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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Política - Entrevistas - A juventude negra reivindica a construção de novas narrativas

A juventude negra reivindica a construção de novas narrativas
Mavi Morais e Edson Jonathan
por Brenda Cruz
I’sis Almeida e Caio César, expoentes de uma nova geração disposta a descrever a realidade sem estereótipos.
Falar sobre a juventude negra e tantas outras “minorias sociais” no Brasil é atentar-se constantemente às narrativas e aos discursos em construção, sobretudo quando parte de um imaginário racista e perverso que as configurações de ferozes e vitimistas são desempenhadas por estes.
A ideia de subverter tais idealizações se faz presente especialmente no século XXI, época em que o protagonismo tem ressignificado espaços, ruminado o consumo, as produções de símbolos e signos e fabricado novos pertencimentos identitários.
Refletir acerca das produções atuais, estejam elas relacionadas à literatura, artes, moda, música ou aos conteúdos produzidos por grandes veículos de massa ou web, é imprescindível, pois pensar narrativas capazes de refutar o protagonismo que até então é usurpado por um contingente extenso de perfis padronizados, perpassa não só uma demanda de diversidade estética ou por um representante de uma causa, mas sobretudo, a necessidade de uma diversificação das narrativas.
Leia também:

O TEDX UniRio da comunicadora social e youtuber Gabi Oliveira, intitulado “Um novo olhar sobre a pessoa negra; novas narrativas importam”, nos remete por diversos momentos ao TEDGlobal da escritora Chimamanda Adichie, gravado em 2009, e que leva o nome de “O perigo de uma única história”, os emocionantes depoimentos promovem uma reflexão acerca da necessidade de descentralização de narrativas e a pensar sobre como são construídas as histórias que se fazem presentes no nosso imaginário.
Em seu discurso, Chimamanda fez uma intervenção extremamente simbólica:
“Há uma palavra da tribo Igbo, que eu lembro sempre que penso sobre as estruturas de poder do mundo, e a palavra é “nkali”. É um substantivo que livremente se traduz: ‘Ser maior do que o outro’. Como nossos mundos econômico e político, histórias também são definidas pelo princípio do ‘nkali’. Como é contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas, tudo realmente depende do poder. Poder é a habilidade de não só contar a história de outro, mas de fazê-la a história definitiva daquele.”
Contextualizar a potencialidade do discurso de Chimamanda e daquele promovido por Gabi com a realidade da juventude negra no Brasil é tornar possível a desconstrução de um lugar que infelizmente associa-se à juventude negra.
A existência do imaginário de marginalidade é fomentada por uma história construída sobre uma visão colonial, racista e classista na defesa de uma centralização de poder.
Ressignificar esses locais é contrapor um ideário único da existência e representação dessas histórias, descentralizar o protagonismo de um perfil homogêneo em qualquer que seja o segmento, legitimar a subjetividade dos atores em questão fazer ecoar vozes que protagonizam seus espaços de pertencimento e que por muitas vezes não têm seus discursos ou produções valorizadas e sobretudo, dar espaço para que novas narrativas sejam partilhadas.
E pra fortalecer a noção dessas intervenções, entrevistei duas potências em segmentos diferentes de atuação, mas que se intercruzam ao serem produtores de conteúdo para web.
I’sis Almeida, com apóstrofe, tem 21 anos, vive em Salvador, possui formação técnica em Comunicação Visual pelo SENAI, completou o curso superior de Bacharelado Interdisciplinar em Artes pela UFBA e atualmente cursa Jornalismo na mesma universidade. É também coordenadora do Portal Black Fem, veículo com intuito de produzir artigos e notícias para adolescentes e jovens negras. 
Brenda Cruz: Produzir conteúdo na web com um recorte em adolescentes negras é construir um novo ambiente para promoção de narrativas que ressignificam o espaço virtual. Como surgiu a ideia do portal? E qual a importância desse movimento?
I’sis Almeida:  A ideia do portal surgiu de um misto de várias observações, a primeira delas é que na nossa página no Facebook acumulavámos mais de 200 mil curtidas. Tínhamos, no entanto, muito pouco engajamento nos conteúdos relativos à informação. Os conteúdos imagéticos - fotos, vídeos de mulheres negras -, tinham muito mais resultado. Então fomos pesquisar e perceber que essa faixa etária de 12 a 29 anos estava muito presente. Tínhamos consciência de que mesmo não produzindo conteúdo autoral, desempenhávamos um papel importante no espaço do Facebook, nossa missão se tornou então, conseguir que o conteúdo que estávamos “criando” chegassem até a elas. 
BC: E o que fazem de diferente?
IA: Na minha construção enquanto mulher negra sempre consumi muito da internet para me fortalecer, consumia diversos veículos com recorte de raça, de gênero, ou até mesmo de gênero e raça. Nunca vi, porém, nada que tivesse recorte de gênero e raça, específico pra essa faixa etária. E essa faixa etária da adolescência sempre me preocupou, pois muita coisa que tá na internet, que até eu mesma consumia, eu notava uma barreira no quesito linguagem.
Por meio dessas observações eu me perguntava: “Por que elas não engajam quando a gente posta que mulheres negras são as que mais morrem no Brasil? E por que elas se engajam tanto quando a gente posta uma foto, por exemplo, de um casal negro?”.
