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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

DENÚNCIA - Professora é removida de escola pública por “insistir na temática indígena”

 2021 10 08 jacy santos agencia publica

Foto: Jacy Santos

selonovo
Agência Pública - Reportagem: Fábio Bispo

Márcia desceu o baixo rio Madeira no último 25 de agosto sem saber quando voltaria à comunidade ribeirinha de Nazaré, distrito de Porto Velho (RO). Naquele dia ouviu da diretora Ana Laura Camacho que não fazia mais parte do quadro de professores da Escola Estadual Professor Francisco Desmorest Passos. Com um memorando de devolução em mãos, passou na sua maloca, pegou alguns pertences, e mal se despediu. Uma vizinha, sem saber do ocorrido, lhe presenteou com uns puruís (fruta acre e doce). Não sabia ao certo o que faria, só que deveria procurar o setor de lotação. 

O relatório circunstanciado que sustenta o pedido de remoção da professora Márcia Nunes Maciel, Márcia Mura, doutora em História Social pela USP (Universidade de São Paulo), indígena da etnia Mura e pesquisadora indígena, apontou dificuldades em lotar a docente em escolas ribeirinhas por “insistência da professora em inserir a temática indígena”. 

A professora voltou a Nazaré nos dias seguintes, mas a remoção já estava decidida e “veio de cima”, segundo a direção da escola, com orientação para lotar Márcia em uma escola de Porto Velho, na cidade, longe das comunidades tradicionais e originárias. Ao longo de 49 páginas, o documento, que recebeu aval do Núcleo de Apoio à Coordenadoria Regional de Educação de Porto Velho, órgão ligado à secretaria de Educação estadual, narra uma série de episódios relacionados à resistência da professora em aceitar processos que desconsideram a perspectiva de uma indigenista como ela.

Apesar de registrar que a professora lecionava “apenas conteúdos relacionados à questões indígenas”, o relatório usado para remover a professora mostra que Márcia ministrou assuntos que fazem parte da Base Nacional Comum, como a história de Marco Polo, sociedade medieval, Feudalismo e Iluminismo. O relatório de remoção tenta justificar a penalização da professora apontando que ela não utilizava o livro didático, reafirmando diversas vezes que existia uma “insistência da professora em inserir a temática indígena e local para todos os estudantes”.

“Fiz muitas atividades transdisciplinares em sala de aula, pois sempre trabalhei partindo da perspectiva indígena sim, dialogando a partir do local para entender o global, entendendo que um não está desligado do outro”, argumenta Márcia.

A professora indígena estaria sendo vítima de perseguição por seu trabalho, avalia o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia (Sintero). “Existe uma certa perseguição pelo trabalho da professora que é de resgate da tradição indígena”, diz a secretária de assuntos educacionais do Sindicato, Judith Campos. Para ela, além de perseguição, o caso pode configurar assédio moral. “O próprio caso em que a escola apagou a figura de um indígena na parede confirma essa perseguição. A escola tinha outras paredes e espaços para fazer novos desenhos, mas escolheu justamente apagar a imagem do índio”, diz, se referindo ao episódio narrado no documento de afastamento, quando Márcia chorou ao ver que a escola apagou o mural na área de uso coletivo que retratava um índio inca. O embate terminou com a professora chamando os membros da direção de “etnocidas”.

Decisão veio de cima

Márcia é uma destacada historiadora e liderança indígena de Rondônia. Em 2010, a professora ganhou o prêmio de intercâmbio cultural do Ministério da Cultura (Minc), para apresentar sua pesquisa de mestrado sobre mulheres que vivenciam o espaço do seringal na Amazônia pela Federal do Amazonas (UFAM). É autora do livro “O Espaço Lembrado – Experiências de Vidas em Seringais da Amazônia” e faz parte do Instituto Madeira Vivo e do Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO/USP).

