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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Dia Internacional dos Povos Indígenas: a celebração da cultura e o empoderamento indígena

Mais do que simplesmente comemorar uma data e prestar homenagens, é preciso contar a sua história, suas lutas, feitos e vitórias para a garantia dos resultados mínimos esperados e para a perpetuação de um legado, e o Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma dessas datas. 
Comemorada mundialmente no dia 9 de agosto, a data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1992, para expressar o reconhecimento internacional em relação às tradições e costumes dos povos indígenas que carecem da manutenção de alguns de seus direitos mais básicos. Além de dar a eles voz, principalmente no que concerne aos direitos humanos e garantir a preservação da cultura tradicional de cada um desses povos, como fonte primordial de sua identidade.
A população indígena no mundo está estimada em cerca de 370 milhões de pessoas, vivendo em mais de 70 países de todos os continentes e representando mais de 5.000 línguas e culturas, o que representa algo em torno de 5% da população mundial. No dia 7 de setembro de 2007, a ONU aprovou a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que visa garantir e reafirmar os direitos básicos dessa população em todo o mundo, servindo de instrumento para a imposição de sanções sobre aqueles países e governos que não visarem à manutenção de tais direitos.
O indígena, Srêwē da Mata de Brito, 46 anos, se autointitula bicultural - aquele que tem habilidades para viver dentro e fora da cultura indígena - pertencente ao povo Xerente, avalia que a maioria da população reconhece que a luta e a resistência indígenas são fundamentadas pelo direito sagrado. Isso envolve todas as formas de ser e viver, por serem detentores dos valores culturais, ambientais e conhecimentos ancestrais. “Com a colonização europeia muitos costumes se modificaram em virtude das pressões. Dessa forma, muitas transformações ocorreram, quer sejam positivas ou negativas. Essa imposição fez com que o indígena passasse a viver de forma bicultural, uma estratégia de resistência e sobrevivência. Aos poucos a sociedade se une em prol dos indígenas, pois reconhece que são sujeitos dotados de direitos”, argumenta.
Pertencente à Aldeia Ktēpo, onde é vice-cacique e com residência na cidade de Tocantínia (TO), Srêwē se orgulha dos trabalhos que executa. Agricultor por natureza, ele cuida da terra, planta árvores, ajuda nos diversos projetos no âmbito do cerrado, e ainda, viaja pelo Brasil, “conheci vários povos, vários lugares, sentei com autoridades políticas, autoridades terrenas, e por fim, indo a diversos países  pude perceber que o Waptokwazawre (nome dado ao Grande Espírito, podendo variar segundo o costume do povo) faz com que tudo seja possível e os que lutam conseguem vencer, e os que sonham conseguem realizar os seus sonhos”, finaliza.
Além da celebração, a data reconhece os desafios sofridos pelos índios. Muito ainda deve ser feito para garantir condições adequadas de vida a esses povos. A pobreza, a violência, mas, principalmente, a discriminação devem ser amplamente combatidas. No dia de hoje, os indígenas merecem uma homenagem à riqueza de suas tradições milenares e à contribuição para a diversidade cultural no mundo, expressando a determinação de preservar seus interesses e os seus direitos, onde quer que vivam.
Saiba mais sobre a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas aqui.
Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

Será que Bolsonaro escuta (e entende) a música brasileira?