Cheguei à conclusão de que na adolescência tudo que chega é imagético. Um outro questionamento era: “Será que mulheres negras, com algum repertório, com alguma experiência de vida, não podem fazer um esforço para minimamente tentar transformar a vida de adolescentes negras através da informação?” 
BC: Qual a importância desse movimento? E como você pensa o Portal Black Fem dentro dele?
IA: A importância desse movimento se dá por que inevitavelmente é hoje que esse adolescentes, - sejam eles negros ou brancos -, estão extremamente inseridos nessa cibercultura. Esses adolescentes representam a cultura e a política brasileira, de um certo modo. E sobretudo, as mulheres negras necessitam de um espaço onde elas sejam acolhidas em um espaço que seja tanto pra falar sobre as questões raciais e de gênero, quanto pra falar sobre as questões pertinentes à adolescência.
Acredito que as adolescentes negras são o futuro de uma geração que pode movimentar ainda mais a sociedade que a gente vive. A gente precisa criar algo direcionado a elas. Isso é sobre a ressignificação de um espaço que, sabemos, é dominado por uma classe, uma raça e um gênero específico.
Talvez, o  diferencial do Portal seja isso, produzir um espaço construído por 15 mulheres negras com diversas subjetividades, pensando nessa faixa etária e nessa linguagem que as engaja. A gente não pode esquecer que essas adolescentes lá na frente podem se tornar formadoras de um novo espaço virtual, que já repense com mais cuidado ainda sobre outras minorias.       *
Sair de um contexto com recorte de gênero também é de extrema importância ao se pensar as narrativas, conteúdos e sobretudo, os espaços que estão sendo ressignificados.
Em uma breve busca no Google, ao pesquisar o termo “jovens negros”, os resultados que surgem em sua maioria são notícias e artigos atrelados ao genocídio destes homens, que segundo o Atlas da Violência 2017 corresponde a 78,9% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios, ou o encarceramento em massa.
Caio César, tem 23 anos, é graduando em geografia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, professor, youtuber, escritor e pesquisador no campo das masculinidades negras. 
Brenda Cruz: Enquanto educador negro, qual a urgência que você sente da construção de novas narrativas? Qual seria o principal papel dos profissionais da educação nesse processo?
Caio César: Embora a representatividade precise ser debatida e levada a sério dentro de um contexto aprofundado, ela, por si só, é muito importante pra construção de uma história plural e mais verdadeira, principalmente pra grupos minoritários. O principal papel do educador é estimular o ser crítico dos alunos e trazer uma educação que dialogue com a realidade deles, trazendo novas perspectivas. 
BC: Além de educador, você também é produtor de conteúdo para web. A internet tem proporcionado maiores possibilidades de ressignificar concepções socialmente deturpadas acerca da juventude negra? Qual a importância de subverter esse local marginalizado e estereotipado em que ainda se encontra a juventude negra?
CC: Com certeza. Embora não seja 100% democrática, a internet trouxe a possibilidade de dar voz e visibilidades a novos cidadãos,que dentro dos espaços tradicionais de mídia não tinham tanta abertura. E a juventude negra estando em grande número nessa plataforma tem acessos a outros conteúdos que não teriam de forma tradicional. A importância disso tudo é construir novas possibilidades. E reconstruir uma autoestima minada por um sistema racista. Quando nós, negros, enxergamos outros negros em posições que nunca imaginamos, aquilo passa a ser mais real pra gente, mais palpável, mais possível.
Atuando em nossas comunidades, exercendo profissões enquanto digital influencers, produzindo moda, promovendo educação criando e coordenando portais de comunicação e notícias, empreendendo, dominando as humanas, as exatas, as biológicas e as artes, do Norte ao Sul do País, nós, jovens negros, oriundos das periferias ou não, contrariamos as estatísticas que tanto nos perseguem, e desempenhamos o papel de produtores das nossas próprias histórias.
E é ao legitimar nossa existência, o nosso trabalho e as nossas aspirações que produzimos novas narrativas, em honra aos que nos antecederam, em resgate ao que nos foi tomado, em reconstrução constante da nossa identidade e da nossa autonomia enquanto coletivo, que potencializamos as nossas narrativas.    * 
“Eu gosto sempre de me afastar da ideia de que nós estamos construindo um contranarrativa, isso faz parecer que a gente tá sempre partindo do outro, quase que uma oposição, e não, a gente tá construindo uma nova narrativa. Há um tempo atrás eu cheguei a conclusão que eu não tinha mais tempo pra desconstruir, o meu objetivo se tornou, construir. Construir pessoas que entendem seu lugar no espaço, entendem seu lugar nessa sociedade, que sabem os seus direitos, que vão descobrir que a história delas não se resumem a escravidão e serventia, que fomos reis e rainhas, inventores, matemáticos, que nós precisamos cuidar da nossa saúde física e mental, lutar contra esse genocídio. A minha idéia é construir. E agora eu tenho uma pergunta pra você… Que nova narrativa você quer colocar no mundo? Dentro e fora da internet?” 