Recentemente, ela organizou a caravana das mulheres Muras da Amazônia na Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, quando mais de cinco mil mulheres de 172 etnias ocuparam a capital federal durante a primeira semana de setembro para lutar por direitos e contra o Marco Temporal, que trata das demarcações das terras indígenas. Ela critica abertamente o governo Bolsonaro, que defende a exploração de territórios originários pelo agronegócio. Desde a eleição do atual presidente se intensificaram os ataques e violações de direitos de povos indígenas, bem como ameaças a instituições de ensino e perseguição a professores acusados de doutrinação ideológica, como mostrou relatório do Global Public Policy Institute.

A Escola Professor Francisco Desmorest Passos está instalada em uma comunidade ribeirinha, no contexto rural, mas para a direção deve ser enquadrada como escola comum, sem currículo diferenciado.

Márcia foi advertida mais de uma vez, segundo a direção, com o argumento de que a única temática trabalhada pela professora durante todo o ano letivo teria sido “cultura local e cultura indígena”. Em uma das ocasiões narradas no relatório de remoção, ela defendeu a mudança do nome da Feira Gastronômica da escola, que passou a se chamar Encontro de Saberes e Sabores. A professora argumentou que “feira gastronômica soava muito eurocêntrico”. 

“O parecer da devolução me coloca como se fosse eu que tomasse uma decisão isolada. Isso é desmerecer todo o processo colaborativo participativo construído na escola. Que tínhamos discordância metodológica isso sim, mas seguíamos as decisões do coletivo. Algumas propostas que apresentei foram aprovadas, como a mudança do nome da Feira Gastronômica para Encontro de Saberes e Sabores”, diz. 

Com a pandemia, as atividades deveriam ser impressas e entregues aos alunos. Mas a supervisora da escola achou que o conteúdo de Márcia não era adequado —o relatório não cita o conteúdo das atividades, apenas que eles tratavam da questão indígena. As atividades não foram impressas pela escola, porém o relatório registra que Márcia distribuiu os conteúdos. 

Por telefone, a diretora da escola Professor Francisco Desmorest Passos, Ana Laura Camacho, disse que a decisão para remover Márcia do quadro de funcionários daquela unidade “veio de cima”. 

“A escola é do governo, somos funcionários do governo, do Estado. Existe uma linha dentro da Educação que precisa ser seguida. Eu não posso fazer aquilo que eu quero, quando eu quero, da forma que eu quero, só quando eu tiver uma barraquinha de pipoca”, afirmou. Questionamos a diretora sobre a quem ela estava se referindo quando disse que “a ordem para remover Márcia veio de cima”, mas ela não respondeu. Encaminhamos pedido de resposta também à Secretaria de Educação do Estado, mas eles não responderam às nossas perguntas.  

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Lionilda Simão, diz que as perseguições têm se tornado cada vez mais frequentes na Educação em Rondônia. “Temos outros casos de pessoas que foram removidas dos seus setores por pura perseguição”, afirmou. O Sindicato já pediu à Secretaria de Educação uma apuração mais detalhada dos casos de abusos e assédios. 

 marcia mura instagram professora indigena
Tanisson Nunes/ Reprodução Instagram

O atual governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (PSL), aliado de Bolsonaro, ficou famoso por censurar livros. Em fevereiro de 2020, logo no início de sua gestão, a Secretaria de Educação do Estado solicitou o recolhimento de títulos das bibliotecas das escolas julgados como inadequados para crianças e adolescentes.

Constavam na lista obras dos autores Mário de Andrade, Machado de Assis, Franz Kafka, Euclides da Cunha e também as do teólogo, psicanalista e educador evangélico Rubem Alves, que tinha todas as obras destacadas como impróprias. Na época, o secretário de Educação, Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, disse que a lista se tratava de um rascunho. Naquele mesmo mês, Suamy anunciou mais cinco escolas militares. Já são pelo menos 13 unidades de ensino neste modelo em Rondônia.

Além de militar, Marcos Rocha também é evangélico e defende a produção agropecuária em terras indígenas. Em janeiro deste ano, o governo de Rondônia sancionou a redução de 161.599 mil hectares das unidades de conservação Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Parque Estadual Guajará-Mirim para privilegiar a criação de gado. A decisão do impacta diretamente nas Terras Indígenas Uru-eu-wau-wau, Karipuna, Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão, Karitiana e os povos que estão em isolamento voluntário na região. 

