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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Livro conta a história de assassino (frustrado) de Fidel

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Fidel mostra a capa de um jornal sobre (mais uma) tentativa de assassinato, durante uma visita a Nova York em 1960 (Reprodução) - Do portal Opera Mundi:

"Minha história é uma história de fracassos”, diz ex-agente da CIA

Em livro, ex-agente cubano da CIA conta 'história de fracasso' de tentativas de assassinar Fidel


Antonio Veciana, um cidadão cubano e ex-espião da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), diz que a sua é “uma história de fracasso”, pois dedicou a vida a tentar matar Fidel Castro e desestabilizar o governo instituído após a Revolução Cubana – sem sucesso.
Aos 88 anos, Veciana, que vive em Miami, nos EUA, falou à agência de notícias AFP sobre sua história, a propósito do lançamento de seu livro “Trained to kill” (“Treinado para matar”, em tradução livre).
“O trabalho que eu fazia era aquele que os terroristas fazem. Só não tinha esse nome”, disse o ex-agente. “Eu era um terrorista improvável: era magro, asmático e cheio de inseguranças.”
Ele conta que foi recrutado em 1959 pelo agente norte-americano David Atlee Phillips, codinome “Bispo”, que o treinou em Havana para matar Fidel – que, após sobreviver a mais de 600 tentativas frustradas de assassinato, morreu em novembro do ano passado de causas naturais.
(...) Ele fugiu para os EUA em 1961 após uma tentativa frustrada de assassinar Fidel Castro. Em Miami, ele fundou um grupo paramilitar chamado Alpha 66, que nos anos 1960 e 70 promoveu ações – cuja magnitude era “sempre exagerada”, segundo ele – contra o governo cubano.
Veciana disse ter se sentido “traído” pelo então presidente dos EUA, John F. Kennedy, que retirou o apoio norte-americano a grupos paramilitares de cubanos anticastristas na tentativa frustrada de invasão da Baía dos Porcos, em 1961.

À AFP, ele disse ter visto o ex-agente Bispo se encontrar com o ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald meses antes do assassinato de Kennedy, em 1963. Oswald foi depois identificado como o atirador que matou o então presidente dos EUA em Dallas, no Texas.
Veciana tentou mais uma vez matar Fidel durante uma visita do líder cubano a Santiago do Chile – e mais uma vez falhou. Seus esforços para difamar Ernesto “Che” Guevara depois da morte do revolucionário argentino na Bolívia, em 1967, também falharam, já que Che acabou se tornando um ícone mundial da esquerda.

Ele se aposentou em 1979, após 20 anos de tentativas frustradas de derrubar Fidel e a Revolução Cubana. “Eu tento não pensar muito nisso, porque a minha história é uma história de fracassos”, disse o ex-agente à AFP.
Antonio Veciana: 'O trabalho que eu fazia era aquele que os terroristas fazem. Só não tinha esse nome', diz ex-agente da CIA que tentou repetidas vezes matar Fidel Castro (Reprodução: Opera Mundi)
Fonte: Conversa Afiada

Diretas Já: Frente Ampla mobiliza Estados e divulga calendário de atos

diretas

Movimentos sociais, organizações sociais, partidos políticos e entidades sindicais, entre outros representantes da sociedade civil formaram na última segunda-feira (5) uma Frente Ampla em defesa das eleições diretas para presidente. 55 entidades divulgaram uma agenda de mobilização para os estados brasileiros com as bandeiras Fora Temer, Diretas Já e contra as reformas trabalhista e previdenciária.
A orientação da Frente Ampla é que cada Estado monte o próprio calendário de manifestações incorporando o manifesto dos artistas a favor das Diretas. A formação de comitês populares pelas diretas e a coleta de assinaturas são algumas das ações definidas pela Frente para avançar a mobilização.
Com a definição da data indicativa de greve geral dos trabalhadores para o dia 30 de junho, a Frente convoca os estados a colaborarem com a mobilização do movimento sindical, que também traz a reivindicação das diretas já, assim como participar da Frente Partidária e Parlamentar pelas Diretas Já, que será constituída no Congresso Nacional.
Confira o calendário da Frente Ampla dos Movimentos
8 de Junho – Lançamento da Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas – na câmara dos deputados
11 de Junho – Ato Político Cultural por Diretas Já – Farol da Barra em Salvador -BA
11 de Junho – Ato Show #PoaDiretasJa – Parque da redenção em Porto Alegre -RS
16 de Junho – Ato politico pelas Diretas durante o Congresso Nacional da UNE. em Belo Horizonte.MG
19 de Junho – Ato pela Democracia e contra a violência no Campo- Belém-PA
30 de Junho – Greve Geral convocada por todas as centrais sindicais do país.