(Gabi Oliveira, TEDXUNIRIO, 2018)

Fonte: CARTA CAPITAL

No Dia dos Professores, Haddad acena a Mario Sérgio Cortella para Ministério da Educação

"Sou amigo do Mario Sérgio Cortella há anos. Ele acompanhou meu trabalho como ministro e há muito tempo digo que ele deveria pensar em ocupar o Ministério da Educação", disse Haddad.
No Dia dos Professores, comemorado nesta segunda-feira (15), Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência da República, voltou a acenar para o escritor, filósofo e professor universitário, Mario Sergio Cortella, com a possibilidade de que ele ocupe o Ministério da Educação, caso o petista seja eleito.
“Sou amigo do Mario Sérgio Cortella há anos. Ele acompanhou meu trabalho como ministro e há muito tempo digo que ele deveria pensar em ocupar o Ministério da Educação. Quero montar a equipe dos melhores”, tuitou Haddad.
Em entrevista ao blog do jornalista Leonardo Sakamoto, publicada nesta segunda-feira (15), Haddad disse que já esteve com Cortella, além de outros possíveis ministeriáveis, caso ele seja eleito.
“Eu não convidei ninguém ainda para ministro. Mas tenho interlocução com pessoas que eu respeito. Fui falar com Joaquim Barbosa porque entendo que ele tem um serviço prestado ao país muito relevante. São 40 anos de serviço público e como ministro do Supremo Tribunal Federal. Não tenho como deixar de considerar a opinião dele para uma agenda tão importante quanto a questão republicana, de combate à corrupção, do fortalecimento da democracia. Falei ontem com o Mario Sérgio Cortella, sobre educação, dei abertura para que pudéssemos conversar depois das eleições. Quando Ciro voltar de viagem, vou procurá-lo, porque entendo que o Ciro é uma liderança preparada para ajudar Brasil a sair da crise.
Fonte: REVISTA FÓRUM

Cotado para ministro da Educação de Bolsonaro, militar defende ensino do criacionismo nas escolas

"Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu", diz o general Aléssio Ribeiro Souto.
Em entrevista a Renata Agostini, no jornal O Estado de S.Paulo desta segunda-feira (15), o general Aléssio Ribeiro Souto, que elabora propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), defendeu o ensino do criacionismo nas escolas públicas.
“Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe”, disse o militar. O criacionismo é a crença religiosa[1] de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural, de Deus, e hoje está vinculado à questão religiosa. No currículo escolar atual não consta o criacionismo, fala-se da Teoria da Evolução, que tem base científica nos trabalhos de Charles Darwin.
“A questão toda é que muito da escola na atualidade está voltada para a orientação ideológica, tenta convencer de aspectos políticos e até religiosos. Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu”, diz o general.
Fonte: REVISTA FÓRUM

MEMÓRIA - Ato no Rio distribui mil placas com nome de Marielle em uma hora

Marielle mil placas Cinelandia
Em homenagem um dia antes, Mangueira escolhe samba que cita vereadora assassinada há sete meses para seu enredo. "Pela memória de Marielle e Anderson Gomes e toda a luta que ainda virá".
São Paulo – Um ato em memória dos sete meses da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) distribuiu mil placas com o nome da parlamentar, ontem (14), na Cinelândia, no Centro do Rio. Marielle foi morta a tiros, no dia 14 de março, ao lado de Anderson Gomes, que dirigia o carro em que foram atacados. Até hoje as investigações não indicaram nenhum suspeito do crime.
O ato deste domingo foi um protesto em resposta à destruição de uma tabuleta com o nome de Marielle, no mesmo local, por dois candidatos do PSL, dias antes do primeiro turno das eleições de 2018. Houve protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro, do mesmo partido dos candidatos vândalos ("Ele não!)", e gritos de apoio a seu oponente, o petista Fernando Haddad (Haddad sim!).
O ato foi a segunda homenagem a Marielle em dois dias. Na véspera, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira elegeu, para seu samba-enredo do carnaval de 2019, "História para ninar gente grande", de autoria do carnavalesco Leandro Vieira – cuja proposta é contar passagens da história do Brasil sob o olhar dos excluídos e citará a vereadora assassinada.
A produção de tabuletas como homenagem a Marielle foi iniciativa do site Sensacionalista, que fez uma vaquinha virtual, cujo objetivo inicial era arrecadar R$ 2 mil para fazer cem placas. A meta foi atingida em 20 minutos e a vaquinha arrecadou um total de R$ 39.743, com 1.569 doadores – pessoas físicas e jurídicas.
No fim da manifestação, os ativistas foram instruídos a guardar suas placas e saírem em grupos, por segurança. "Vamos mostrar nas urnas que o amor sempre vence", disseram manifestantes.
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/10/ato-no-rio-distribui-mil-placas-com-nome-de-marielle-em-uma-hora
Com reportagem do Jornal do Brasil
Adaptado pelo CPC/RN, em 15/10/2018.

Estudantes decidem apoiar Haddad e convocam juventude a trazer luz para o debate eleitoral


