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terça-feira, 18 de julho de 2017

19°Congresso e 3ª Bienal de Cultura e Arte da UEE/RJ começam nesta quinta

por Cristiane Tada.
A UENF de Campos dos Goytacazes vai receber estudantes de todo o Rio de Janeiro que vão unir arte e luta
De 20 a 23 de julho estudantes fluminenses de todo o Estado se reunirão na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro em Campos dos Goytacazes (275 KM) para o 19° Congresso da União Estadual dos Estudantes do Estado do Rio de Janeiro.
Na ocasião serão discutidas as bandeiras de luta da UEE-RJ para os próximos dois anos e também será eleita a nova diretoria da entidade. Na pauta principal estará a resistência estudantil diante a crise nos serviços públicos colocados em cheque pelo Governo Temer e Pezão, a educação pública, gratuita e de qualidade em risco, o avanço da mercantilização do ensino privado e o papel da universidade no desenvolvimento regional.
O presidente da UEE-RJ, Leonardo Guimarães que termina seu mandato da gestão 2015/2017 destaca que o período foi marcado pela dificuldade de construir o movimento estudantil e o movimento social.
“Iniciamos num processo de lutas que já se avizinhava a crise estadual, onde atuamos com muita força nas universidades estaduais, nas ocupações dessas universidades, na greve na Estadual no Norte Fluminense, enfrentamos as maldades de Eduardo Cunha que era daqui do Rio e exercia forte influência. Tivemos grande participação contra ele na luta contra a Redução da Maioridade Penal e também na Primavera das Mulheres onde as mulheres universitárias mandaram muito bem em manifestações históricas que tiveram bastante repercussão contra a lei que proibia a pílula do dia seguinte”, destacou.
Ele ressaltou também a luta nas instituições privadas. “Saímos dessa gestão maiores do que entramos, hoje temos mais movimento estudantil organizado, mais DCEs, e inclusive essa nossa forte atuação nas universidades privadas nos fez aprovar a primeira lei do país que proíbe a cobrança de algumas taxas, como de repetência, de eletiva e de prova. Acho que é uma iniciativa importante que deve ser repetida em todo o Brasil. A UEE já formulou uma lei em tramitação na Alerj que proíbe as principais que são a de taxas de comprovante de matrícula e histórico escolar”.

3ª BIENAL DE CULTURA E ARTE DA UEE/RJ

Junto com o o maior encontro do movimento estudantil do Rio de Janeiro acontecerá também a 3ª Bienal de Cultura e Arte da UEE/RJ, que vai reunir mostras selecionadas de Música, Audiovisual, Artes Cênicas e Literatura de universitários de todo o estado, promover debates acerca do papel da cultura na universidade, além de valorizar a cultura local por meio de apresentações, oficinas e vivências.
“Certamente isso vai ajudar a fazer com o que movimento estudantil consiga ampliar sua capacidade de diálogo com todos os estudantes do Estado”, destacou Leonardo.

SERVIÇO

Quando? 20 a 23 de julho de 2017
Onde? Centro de Convenções da UENF em Campos dos Goytacazes/RJ
Quanto? Valor da inscrição antecipada: R$ 30,00.
Inscrição inclui participação em todas as atividades do 19º Congresso/3ª Bienal, alimentação, alojamento (levar barraca e/ou colchão), transporte interno e certificado de participação com 40 horas.

Faça sua inscrição para o 19º Congresso e 3ª Bienal da UEE-RJ nos links abaixo:
>> Para realizar sua inscrição preencha o formulário: https://goo.gl/ko8UN1
>> Para pagar antecipadamente o valor de R$ 30, 00 (trinta reais) acesse: https://goo.gl/7P8sVd
* Até o dia 16 de julho de 2017, as inscrições serão online e no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Posterior a esta data, somente será possível se inscrever nos dias do evento, no valor de R$ 40,00 (quarenta reais).
>> O edital da 3ª Bienal da UEE/RJ está disponível em: https://goo.gl/vue7s3
* Para participar da mostra estudantil da 3ª Bienal da UEE/RJ é necessário mandar um release/fotos/mostra do seu trabalho para o e-mail contato.ueerj@gmail.com com o assunto INSCRIÇÃO BIENAL – e a linguagem que você pretende inscrever seu trabalho.
* As inscrições para a Bienal só vão até o dia 14 de julho de 2017. E-mails enviados posteriormente a esta data serão desconsiderados.

* As inscrições do congresso e bienal somente serão confirmadas mediante e-mail de confirmação de inscrição deste formulário e do e-mail de confirmação de pagamento do Sympla.
>> Inscrição para a Cobertura Colaborativa: https://goo.gl/forms/Z3ei3FsKKtwLu9ut1
Fonte: UNE

Clementina de Jesus: A Voz da Cor e Arte....

Clementina de Jesus

Sambista fluminense, dona de uma voz inconfundível, potente e ancestral, Clementina de Jesus foi a síntese do Brasil, expressão de um país de forte herança africana e de singular formação religiosa. Conhecida como Rainha Quelé, carregava consigo os banzos de seus ancestrais, transformados em cantos, encantos e segredos nos jongos, no partido-alto e nas curimbas que cantava. Diferentemente das conhecidas e famosas “divas do rádio” que brilharam na primeira metade do século XX, a cantora negra tinha um timbre de voz grave, mas com grande extensão e um repertório de músicas afro-brasileiras tradicionais.