A diretora da escola confirmou que o fato de Márcia trabalhar a questão indígena nas aulas de história foi o que pesou para sua remoção: “Você querer colocar na cabeça das pessoas que elas são indígenas mesmo sem ser, fica difícil. Esse é um dos motivos por ela se negar [a passar outros conteúdos] como está no meu relatório”, afirmou, emendando: “Ela é indigenista. Ela procurava passar só o mesmo conteúdo e quando a supervisora falava ela se negava a mudar”. 

Os professores da Escola Professor Francisco Desmorest Passos estão fazendo hora-extra para cobrir a falta da professora. Ana Laura confirmou que há dificuldade para encontrar docentes dispostos a trabalhar na comunidade ribeirinha. “Por mim ela não sairia nunca, porque precisamos do servidor. É um local de difícil aceitação devido à distância, mas infelizmente as pessoas fazem por onde”.

Márcia recorreu da decisão na Secretaria de Educação. Em sua defesa, fez um histórico da sua carreira na escola e rebateu cada um dos pontos do relatório. A Secretaria ainda não se manifestou sobre o recurso da professora.

Estudo da história e culturas indígenas é obrigatório

Apesar de estar inserida em comunidade ribeirinha, às margens do Madeira e em território ancestral Mura, para o Estado, a escola Desmorest Passos recebe o mesmo tratamento que uma escola urbana, sem currículo diferenciado. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação defende que a escola deveria ser enquadrada como escola rural, e não urbana.  Em todo caso, a unidade precisa seguir o que determina a Lei de Diretrizes e Bases, a LDB, que tornou “obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena” em todos os estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados. 

Para a professora e comunicadora indígena Ingrid Sateré Mawé, dirigente da Central Sindical e Popular Conlutas, os argumentos usados para remover Márcia da escola sinalizam violações da LDB.

“Existe um entendimento muito errado de que a cultura indígena só deve estar presente em conteúdos específicos e isso não é verdade. Essa sempre foi uma questão histórica, tanto que foi preciso a lei 11.645/2008 para reafirmar a necessidade de tornar obrigatório o estudo da história e cultura indígena de forma transversal em diferentes conteúdos e disciplinas”, explica Ingrid. 

A liberdade de cátedra – um princípio que assegura a liberdade de ensinar e de aprender – também é prevista pela Constituição (artigo 206) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (artigo 3º).

Retomar identidade de um povo extinto pela historiografia

Deixar a escolinha de Nazaré —e nessas circunstâncias— é separar Márcia da própria história. Criada ali na vila às margens do Madeira, onde a família fincou pau forte depois de vir de Uruapiara (AM), a história de Márcia remonta a própria história do seu povo Mura, que sofreu diversos estigmas, massacres, perdas demográficas, linguísticas e culturais ao longo do processo de colonização.

Com muito custo, nas palavras de Márcia, fez graduação e mestrado em Rondônia, enquanto a família se deslocava pelo território, ora por doença, ora por questões financeiras. Ao concluir o doutorado pela USP, em 2016, decidiu compartilhar com sua comunidade os saberes proporcionados pela troca de conhecimento na construção da dissertação “O Espaço Lembrado” (2008) e da tese “Tecendo Tradições Indígenas” (2016).

Ao percorrer as áreas de seringal, desde Nazaré a Uruapiara, passando por Humaitá (AM) e na Terra Indígena Itaparanã, Márcia percebeu que aqueles espaços, apesar de notadamente terem passado por algum processo de “apagamento da presença indígena”, também mantém tradições ancestrais indígenas. 