Carta aprovada em São Paulo a sexta (12/10), com presença da candidata à vice-presidência Manuela d’Ávila (PCdoB), denuncia ameaça à democracia.
Na última sexta-feira (12/10), centenas de representantes estudantis do Brasil todo se reuniram na sede das entidades, em São Paulo, para debater o papel dos estudantes no segundo turno eleitoral brasileiro, que vai até 28 de outubro. A indicação de voto em Fernando Haddad (PT) e convocação dos jovens para a campanha foram aprovadas pela Diretoria Plena da UNE, da UBES e da ANPG, cada uma delas formada por cerca de 100 jovens.
“Enxergamos na candidatura de Jair Bolsonaro a representação da ameaça democrática que o país vem vivendo”, afirma a carta (leia abaixo), que também ressalta o papel dos estudantes durante o período de ditadura brasileiro, exaltado pelo militar da reserva.
Após discursos dos representantes e da candidata à vice-presidente Manuela d’Ávila (PCdoB), os estudantes gritavam em coro: “Sou estudante / Não abro mão / de derrotar o fascismo na eleição”.
Próximos passos
Para os estudantes, o debate eleitoral vem se apoiando em mentiras e não argumentos. Por isso, a orientação das entidades é para criação de comitês e assembleias de campanha pró-Haddad e pela democracia em cada escola, universidade e comunidade:
“Precisamos fomentar a disputa de projeto de país nas redes, construindo grandes correntes para combater as fake news, apresentar o programa de Haddad e combater o projeto reacionário de Bolsonaro.”
Além disso, dois dias de luta foram convocados: 20 de outubro,com um bloco da educação para se somar às manifestações chamadas por diversos setores, em especial as mulheres. E, no dia 26 de outubro, um dia nacional de mobilização nas escolas e universidades.
Dias que valem anos
Mariana Dias, presidenta da UNE, afirmou que a campanha precisa “não só do nosso apoio, mas também da nossa dedicação”. Presidente da UBES, Pedro Gorki destacou a necessidade de se opor um projeto da bala ao projeto da educação como esperança para a população.
No seu discurso, Manuela d’Ávila, que foi diretora da UNE em 2004, pediu generosidade de cada um para conversar com os que estão do outro lado e não são a favor do fascismo e da tirania. “A diversidade, a pluralidade, até o direito de ir às ruas contra uma presidenta, tudo isso só será garantido se existir democracia”, disse.

“Tem dias que valem por anos. Temos 17 dias até o segundo turno e não sabemos quantos anos de democracia podem nos custar essa eleição”, terminou.

CARTA DA UNE, UBES E ANPG SOBRE O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018

Mas ninguém se rendeu ao sono.
Todos sabem (e isso nos deixa vivos):
a noite que abriga os carrascos,
abriga também os rebelados.
Em algum lugar, não sei onde,
numa quebrada,
numa sala de aula,
no porão de alguma fábrica
se traçam planos de revolta