Será que Jair Bolsonaro gosta de Música Popular Brasileira? Reconheço que, à primeira vista, o gosto musical dele não parece ter nenhuma importância política.
Por Astrid Prange*
AP Jornalista alemã destaca força da música brasileira para a resistência à ditadura de 64 e ao golpe de hoje  Jornalista alemã destaca força da música brasileira para a resistência à ditadura de 64 e ao golpe de hoje
Mas vale lembrar que nem o samba, nem o forró e tampouco a Bossa Nova eram somente flores e amores. Nas letras e harmonias sofisticadas de Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Nara Leão e tantos outros sempre transpareceu a busca por justiça social e a vergonha da pobreza que vivia tão perto da turma da Bossa Nova nos morros do Rio.
E a oposição ao regime militar. “Podem me prender / podem me bater / podem até deixar-me sem comer / que eu não mudo de opinião”, cantou o sambista Zé Keti. E Tom Jobim e Vinicius de Moraes mandaram um recado claro na musica “O morro não tem vez: Quando derem vez ao morro / toda cidade vai cantar”.
Com seu show Opinião, já em pleno regime militar, a cantora Nara Leão, por exemplo, demonstrou coragem. E junto com ela a plateia de 100 mil pessoas que lotou o show num shopping em Copacabana por nove meses, de dezembro de 1964 até agosto de 1965. As músicas Opinião, de Zé Keti, e Carcará, de João do Vale, serviam como desabafo, como protesto.
Quem poderia imaginar que 60 anos depois do primeiro sucesso da Bossa Nova, os velhos espíritos da ditadura renasceriam, reencarnados num candidato a presidente? Um candidato que elogia a ditadura militar e que dedicou o seu voto no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador.
Quando os militares tomaram o poder, no golpe de 1964, Jair Bolsonaro tinha apenas 9 anos. Ele então cresceu numa época forte da Música Popular Brasileira, em meio à criatividade musical de uma geração de artistas que teve que disfarçar sua crítica em versos sofisticados. Ou emigrar para respirar liberdade no exílio.
“Apesar de você / amanhã há de ser outro dia” – nunca imaginei que esse hino de resistência de suprema poesia de Chico Buarque poderia voltar a ser tão atual. Nunca imaginei que os mesmos artistas que antigamente compunham e cantaram contra o regime militar hoje se juntem para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Esses artistas brasileiros só fazem aumentar a minha profunda admiração pela música brasileira. Como ela é poderosa! Ela faz milhões de brasileiros cantar, esperar e lavar a alma. Foi ela que me trouxe para o Brasil. A beleza da MPB me fez aprender o português e me abriu um mundo novo: o Brasil. Obrigada, música brasileira!
*Astrid Prange de Oliveira é jornalista alemã. Chegou ao Rio de Janeiro solteira e voltou para a Alemanha com uma família carioca, por isso considera o Rio sua segunda casa. Hoje ela escreve sobre o Brasil e a América Latina para a Deutsche Welle
Fonte: BRASIL CULTURA

Vicente Celestino 1894/1968 (23 de agosto)

Nasceu no dia 12 de setembro de 1894, na Rua Paraíso, bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Filho de imigrantes da região da Calábria, Itália, chegados ao Brasil dois anos antes de seu nascimento. Teve cinco irmãos e cinco irmãs. Quatro deles seguiram carreira artística como ele: João, galã cômico; Pedro, tenor; Radamés, barítono e Antônio, baixo. Chegou a trabalhar na sapataria do pai, em uma fábrica de guarda-chuvas, em 1905, como servente de pedreiro em 1906, voltando ao estabelecimento de seu pai em 1910.
Após terminar o curso primário, estudou desenho industrial no Liceu de Artes e Ofícios. Casou-se, em 1933, com a cantora e atriz Gilda de Abreu. O casamento foi realizado na manhã do dia 25 de setembro de 1932 e, à noite, Gilda usou o mesmo vestido em uma cena do espetáculo “A canção brasileira” (de Luís Iglesias e Miguel Santos e música de Henrique Vogeler), repetindo, com uma revoada de pombos e ao som da marcha nupcial, a emoção do casamento, para o público do teatro. Durante a carreira, conquistou o público feminino tanto por sua voz de tenor, quanto por sua bela estampa de galã.
Em 1965, recebeu o título de Cidadão Paulistano pela Câmara de Vereadores desta cidade. No dia 23 de agosto de 1968, quando se preparava para gravar um programa de televisão, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista, passou mal no quarto do Hotel Normandie, em São Paulo, falecendo do coração minutos depois. Seu corpo foi transferido para o Rio de Janeiro, onde foi velado por uma multidão na Câmara dos Vereadores e sepultado sob palmas do público.
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