos e depositar patentes. “Esse estímulo aproxima a academia da realidade e do público, pois pesquisamos para obtenção de algo útil, que seja tendência e com aplicabilidade. É excelente para a Universidade, para os pesquisadores e para a população, de uma forma geral, que pode se beneficiar”, lista. O DTIM é uma iniciativa resultante da associação da UFRN com a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Portal da UFRN

Estudante do Campus de Assú toma posse como coordenadora geral do DCE

 

“Se a UERN não se chamasse UERN, ela deveria ter o nome Resistência!”. A frase marcante foi proferida pela coordenadora geral do Diretório Central das e dos Estudantes Anatália de Melo Alves (DCE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Yamara Santos, em seu discurso de posse, nesta quinta-feira (14), durante cerimônia híbrida realizada no auditório do Campus de Assú e Google Meet.

Mulher e negra, Yamara Santos é a primeira estudante de um campus avançado a assumir a coordenação geral do DCE. Em seu discurso de posse, ela ressaltou a importância desta descentralização e enalteceu as lutas para a construção e defesa da Uern. “Nossa querida Universidade é fruto da luta de muita gente que sonhou com uma educação pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada, do povo e para o povo. Hoje nós estamos escrevendo mais uma página na história do movimento estudantil”.

A reitora da Uern, Fátima Raquel Morais, participou da solenidade de forma presencial. Ela parabenizou a nova coordenação do DCE pela vitória, e ressaltou a missão do Diretório em engajar os estudantes na luta em defesa da Universidade e de uma educação inclusiva, pública e de qualidade, com uma formação técnica e cidadã. “É preciso entender que o espaço de formação, o espaço acadêmico, não é apenas técnico, mas também é político. É um espaço em que a voz do estudante precisa reverberar para garantir que continuaremos firmes e fortes, na luta em defesa da nossa universidade. Tenho certeza de que essa coordenação que hoje toma posse, será persistente nesta luta. Tenham certeza de que estaremos ao lado de vocês’, afirmou a reitora.

Ao falar em luta, a reitora lembrou dos desafios e do esforço da gestão universitária para promover o ensino de qualidade durante a pandemia. Ela destacou a importância do auxílio inclusão digital para facilitar o acesso dos estudantes às aulas remotas e anunciou que o auxílio não será disponibilizado somente durante a pandemia, mas um programa permanente da política de assistência estudantil da Uern.

A reitora eleita da Uern, Cicília Maia, acompanhou a reitora Fátima Raquel na solenidade e reafirmou o compromisso com os estudantes em sua gestão, que tem início no dia 28 de setembro. Ela parabenizou os eleitos e falou sobre a importância da participação do movimento estudantil para uma gestão cada vez mais próxima da realidade da comunidade acadêmica.

“Quantas coisas nós fizemos a partir da inquietação dos nossos estudantes. É assim que vamos avançar cada vez mais com a nossa universidade. Vamos fazer uma gestão para toda a Universidade. Peço que agora, passada a eleição, que a gente possa alimentar esse sentimento de união. Cada vez que eu falo com os estudantes, é uma oportunidade de se energizar, de aprender, de se reinventar. E é disso que a gente precisa para os próximos anos, se reinventar. Mas não adianta se reinventar se a gente não tem o apoio da nossa comunidade”, afirmou Cicília Maia.

Egressa da Uern, a reitora eleita se colocou, ao lado de Yamara, como exemplos para os estudantes da instituição. “Veja só onde nós chegamos! Não tenho medo de dizer que nós somos exemplos para tantos meninos e meninas que hoje estão na universidade, exemplos de onde eles podem chegar. Não aceitem que alguém diga que você não pode, que você não consegue. Você pode tudo”.

Ela também pediu o apoio da classe política, na solenidade representada pelas deputadas Natália Bonavides e Isolda Dantas, e pelas vereadoras Marleide Cunha e Brisa Bracchi, das câmaras municipais de Mossoró e Natal, respectivamente.

A solenidade também contou com a participação do subsecretário de juventude do Governo do Estado, Gabriel Medeiros; a pró-reitora adjunta de assuntos estudantis, Sephora Edite; do vice-reitor eleito, Chico Dantas e de representantes de entidades estudantis e sindicais.

Fonte: UERN

Exposição que marcaria data da abolição é censurada em Santa Catarina

Exposição "Pertencimento" (Foto: Divulgação)

Quadros de Bruno Barbi seriam expostos no Shopping Iguatemi de Florianópolis e retratam dez rostos de mulheres negras aquareladas. Artista denuncia “covarde tentativa de ocultar um racismo latente, sob a justificativa de que temas polêmicos poderiam melindrar seus clientes brancos e ricos”

247 - O artista Bruno Barbi denuncia que sua exposição “Pertencimento”, que seria exposta no Shopping Iguatemi, de Florianópolis, Santa Catarina, foi alvo de censura e teve a abertura cancelada. A inauguração aconteceria nesta quinta-feira, 13 de maio - data que marca a abolição da escravatura.