Se liga:"Seu pai, Paulo Batista dos Santos, foi mestre de capoeira, violeiro e estucador. Com a mãe, Amélia de Jesus dos Santos, parteira, aprendeu os cantos de trabalho, partido-alto, ladainhas e jongos, assim como corimás e ponto de candomblé. A família residia na Rua Carambita e depois se transferiu para o bairro de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando Clementina tinha entre oito e dez anos de idade, onde ganhou o apelido de "Quelé"."

Nascida na cidade de Valença (RJ), região do Vale do Paraíba, tradicional reduto de jongueiros, Clementina era filha da parteira Amélia de Jesus dos Santos e de Paulo Batista dos Santos, capoeira e violeiro da região. Uma de suas avós chamava-se Teresa Mina. A pequena Clementina viveu a infância na cidade natal, ouvindo sua mãe cantar enquanto lavava as roupas a beira do rio. Assim foi guardando na memória tesouros que mais tarde gravaria em discos. Aos sete anos veio com a família para a cidade do Rio de Janeiro, bairro de Oswaldo Cruz, onde mais tarde surgiria a tradicional Escola de Samba Portela. Lá frequentou em regime semi-interno o Orfanato Santo Antonio e “Cresceu assim num misticismo estranho: vendo a mãe rezar em jejê nagô e cantar num dialeto provavelmente iorubano, e ao mesmo tempo apegada a crença católica.” (Hermínio Bello de Carvalho).

Até os quinze anos, Clementina participou do grupo de Folia de Reis de seu João Cartolinha, renomado mestre da região. Foi João quem levou a moça para o Bloco As Moreninhas das Campinas, embrião da 
Escola de Samba Portela, onde ocorriam de rodas de samba e onde Clementina conheceu grandes bambas como Paulo da Portela, Claudionor e Ismael Silva. Nesse tempo, a voz de Clementina já chamava a atenção e ela foi convidada por Heitor dos Prazeres para ensaiar suas pastoras, o que fez durante muitos anos. Casou-se com Albino Pé Grande e foi morar no Morro da Mangueira, de onde não saiu mais. Ao longo destes anos Clementina trabalhou como lavadeira e empregada doméstica. Sua atividade de cantora ela exercia sem intenção de fazer-se profissional, cantava porque preciso era cantar, por prazer, por alegria. 

A carreira profissional de Clementina de Jesus como cantora começou aos 63 anos, depois que o produtor e compositor Herminio Bello de Carvalho a encontrou na festa da Penha em 1963, quando ela cantava na Taberna da Glória. Hermínio ficou fascinado pela sambista e quando a reencontrou, na inauguração do restaurante Zicartola, passou a ensaia-la em sua casa, preparando-a para o espetáculo Rosa de Ouro, show que a consagraria. Participavam do show, além de Clementina de Jesus e da cantora Aracy Côrtes, diversos sambistas das Escolas de Samba cariocas, entre os quais os ainda desconhecidos Paulinho da Viola e Elton Medeiros. A crítica foi unânime em exaltar Clementina e seu desempenho, tanto no show quanto nos dois LPs gravados ao vivo, as primeiras gravações da cantora. Nos anos seguintes Clementina participou dos discos Mudando de conversa, Fala Mangueira! e Gente da antiga, este último um disco antológico da música brasileira, ao lado de João da Baiana e Pixinguinha. No continente africano, participou do encontro das artes negras de Dakar em 1966, ao lado de outros bambas como Martinho da Vila e artistas como Rubem Valentin. Clementina foi o maior sucesso do festival e grande destaque. Ao final do show da cantora as pessoas invadiam o palco para abraçá-la, contou Sérgio Cabral. Também no mesmo ano ela representou a música brasileira no festival de cinema de Cannes, na França.

Naquele mesmo ano de 1966, Clementina gravou seu primeiro disco solo, intitulado Clementina de Jesus, com repertório de jongo, curima, sambas e partido-alto. A capacidade de Clementina de transmitir poderosa emoção através do canto chamou a atenção dos críticos, que, de novo, renderam-se aos encantos 
de sua voz. Também Milton Nascimento, fascinado pelo banzo de Clementina, convidou a cantora para participar de seu disco chamado Milagre dos Peixes gravando a excepcional faixa Escravos de Jó.

Ao todo a cantora gravou 13 LPs entre álbuns solos e participações em álbuns coletivos, com destaque para o disco O Canto dos Escravos, composto de vissungos de escravos da região de Diamantina, recolhidos por Aires da Mata Machado. Unanimidade entre a crítica, Clementina foi louvada como elo entre África e Brasil, tendo sido reverenciada por grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, João Nogueira, Clara Nunes, Caetano Veloso, Maria Bethânia e João Bosco. Todos a tratavam com muito carinho, inclusive alguns a chamavam carinhosamente de mãe Clementina. O sambista Candeia compôs um samba em homenagem à Rainha Quelé chamado “Partido Clementina de Jesus”, que a cantora gravou ao lado de Clara Nunes em 1977 no LP “As Forças da Natureza”.

Em 1983 houve uma grande homenagem à cantora no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com participação de grandes sambistas como Paulinho da Viola, Beth Carvalho e João Nogueira. Clementina faleceu vítima de derrame em Inhaúma, Rio de Janeiro, no ano de 1987, aos oitenta e seis anos.
  
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

Fonte:https://pt.wikipedia.org/dicionariompb.com.br/clementina-de-jesus