Fonte: UJS

REPETECO: 30 de maio: Aprovada as Cotas para o acesso à Unicamp

30 de maio: Aprovada as Cotas para o acesso à Unicamp
Fotos por Yuri Salvador
Por: Sara Puerta, de Campinas 

A Unicamp (Universidade de Campinas)viveu dois dias históricos nessa segunda e terça-feira, 29 e 30 de maio. No final da tarde de ontem, foi aprovada a implementação de cotas no acesso à universidades, após quase 6 horas de debate e votação no Conselho Universitário, o Consu, órgão deliberativo da universidade.

Com isso, a partir do vestibular de 2019, conforme o texto aprovado na reunião, 50% dos estudantes devem ser oriundos da rede pública , sendo que a meta deve ser que 37,5% devem ser de autodeclarados pretos, pardos e indígenas. O texto foi aprovado em unanimidade pelos 59 integrantes.

Foi definido também que um Grupo de Trabalho ficará responsável pela  criação do sistema de cotas que será apresentado em novembro desse ano. O GT contará com dozes integrantes, entre eles, representantes dos coletivos da Frente Pró-Cotas e Núcleo da Consciência Negra, e irá realizar debates, e incluir a discussão por  reservar algumas vagas nos cursos de graduação com seleção via Sisu (Sistema de Seleção Unificada), e que usa a nota do Enem como critério.

Para Flavia Oliveira, presidenta da UEE-SP, também nascida em Campinas, a aprovação na universidade, uma das maiores do país, é emblemática.  “ São Paulo é um dos poucos estados que ainda não implementou cotas nas universidades estaduais, com a aprovação na Unicamp, abre-se imediatamente um diálogo maior para que a USP também implemente um sistema que propicie instituições públicas mais democráticas.”

Thaíse Pavanni, estudante do 4º ano do curso de História, acompanhou o dia inteiro o debate e a votação na área externa da reitoria, com mais centenas de pessoas, estava emocionada com a transformação  que será possível ver na universidade.  “As cotas na Unicamp são fruto de uma luta de décadas, intensificada no último ano, desde a ocupação da reitoria. Paralelamente, quanto mais discutida a questão racial e do acesso, mais vimos as faces do racismo institucional, uma vez que após a greve e as mobilizações em 2016, houve perseguições pontuais aos estudantes negros que compunham as manifestações, com suspensões e ameaça de expulsões, contou  à UEE-SP.

“Essa aprovação honra nossos ancestrais, que foram impedidos de frequentar escolas e universidades na origem do nosso país, inclusive na época da abolição da escravidão e mais uma série de vezes, houve resistência e mobilização para os negros estudarem. Os pretos e pretas da Unicamp , hoje, honram  essa nossa história, com a grande luta que travaram e que eu acompanho desde jovem!”, disse Douglas Belchior, professor de história e autor do blog Negro Belchior, presente no ato, que antecedeu a votação.

Fernanda Dias, diretora da pasta de Cotas da UEE-SP e estudante de medicina do terceiro semestre da universidade,  conta que entre 120 alunos do seu curso , apenas são quatro são negros  - 3,3% - ,  acredita em uma transformação social virá. “Vejo o  quanto é importante a luta por cotas quando  volto para minha casa, em Guarulhos, e observo minha vizinhança na periferia, e percebo que sou a única jovem em uma universidade pública. Temos novas perspectivas!”


Festival por cotas

Nessa segunda-feira, (29), dia que antecedeu  a votação, uma série de atividades foi realizada pela universidade para propagar ainda mais a importância das cotas e ampliar a mobilização. Entre elas  debates sobre os desafios que vão além das cotas , para combater o racismo institucional, apresentação e roda de conversa do Coletivo Urucungos, que contou a história de Raquel Trindade, filha do escritor Solano Trindade, e seu grupo de dança africana na Unicamp.

Segundo os participantes do coletivo, é dessa época, nos anos 70, que  inicia o debate por cotas na universidade. O coletivo apresentou no final sua música e colocou todos os presentes no teatro  arena para dançar.

A rapper Preta Rara e a MC Linn da Quebrada fecharam a noite com apresentações lotadas.

Bruno Ribeiro, estudante, membro do Consu  e militante da Frente Pró Cotas,  avaliou a luta pelas Cotas, juntamente com o Festival, como algo nunca visto na Unicamp.

“Nossa mobilização só cresceu nesse último ano. Chegando a ter alcance internacional com o apoio do ator Danny Glover nas Redes sociais. Além disso, artistas, movimentos sociais, coletivos e sindicatos demonstraram  estar conosco. A vitória é na universidade e em Campinas, que tem em sua maioria poulação negra e foi a última cidade a abolir a escravidão no Brasil."