“O intuito foi alinhavar uma reflexão sobre os modos de ser indígenas e seus mecanismos de resistência, para que a maneira de viver ligado à natureza se mantenha viva, diante das ameaças dos projetos desenvolvimentistas que não consideram os patamares da cultura dessas comunidades que se estendem ao longo das margens dos rios e lagos da Amazônia”, escreveu Márcia na tese que também assume tom de denúncia quando trata das “políticas genocidas e etnocidas contra os povos indígenas e tradicionais”, principalmente àquelas ligadas a projetos desenvolvimentistas como as hidrelétricas da região do Rio Madeira. 

Numa das passagens do estudo que virou livro, escreveu: “Essa Amazônia que fica em chamas de um lado e deserta do outro, e ao mesmo tempo oferece uma água fria de um igarapé para se refrescar, enquanto passa um incêndio acidental ou provocado do lado ou se desmata uma grande área para criar gado ou plantar soja ou ainda desvia-se um rio para construir uma hidrelétrica. Essa Amazônia cheia de gente que canta, que luta, que sonha e faz poesia, que perde suas lideranças assassinadas e chora, fica com o nó na garganta, levanta a cabeça, finca o pé no chão e não desiste de lutar pelo seu espaço de vida”.

“Nós, Muras, além de termos passado por um processo de colonização portuguesa e espanhola, também fomos tupinizados. Isso que estou passando para eles [os alunos] em sala não se encontra em livro didático nenhum”, diz a professora.

Concentrados no interflúvio Madeira-Purus, os povos Muras sofreram intensamente com o processo de colonização, que extinguiu sua língua materna e até hoje pressiona a etnia, alvo de constantes ameaças contra sua cultura e seu território. Áreas ocupadas pelos Muras atualmente estão na mira de megaprojetos, como a reconstrução da BR-319, que pretende ligar Porto Velho a Manaus, e na construção de uma mina de potássio que quer escavar por debaixo da Terra Indígena em Autazes.

>> Essa matéria foi produzida pela Agência Pública - clique aqui e saiba como ser um aliado do jornalismo de qualidade.


Fonte: CNTE

Receitas para fazer um delicioso churrasco

Preferência nacional para os finais de semana ainda é o bom e velho churrasco. Mas preparar essa iguaria nacional pode não ser tão simples assim. Um erro básico na hora de escolher a carne, por exemplo, pode comprometer o sabor e qualidade do prato. Por isso, selecionamos dicas fundamentais para você não errar na hora de fazer seu churrasquinho do semanal. No final da matéria, você pode conferir ainda duas sugestões de receitas – uma para grelha e outra para espeto. Bom apetite!

 

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Segredos do churrasco

• Não compre carnes se a gordura estiver de amarelo escuro. Isto é indicação de animal velho, ou seja, carne dura. No caso específico de costela, osso chato e grande é animal velho, enquanto ossos pequenos e arredondados são de novilho. As costelas devem ser compradas em tiras de 8 a 10 cm de largura. Dê preferência as costelas centrais do animal.

• O corte da carne deve ser feito no sentido transversal ao comprimento das fibras do músculo.

• Alguns cortes de carnes precisam de um preparo especial como o cordeiro ou a costela. É importante deixar essas carnes marinando no tempero de um dia para o outro, isso deixa a carne mais tenra e com o tempero mais acentuado.

• Não deixe de separar os tipos de carne na hora de assar, como lingüiça e frango, para que o sabor e tempero de uma não afetem o paladar das outras.

• É importante checar também outro “personagem” do churrasco, o carvão. É bom lembrar que não é aconselhável a sua reutilização. A dica é sempre assar as carnes no em brasa e não com fogo muito alto, pois assim não se corre o risco de sapecá-las ou queimá-las.

• Cuidado com as carnes congeladas! É sempre bom descongelar com antecedência (12 horas) e não colocar na água quente, muito menos no forno de micro-ondas, pois retira totalmente o sabor da carne. Uma boa sugestão para temperar o frango é deixá-lo marinando de um dia para outro numa mistura com shoyo e leite de coco. Dessa maneira, a carne fica macia e com um sabor diferente.