O artista chama a decisão de “ato covarde” e uma “tentativa de ocultar um racismo latente, sob a justificativa de que temas polêmicos poderiam melindrar seus clientes brancos e ricos”. Leia abaixo a íntegra de seu manifesto sobre o tema:

A exposição PERTENCIMENTO, com quadros pintados por mim e texto de apresentação escrito por Gislene Santos, com data marcada de abertura hoje, dia 13 de maio de 2021 às 10 horas da manhã no Vila Romana Shopping, antigo shopping Iguatemi, no bairro Santa Mônica em Florianópolis, sofreu um ato de CENSURA e não será realizada.

A exposição retratando 10 rostos de mulheres negras aquareladas, tem como argumento central do texto de apresentação o quão a presença Negra pode ser incômoda em espaços não reservados a ela, e aonde quer que seja que ela incomode este será o seu lugar. 

Com quase uma década de arte e ativismo dedicado a luta antirracista, aprendi nesta curta trajetória de que esta arte ativista incomoda e provoca, mas sempre tende a ser melhor aceita quando não vem acompanhada de vozes negras reais. A partir deste entendimento e de que não precisamos de mais 'Princesas Izabel' e de que a arte carrega esse poder da transformação social efetiva, nada mais que eu produzo deixou de vir acompanhado de falas e demandas reais do povo negro, convidando sempre mulheres e homens negras e negros para legitimar e dar sentido aos trabalhos. A partir disso ficou cada vez mais evidente em quais lugares ela seria aceita ou não. 

A série PERTENCIMENTO foi CENSURADA às vésperas de sua abertura oficial, no ato covarde de tentativa de ocultar um racismo latente, sob a justificativa de que temas polêmicos poderiam melindrar seus clientes brancos e ricos, admitindo com isso que a presença Negra dentro desse espaço é um tema polêmico e de que seus clientes não a admitem. Este manifesto denuncia e rechaça a atitude elitista, racista, irresponsável do Shopping Iguatemi. Desde sempre sabemos que estamos em uma cidade de valores ultraconservadores, colonialistas, preconceituosos e entendemos que essa exposição que não aconteceu, cumpre seu maior papel de denunciar a segregação e a discriminação pela população negra historicamente apagada da cidade é submetida sistematicamente. 

Pertencimento é resistência e protesto, sobre uma política social higienista que impede toda sociedade de avançar em nome da manutenção dos privilégios de muito poucos. Não desistiremos, não a baixaremos nossas cabeças, a luta anti-racista é uma obrigação de todos e nós nos orgulhamos de estar deste lado da trincheira.

Fonte: BRASIL 247

Pfizer confirma à CPI que governo Bolsonaro ignorou cinco ofertas de vacinas em 2020 - Por GEORGE MARQUES - NINJA

 

Carlos Murillo da Pfizer na América Latina durante depoimento na CPI da Pandemia. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

Chamado à CPI da Covid nesta quinta-feira (13), o representante da Pfizer, Carlos Murillo, revelou que o governo Bolsonaro ignorou ao menos cinco propostas de vacinas ano passado. A primeira delas foi ofertada em agosto do ano passado prevendo 70 milhões de doses. Já neste ano, a Pfizer fez mais uma oferta ao governo em 15 de fevereiro oferecendo 100 milhões de doses. De novo, a gestão Bolsonaro não fechou o acordo.

O Ministério da Saúde, porém, assinou contrato com a farmacêutica em março deste ano, prevendo 100 milhões de doses, onde 14 milhões devem ser entregues entregues até julho e os 86 milhões de doses restantes chegarão até o final do ano.

Senadores da oposição avaliam que o depoimento de Murillo foi importante para atestar a inação por parte do governo Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19.

Presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) sublinhou o cálculo feito pelo gerente-geral da Pfizer: se o governo Bolsonaro tivesse assinado o contrato de agosto, o país teria garantido 18,5 milhões de doses da vacina, até o segundo trimestre deste ano. O Brasil recebeu, até agora, apenas 1,6 milhões de doses.

Carluxo e Martins em reunião sobre vacinas

Carlos Murrilo confirmou à CPI a participação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em reunião para tratar de vacinas. Ele citou que duas representantes do jurídico da empresa mantinham reunião no Palácio do Planalto com o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e seus auxiliares, para esclarecer pontos relativos à aquisição da vacina.

O representante da farmaceutica citou uma reunião que estivera com o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que recebeu um telefonema e deixou a sala onde discutiam entraves da vacina. Ao retornar, estava acompanhado de Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, e do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins.

Martins é o assessor do presidente no qual a polícia do Senado decidiu indiciar por gesto de conotação racista feito com a mão durante uma sessão da Casa em 24 de março. O assessor de Bolsonaro foi enquadrado no artigo 20 da lei 7.716 que trata dos crimes de preconceito de raça ou de cor.

Para integrantes da CPI da Covid ficou evidenciado que Carluxo e Martins eram integrantes assíduos do “gabinete paralelo”, citado pelo ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, e que davam uma orientação paralela a Bolsonaro na gestão da pandemia.

Araújo é o próximo a depor

O próximo a depor será o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ele deverá ser inquirido sobre as estratégias internacionais para o Brasil adquirir mais vacinas. Durante sua passagem pelo Itamaraty, Araújo sofreu forte pressão de senadores que reclamavam de sua diplomacia com a China. Os mais recentes ataques de Bolsonaro à China bloquearam envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e devem atrasar a produção de vacinas pelo Instituto Butantan, em São Paulo.


Fonte: Mídia Ninja