As eleições presidenciais de 2018 vêm pautando o debate nas ruas e nas redes de todo o Brasil nos últimos meses. É um momento em que se coloca em evidência os projetos em disputa para o país e os rumos da democracia brasileira. Frente a esse histórico pleito, as entidades estudantis – UNE, UBES e ANPG – vêm a público manifestar suas preocupações e suas orientações aos estudantes brasileiros.
É notório a escalada de intolerância e da violência nessas eleições. Estão surgindo dezenas de denúncias de agressões e até casos de assassinato que se dão por divergências políticas. Faz-se necessário a denúncia de toda forma de supressão ao debate democrático e é fundamental também repudiar todos os discursos dos candidatos que fortaleçam o ódio e a violência.
Chegaram ao segundo turno os candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Frente à polarização de seus projetos que são antagônicos, as entidades estudantis sentem-se na obrigação histórica de pronunciar-se diante deste cenário de forma a cumprir seu objetivo e responsabilidade com a sociedade brasileira que passa pela defesa da democracia, educação, da ciência, dos direitos sociais e da soberania nacional.
A crise internacional tem imposto no mundo uma agenda de austeridade aos trabalhadores e estudantes e levado vários setores da sociedade a apoiar saídas radicais e autoritárias. É necessário o apoio de todas as nações democráticas para pressionar o Brasil a seguir no caminho da defesa dos direitos do povo brasileiro.
Por isso, indicamos o voto dos estudantes no candidato Fernando Haddad, pois enxergamos na candidatura de Jair Bolsonaro a representação da ameaça democrática que o país vem vivendo.
Democracia é um tema caro para nós e para o povo brasileiro. As entidades estudantis, tanto nacionais, quanto estaduais e locais, foram as primeiras vítimas dos regimes autoritários defendidos por Bolsonaro. A organização livre dos estudantes na época foi posta na ilegalidade, acompanhado de incêndios criminosos às nossas sedes. Nossas lideranças foram perseguidas, brutalmente torturadas e assassinadas. E ainda assim, mantivemos nossa bandeira azul contra o fascismo hasteada e assumimos a tarefa de reconquistar a democracia.
Por isso, a obrigação histórica daqueles que foram perseguidos e sofreram pelo punhal da ditadura militar é colocar-se contra os defensores da tortura e dos regimes ditatoriais e a favor de projetos nacionais com responsabilidade democrática. Esse autoritarismo de Bolsonaro é vinculado a um projeto que visa atacar a democracia para aplicar a qualquer custo as medidas neoliberais que retiram direitos dos trabalhadores para maximizar os lucros dos grandes empresários.
Assim, convocamos os estudantes brasileiros a estarem engajados na campanha presidencial apresentando cada vez mais as insuficiências e contradições do programa econômico de Bolsonaro, que nada tem de antissistêmico e se propõe a continuar a rejeitada política econômica de Temer. O seu compromisso com as medidas anti-povo de Temer como a Emenda 95 (PEC do teto de gastos), a reforma trabalhista que terceiriza e retira direitos, a privatização de estatais e aprovação a reforma da previdência precisam ser denunciados ao povo mais pobre e aos setores médios da sociedade.
O programa para educação de Bolsonaro é também absolutamente destoante da trajetória de lutas dos estudantes brasileiros. A defesa da redução da maioridade penal, a manutenção da emenda 95 (que ele apoiou no congresso) que congela os investimentos em educação, a ameaça a manutenção da política de ações afirmativas, as propostas de militarização da educação, a defesa do projeto Escola com Mordaça, a proposta de educação à distância no ensino fundamental e médio, desmonte da universidade pública e um programa vago para o setor educacional o colocam como o inimigo número UM dos estudantes e da educação.
Além disso, Bolsonaro não apresenta projeto concreto para a sustentação e desenvolvimento da ciência brasileira. O candidato propõe a extinção do Ministério da Ciência e Tecnologia associado a defesa do teto dos gastos e privatização das estatais brasileiras que são base para o desenvolvimento e ciência nacional. Este fato, coloca em risco todo o sistema nacional de ciência e tecnologia, incluindo a pós-graduação e Programas de Iniciação Científica (PIBIC) que vem colocando nossos jovens estudante em contato com a produção científica.
Ainda, Bolsonaro pretende aplicar esse programa de atraso usando medidas anti-democráticas, legitimando e institucionalizando a violência e a repressão contra os movimentos sociais, entidades estudantis, sindicatos e todos aqueles que se opuserem a esse projeto.
Por outro lado, a candidatura do professor Fernando Haddad, o responsável por projetos que impactaram Educação, como o processo de democratização do acesso à universidade pública e particular através do ENEM, SISU, PROUNI e a política de cotas; a abertura de centenas de Institutos Federais de educação; a criação do Plano Nacional de Educação e consolidação do Plano Nacional de Pós-Graduação; a valorização e expansão da pós-graduação; e, o piso nacional para professores são alguns projetos que modificaram a educação.
Somado a isso, o projeto representado por Fernando Haddad tem se colocado como um amplo e plural polo democrático que, ao contrário do projeto de Bolsonaro, defende a democracia, o combate às desigualdades sociais, a valorização do trabalho, tendo a educação e a ciência como alicerce para um projeto nacional.
É urgente a convocação de assembleias para debater a posição dos estudantes nesse segundo turno e a criação de comitês de campanha pró-Haddad/pela democracia em cada escola, universidade, comunidades e bairros por esse país para organizar essa parcela significativa de estudantes que querem se engajar nesse momento de defesa dos direitos, da democracia e do Brasil. Precisamos fomentar a disputa de projeto de país nas redes, construindo grandes correntes para combater as fake news, apresentar o programa de Haddad e combater o projeto reacionário de Bolsonaro.
Precisamos estar atentos e fortes para os tempos que virão, a derrota do nosso inimigo se dará nas ruas junto ao povo em luta, engrossando as fileiras de um Brasil soberano e democrático.
Convocamos ainda dois grandes dias de mobilização para ocupar novamente as ruas contra Bolsonaro e em defesa da democracia: no dia 20 de outubro organizaremos um bloco da educação que se somará às manifestações chamadas por diversos setores, em especial pelas mulheres que vem protagonizando a resistência ao conservadorismo com atos em todo o Brasil e, no dia 26 de outubro, faremos um dia nacional de mobilização nas escolas e universidades.
O ódio, a violência e as mentiras não amedrontarão os estudantes brasileiros. Acreditamos em nosso povo e suas potencialidades e, por isso, defendemos um futuro para o Brasil em que cada jovem tenha em uma mão um livro e na outra uma carteira de trabalho e não uma arma. Defendemos que em cada bairro do nosso país tenhamos uma escola e não mais um presídio. Sabemos que educação e ciência e tecnologia possuem enorme capacidade para geração de riquezas e de transformação social para reduzir as desigualdades sociais que assolam o nosso país. Nesse sentido, a União Nacional dos Estudantes, a União Brasileira de Estudantes Secundaristas e a Associação Nacional de Pós-Graduandos convocam todo o corpo discente brasileiro a se engajar na campanha de Fernando Haddad e Manuela D’Ávilla afim de defender nossa democracia. Só o voto 13 pode derrotar as forças conservadoras, anti-populares e reacionárias e defender e garantir uma nação soberana com acesso à uma educação e ciência pública, gratuita e de qualidade.
São Paulo, 12 de Outubro de 2018
Fonte: UBES
Adaptação: CPC/RN