• Antes de ser levada à churrasqueira, a carne deve adaptar-se à temperatura
ambiente. Não se deve levar a carne da geladeira diretamente ao fogo. A carne pode não ficar no ponto ideal.

• Outra dica de marinada para carnes vermelhas é deixá-las no vinho tinto com ingredientes frescos como ervas, pois assim elas ficam macias e dão um toque todo especial. Mas não se deve colocar todas as carnes nesse tempero, senão, todo o churrasco ficará com o mesmo sabor. Um diferencial é fazer costela no bafo. Basta temperar somente com sal grosso e enrolar a costela numa folha de papel celofane e levar direto para a grelha.

• Um segredo para os apaixonados por carnes mal passadas: assim que ela começar a sangrar por por cima, virá-la e deixar assar por alguns minutos. Quando a carne estiver semi-assada é hora de apreciar. Isso faz com que os sucos da carne sejam preservados e não deixa passar do ponto. Para os cortes de carne grandes é sempre bom fatiar e servir logo em seguida para que não queime muito e fique crua no meio.

• Verificar a qualidade das carnes quanto à sua origem e procedência – dar preferência aos produtos com SIF (Serviço de Inspeção Federal).

 

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Combinações e acompanhamentos

O churrasco apresenta inúmeras possibilidades e combinações que, muitas vezes, são esquecidas. Preparar legumes (batata, berinjela, abobrinha) assados na brasa e temperados com azeite, sal e pimenta do reino branca é uma dica simples e deliciosa que por vezes é deixada de lado.

Alguns itens são importantíssimos para um churrasco de sucesso, como os acompanhamentos: farofas, molhos para acompanhar as carnes, saladas diversas e leves ajudam na digestão. Frutas como abacaxi e banana grelhados na própria churrasqueira com açúcar e canela podem ser servidos como sobremesas ou usados como alternativa para os vegetarianos.

Quantidade de carne

Para se calcular a quantidade de carne para um churrasco, lembre-se que haverá pessoas que consumirão apenas 250 gramas e outras chegarão a consumir até 1 kg de carne. Então, para calcular a quantidade, recomenda-se 400 a 600 gramas de carne para adultos e 300 gramas para cada criança. Mas se você for servir vários tipos de carne, aumente as quantidades por tipo de carne, para não arriscar a falta de carne se todos preferirem consumir um só tipo. Além da carne, os convidados irão consumir também acompanhamentos (pão de alho, saladas, maionese, farofas, arroz, aperitivos, vinagrete.

Grelha ou espeto?

Grelha – Muitos churrasqueiros preferem a grelha, argumentando que assim a carne é assada por inteiro não perde o suco, pois não é furada pelo espeto. Em nossos vizinhos do Mercosul a grelha é utilizada com maior freqüência do que o espeto. A grelha permite que se trabalhe com vários tipos de carnes ao mesmo tempo, além de outros complementos como queijo provolone, pimentão, lingüiças, tomates, cebola, morcilha, etc. A grelha favorece as carnes sem osso, em detrimento das carnes com osso como a costela. Portanto as carnes mais indicadas para a grelha, são: picanha, maminha, assado de tira (tiras muito finas de costela), lingüiças, salsichões, chuleta, fraldinha e o filé mignon.

Quando utilizar a grelha, é interessante ter pinças de metal compridas para virar e manusear a carne. O ideal é evitar o uso daquele garfo comprido de dois dentes, que é bastante comum para carnes – o suco pode sair pelos furos e a carne ficará mais seca e menos macia. A carne deve começar a grelhar na parte mais quente da churrasqueira, tostando-a bem de um lado e depois do outro. Em seguida, colocar a carne numa parte com calor menos intenso, para que ela asse até chegar no ponto desejado. Deve-se perguntar aos convidados qual o ponto de carne que eles desejam, pois esse será um fator fundamental no sucesso do churrasco.