Fonte: UEE/SP

Crônica da demolição - ou da destruição

Divulgação
Filme descortina vasta negociata da época, e vai além da demolição do Palácio Monroe, batizado em homenagem a um presidente dos Estados Unidos!
Léa Maria Aarão Reis
O excelente documentário do carioca Eduardo Ades, Crônica da demolição, em cartaz, é mais uma ação levantando uma ponta do véu que encobre as vergonhas da aliança capital e política no Brasil. Através de um episódio emblemático, do passado – a demolição do Palácio Monroe, o ex-Senado Federal - em 1976, é desvelado um pouco do que se passava e se passa ainda hoje, de realidade, na governança do país. E a arrogância, a empáfia e o cinismo da plutocracia brasileira.

No caso do filme, o primeiro longa-metragem do diretor, o tema trata das manobras fraudulentas das elites (no caso, as do Rio de Janeiro), patrocinadoras dos operadores dos seus crimes: os militares golpistas, os ditadores de ocasião, levas da política e do judiciário, especialistas de diversas extrações, economicistas e alguns jornalistas, os estetas bem postos, todos eles estafetas da turba que desfila nos depoimentos dessa crônica cinematográfica, os quais, na mídia corporativa, se garantem com o silêncio sobre seus embustes e com as campanhas que encobrem as fraudes desses poderosos senhores dos negócios.

É um filme que descortina uma vasta negociata da época, e vai além da demolição do prédio, um símbolo republicano, o Palácio Monroe, de estilo arquitetônico eclético – e assim batizado em homenagem a um presidente dos Estados Unidos! -, na cabeceira da Praça da Cinelândia, no Centro do Rio.

Um ‘’trambolho’’, como diziam os modernistas na época, incluído aí o arquiteto Lúcio Costa, para os quais o estilo eclético não tinha valor. Embora, como diz um arquiteto entrevistado no filme, seja um estilo ‘’mestiço’’. Como praticamente todos nós.
A desapropriação do terreno e a demolição autoritária se deram por resolução de Ernesto Geisel. É apenas uma peça, mas significativa, no quadro geral da destruição sistemática do nosso patrimônio, através dos tempos, dos nossos registros históricos, da nossa memória e da cultura. Manter deste modo, num eterno presente medíocre, submisso e precário, um povo infantilizado, passivo e devidamente domesticado é o objetivo das oligarquias.

“Preservar é um ato afetivo,” diz um arquiteto, nessa crônica da destruição.

Filho de arquitetos, Eduardo Ades ainda era garoto quando passou, um dia, pela Cinelândia e ouviu da sua mãe a história do Monroe, sede do Senado Federal até a transferência do governo para Brasília, e situado na praça hoje adornada por um chafariz – seco, sem água. No subsolo do terreno arrasado, se estende um gigantesco estacionamento para automóveis. Excelente negócio.

A pesquisa iconográfica de Remier Lion é primorosa, os filmetes da época, recuperados, são preciosos. A devassa relembra os argumentos do governo da ditadura civil-militar e asseclas, ao justificarem a derrubada do prédio cujos alicerces prejudicariam, segundo os generais e associados, a construção da primeira linha de metrô na cidade, então projetada – uma mentira deslavada.

O som da música de Phillip Glass e de Villa Lobos enfatiza imagens recorrentes do cemitério de prédios de vidro, com as ‘’cristaleiras’’ à moda americana em que se tornou o Centro da cidade. Assim, o filme contesta os motivos que levaram à demolição do edifício, ao invés do tombá-lo.

Mostra as alianças bastardas do governo com empreiteiros – tão atual! Não muda! -, a campanha triunfal pró-demolição do prédio desferida pelo jornal Globo (sempre ele), e os interesses de especuladores imobiliários incluindo aí o próprio grupo Marinho, que logo viria a ampliar o conglomerado da construção civil na cidade, com a sua empresa São Marcos. O projeto, dizia-se na época, à boca pequena, seria levantar duas torres de edifícios ‘’modernos’’ – com a associação a grupos japoneses - no terreno de valor quase inestimável no mercado imobiliário: o mais belo cartão de visitas do Rio de Janeiro, com o Pão de Açúcar ao fundo em perspectiva privilegiada.

Os depoimentos de urbanistas, arquitetos e políticos, no doc, são entremeados com os tais filmes que mostram um Rio de Janeiro em vias de modernização. E o caso do Monroe é o gancho utilizado pelo cineasta para falar sobre algumas das dezenas de intervenções urbanísticas pelas quais passou o Rio de Janeiro, no começo do século passado e nas décadas de 1960/70, muitas delas irresponsáveis, outras criminosas mesmo.

Fonte: Carta Maior