Dia do Professor

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No dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor, data em que se homenageia os responsáveis pelo desenvolvimento da educação e do conhecimento no país, abrangendo um escopo de profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior universitário. Como todos sabemos, trata-se de uma das mais importantes profissões praticadas no mundo, afinal, sem ela, a transmissão de conhecimentos e a correta apreensão destes pelas pessoas seriam praticamente impossíveis.
A origem do dia do professor se deve ao fato de, em uma data de 15 de outubro, o Imperador D. Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, em 1827, com a criação das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.
Tempos depois, mais precisamente no ano de 1947, o professor paulista Salomão Becker, em conjunto com três outros profissionais da área, teve a ideia de criar nessa data um dia de confraternização em homenagem aos professores e também em razão da necessidade de uma pausa no segundo semestre, até então muito sobrecarregado de aulas. Mais tarde, em 1963, a data foi oficializada pela lei Decreto Federal 52.682, que, em seu Art. 3º, diz que “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”.
No Brasil, para se tornar professor, é preciso ter um curso superior em uma área relacionada com o ensino, seja a Pedagogia, seja um curso na modalidade de licenciatura, onde se apreende os principais conceitos didáticos pedagógicos, além de se angariar as primeiras experiências em sala de aula.
Além disso, qualquer outro cidadão que tenha concluído o ensino superior com uma formação complementar posterior (pós-graduação lato sensu ou stricto senso) também pode ministrar aulas na universidade, com a recomendação de que o profissional faça uma especialização de docência em nível superior ou algum outro curso correspondente.
O grande problema com relação ao exercício do professorado é a desvalorização de sua profissão. Embora seja uma das competências mais admiradas pela sociedade, os profissionais da área sofrem com os baixos salários, as precárias condições de trabalho em alguns casos ou o trabalho excessivo em outros, além de outros fatores, como a indisciplina dos alunos e a superlotação das salas. Essa realidade reflete-se no baixo interesse dos estudantes em se tornarem professores, pois a minoria dos que prestam vestibular e Enem deseja ingressar em carreiras relacionadas com a licenciatura ou pedagogia.
Soma-se a esses fatores o peso que, muitas vezes, o professor carrega em educar os estudantes, haja vista que, não raro, as famílias transferem essa responsabilidade para a escola. Segundo o professor e filósofo Mario Sérgio Cortella, há uma diferença nem sempre muito nítida entre “educar” e “escolarizar”, sendo a primeira uma responsabilidade dos pais e da família e a segunda a função do professor e da escola.
Apesar de todas as dificuldades e percalços, a carreira de professor é bastante importante e oferece uma grande oportunidade para que as pessoas não só acumulem saberes, mas que também oportunizem a outras pessoas o desenvolvimento das diferentes formas de conhecimento. Vale lembrar que a função do professor não é a de transmitir informações, mas fazer com que o aluno consiga assimilar melhor as características e processos inerentes ao mundo em que vive.
Por Me. Rodolfo Alves Pena