Espeto – A dica é comprar espetos de aço inoxidável. Apesar de mais caros que os comuns são de melhor qualidade. Por não serem rugosos, são mais fáceis de limpar, mais duráveis e não soltam resíduos metálicos na carne. Escolher espetos de comprimento adequado à churrasqueira. Isso importante, pois evitará acidentes de queimaduras na empunhadura do espeto e os espetos não cairão dentro da churrasqueira, o que poderá acontecer se eles forem curtos.

 

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Melhores carnes para o churrasco

Costela: é a carne mais típica do churrasco. Para os churrasqueiros, churrasco é sinônimo de costela. Antigamente fazia-se churrasco só de costela e de alguns anos para cá é que foram introduzidos outros tipos de carne. Ela só deve ir ao fogo quando estiver bem limpa, isto é: carne à vista de um lado e osso de outro. A costela deve sempre ir às brasas com o lado do osso para baixo. Somente quando esta parte mostrar-se bem assada é que se deve virar o espeto. Serve-se ao ponto.

Alcatra: apresenta pouca gordura, que ainda deve ser retirada, deixando-a perfeitamente limpa. Deve ser cozida ao ponto ou mal passada. Como as outras carnes de primeira, não deve ser fatiada e sim cortada em pedaços grossos para ser levada ao prato. É a maneira de manter o ponto por fora, na casquinha, e a suculência por dentro.

Picanha: é macia e isto se deve por ser uma carne sem músculos e de alto volume sanguíneo, o que lhe marca o sabor característico. Ela deve ser servida em pedaços grossos e no prato é que se vai cortando em pequenos cubos para comer. O ponto certo da picanha é o malpassado.

Contra-file: é macio, tem sabor acentuado, muito suco e dificilmente se erra no ponto. Deve ser servido ao ponto ou mal passado, sob pena de perder o suco e daí o sabor. Para servir, corte em postas de espessura média.

Maminha ou ponta de alcatra: deve ser servida malpassada mas aceita ser servida ao ponto e até bem passada.

Fraldinha: é uma carne muito saborosa, boa de assar mas que não é uma carne popular. Não deve ser passada demais. É uma carne cheia de gorduras e nervos e é preciso ser muito bem limpa para ir até à grelha.

Chuleta: é também uma carne saborosa mas às vezes fica dura ao ser assada. Seu ponto certo é o malpassado. É entremeada de gordura, que a mantém suculenta.

Filé mignon: caracteriza-se por ser uma carne macia e gosto levemente adocicado. Tem presença obrigatória nos melhores restaurantes. Para grelhar deve ser cortado em bifes grossos e servir ao ponto pois a maciez e o sumo se mantém.

Além do churrasco tradicional, usa-se no Brasil outros tipos de carne como as de porco, ovelha, frango e peixe, além da linguiça, coração de galinha etc.

Churrasco com sal grosso

• Deixe as carnes pegarem cor e calor antes de salgar: tire do fogo e espalhe – sem exagero – sal grosso ou médio por toda a carne. A carne salgada bem antes de ser colocada para assar fica dura e seca.

• O lado mais magro da carne deve estar virado para o fogo. Assim, não haverá perda de gordura. As costelas devem ser assados com o osso para baixo. Um bom combustível para o fogo é o osso do animal a ser assado. O melhor fogo é aquele em que se forma uma camada de cinza por cima do braseiro, impedindo a formação de labaredas.

• A labareda jamais deve tocar na carne. Não fique mexendo no fogo. Mexa sempre na carne, levantando, baixando etc. Nada de jogar água sobre a brasa. O ideal, novamente, é levantar a carne. Conforme as labaredas vão diminuindo de tamanho, o assador pode optar em aproximar a
carne da brasa.

• Não vire o saco de carvão direto sobre a grelha quando houver carne assando. Assim, pó e brasa serão levantados. Pegue os pedaços de carvão e com a mão coloque devagar no braseiro. Depois de pronta, a carne deve ser batida para soltar o sal grosso nela impregnada.

Fontes: www.destaquesp.com, www.ochurrasqueiro.com.br, www.virtual.epm.br, www.bassi.com.br

Espeto de carne assada

Ingredientes: 

– 400 g de carne moída (patinho)
– 1 cebola picada
– 1 colher (sopa) de raspa de limão
– 1 colher (sopa) de orégano
– 1 colher (sopa) de cominho
– 1 xícara (chá) de salsa picada
– 4 colheres (sopa) de azeite
– 2 colheres (sopa) de hortelã picado
– 10 palitos para churrasco
– Sal a gosto

Molho:

– 1 xícara (chá) de tomates sem pele picado
– ½ xícara (chá) de cebola picada
– 3 colheres (sopa) de salsa picada
– 4 colheres (sopa) de azeite
– Orégano e sal a gosto

Modo de preparo: 

Em uma vasilha misture a carne com os temperos e faça bolinhos. Coloque o palito no centro de cada bolinho e, em seguida acomode todos em uma assadeira, de forma que os palitos fiquem sobre as laterais. Levar ao forno para assar por mais ou menos 20 minutos.Em uma frigideira sele os tomates no azeite e, em seguida junte a cebola e a salsa. Coloque em um prato um pouco de molho e um espeto.

Fonte: www.petitchef.com.br 

Picanha recheada com bacon

Ingredientes:

– 1 peça de picanha pesando aproximadamente 1,3kg
– Suco de uma laranja grande
– 1 colher de sopa de manteiga sem sal
– 150g de bacon fatiado
– 1 xícara de chá de sal grosso

Modo de Preparo:

Com uma faca fina e bem afiada faça um corte no centro da picanha, sem separar as laterais, formando uma bolsa. Passe o suco de laranja por toda a peça de carne, inclusive dentro da “bolsa”, e deixe descansar durante 4 horas. Depois, arrume as fatias de bacon dentro da bolsa e feche. Unte toda a peça com a manteiga, polvilhe com o sal grosso e pressione com as mãos para que fique integrado à manteiga. Coloque a picanha na grelha da churrasqueira a uma distância de 40cm do braseiro forte e bem formado, durante 20 minutos com a gordura virada para baixo. Depois desse tempo vire a picanha deixando a gordura virada para cima. Quando a carne tomar corpo (inchar), retire da grelha, coloque-a numa bandeja e cubra-a com um pano de prato ainda sem uso e deixe descansar durante 10 minutos. Depois retorne à grelha com a gordura voltada para cima e termine de assá-la durante mais 5 minutinhos até que fique “ao ponto”. Para servir, fatie em lâminas finas como um rosbife.

Fonte: www.receitinhas.com.br 

Com Brasil 247

Juliana Ribeiro: “a nossa resistência é cultural”

Em entrevista à TV 247, a cantora, compositora e historiadora baiana falou sobre arte, política e música, destacando a influência dos povos Bantos na musicalidade brasileira. Ela também criticou a atual gestão da cultura por Bolsonaro: “Temos um governo que boicota as artes”. Assista

Por Ricardo Nêggo Tom - A arte e o talento musical da Bahia estiveram presentes no programa “Um Tom de resistência”, apresentado por Ricardo Nêggo Tom na TV 247, representados na voz e no ativismo feminino de Juliana Ribeiro. A artista, que também é historiadora e educadora, lembra que “a arte é um direito constitucional” e deve despertar o senso crítico nos cidadãos. 

“A arte é uma questão de formação cidadã. Não é entretenimento ou oba-oba, mera e simplesmente. Estamos falando de construção de seres humanos e indivíduos. A arte faz com que o indivíduo tenha um senso crítico diferenciado, porque ele entra em contato com outras dimensões do humano e faz com ele reflita de outra forma. Todos os artistas, ao longo da história da humanidade, principalmente, os mais vanguardistas, sempre foram rechaçados pelos seus governantes. Sempre houve um ‘quê’ de incompreensão com os artistas e uma associação de suas figuras com a loucura. Na verdade, eram pessoas cujo pensamento estava à frente de seu tempo”, disse.

Juliana fez uma associação entre a gestão cultural do atual governo brasileiro e as perseguições sofridas pelos artistas ao longo da história. “Precisamos ter esses aspectos enquanto perspectiva, para entendermos porque temos um governo que, efetivamente, além de não incentivar, boicota as artes. Haja visto, a extinção do Ministério da Cultura e tudo o que está sendo feito agora. A arte é o lugar do pensamento, e do pensamento crítico. E isso incomoda a quem quer que a gente pense como boiada. Isso é uma característica do fascismo. Nesses grandes governos totalitários de direita que tivemos ao longo da história, fascismo, nazismo, movimento integralista, entre outros, sempre defenderam a ideia de um lado, de um governo único e totalitári o que impõe a sua ideia de supremacia para o restante da população. Então, você não tem o poder do diálogo, você não pode discordar, por exemplo. Você tem de aceitar e pronto. Estou falando dentro de um contexto histórico, para entendermos que o que estamos vivenciando hoje, é fruto de algo semeado lá atrás”, explicou.

A cantora lembra ainda que os artistas sempre estiveram na “linha de frente” do combate aos regimes autoritários e citou o período em que a ditadura militar promoveu uma verdadeira perseguição aos artistas brasileiros opositores do regime. “Tivemos uma ditadura militar de 21 anos no país. Foram anos de tortura, dores e sumiços de pessoas que simplesmente se levantaram e disseram ‘não, eu não aceito, eu não tolero isso’ E os artistas estavam justamente nessa linha de frente e foram exilados por isso. Chico, Caetano, Gil e tantos outros, como aqui na Bahia o Raimundo Sodré, um grande compositor que passou 10 anos na França porque não podia mais trabalhar no Brasil. Parece que é chover no molhado falar sobre isso, mas ainda me parece muito necessário. A historiadora, que é amante da cultura dos povos Bantos, os mais numerosos entre os africanos trazidos ao Brasil para escravização, falou sobre a origem e a influência dessa cultura na nossa sociedade.

“Eu sou uma admiradora da cultura Banto. Digo que conheço pouco, porque quanto mais pesquisamos, mas percebemos que não sabemos nada. Inicialmente, devemos pensar os Bantos como um braço étnico linguístico. É como se fosse um tronco, como temos aqui o tronco Tupi que deu origem ao Tupi Guarani e todas as outras derivações. Ele é étnico porque trata de costumes, comportamento, de formas de viver, de saberes e de fazeres. Ele é linguístico porque é um braço que deu origem a mais de 400 línguas que derivam desse tronco original banto. Línguas que hoje são faladas em África. Uma África dispersa e espalhada, devido a migração desses troncos. No Brasil temos influências fortíssimas dessa cultura. O Samba é uma delas e a principal, porque é a música identitária nacional por excelência. E é banto não só no ritmo ou na polirritmia. Mas também na sua forma. Nós temos alguns traços comportamentais que fazem parte da nossa musicalidade, que são bantos. A roda, as palmas como instrumento musical, o coro vocal e o corpo como linguagem poética e artística”, analisou.

Ela também falou da cultura banto como resistência negra no período pós escravidão. “Eu citei esses quatro traços comportamentais porque, se pensarmos no processo de escravidão, tudo que era físico e material foi retirado da população negra e africana. Eles vieram para o Brasil apenas com a roupa do corpo. Porém, esses traços comportamentais e culturais são a grande resistência. A nossa resistência é cultural. Toda essa resistência que permite estarmos aqui hoje, é por conta da cultura. Foi ela que permeou todos os sentidos. O sagrado, o religioso, o sentido da alimentação, o sentido musical, todos são culturais”.

Juliana Ribeiro está divulgando o seu novo disco, que é uma reverência ao empoderamento feminino negro e à fala da mulher atual. São 11 faixas, incluindo inéditas como “Preta Brasileira”, que dá nome ao álbum, e “Rainha Ginga”, uma homenagem à saudosa Clementina de Jesus, e uma belíssima regravação de “Carcará”, do também saudoso compositor maranhense João do Valle. O álbum está disponível em todas as plataformas digitais e também para distribuição física.

Fonte: brasil247