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sábado, 15 de junho de 2019

Sub-reitoria de Graduação entrega prêmio a professores de destaque




A Sub-reitoria de Graduação lançou a 4ª Edição do Prêmio Anísio Teixeira. O evento tem como objetivo valorizar o trabalho dos docentes, cuja dedicação vem transformando o ensino acadêmico e incentivando a formação discente. O reconhecimento ao mérito foi apontado pelos alunos de graduação, por meio de indicação aberta no Portal do Aluno (Aluno Online).
A versão dessa justa premiação, até o ano de 2018, contemplava o(a) docente mais votado(a) pelos estudantes em cada curso e/ou Centro Setorial. A partir de 2019, a Sub-reitoria de Graduação (SR-1), juntamente com a Coordenadoria de Projetos Especiais e Inovação (COPEI), decidiram que essa relevante premiação seria estendida até o(a) quinto(a) professor(a) mais votado(a).
Assim, a partir deste ano, teremos uma premiação para o(a) primeiro(a) colocado(a) e mais quatro menções honrosas por Centro Setorial.
Fonte: Diretoria Comunicação da UERJ

Veja previsão do tempo no RN e clima para o fim de semana, 15 e 16 de junho

Praia de Ponta Negra
Natal deve sofrer com chuvas e tempo nublado no fim de semana — Foto: Leonardo Erys/G1
Praia do Meio/Praia do Forte no final a esquerda
O fim de semana deve ser de chuva em muitos momentos no litoral do Rio Grande do Norte neste fim de semana. Em Natal, a previsão para o sábado (15) e o domingo (16) é de sol com nuvens, mas com períodos nublados e chuva a qualquer hora. A mínima de sábado é de 22ºC e a máxima de 28ºC. No dia seguinte, 23ºC e 28ºC.
Para São Miguel do Gostoso, que fica no litoral Norte do estado, a previsão é idêntica à da capital potiguar. O mesmo acontece no litoral Sul, na Praia de Pipa. Haverá períodos nublados com chuva a qualquer hora.
No interior, o sol deve aparecer mais. Em Mossoró, principal cidade da Região Oeste, a previsão aponta que será um dia de sol, sem chuvas no sábado. A mínima é de 23ºC e a máxima de 35ºC. No domingo, a manhã deve ser de sol, mas há previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite, com mínima de 23ºC e máxima de 34ºC.
Quem deve ter um fim de semana completamente livre das chuvas é o município de Caicó, no Seridó. A previsão para os dois dias é de sol e sem chuvas. No sábado, a mínima é de 25ºC e a máxima de 35ºC. No domingo, 24ºC e 35ºC.
Outras duas cidades que também vão viver um sábado e um domingo de muito sol são Currais Novos e Pau dos Ferros. Não há previsão de chuvas para ambas. Em Currais Novos, a mínima é de 23ºC no sábado e a máxima de 33ºC. No domingo, 22ºC e 33ºC. Em Pau dos Ferros, o sábado terá mínima de 23ºC e máxima de 36ºC e o domingo 24ºC e 36ºC.
As informações meteorológicas são fornecidas pelo Climatempo.
Fonte: G1RN
Adaptado pelo Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN

Diretor que viu carreira desabar após apoiar Bolsonaro é convidado pelo governo “para reconstruir a cultura nacional”

"Foto: Edson Kumasaka/ Divulgação"

Na mesma postagem em que comemora o convite, o diretor compartilha manchete da Fórum: “essa chamada abaixo da Revista Fórum é uma mostra asquerosa desse combate...”

O choro do diretor de teatro Roberto Alvim, aquele que viu sua carreira desabar por ter apoiado a campanha do presidente Jair Bolsonaro, parece ter dado certo. O diretor anunciou, através de sua conta do Facebook, nesta quinta-feira (13) que recebeu uma ligação do presidente Jair Bolsonaro.
Foto do perfil de Roberto Alvim
Roberto Alvim
na quinta
acaba de acontecer um milagre.
eu estava na missa com minha mulher às 8h da manhã de hoje
e não vi 3 ligações feitas para o meu celular.
...Ver mais

1,2 mil



“Darei em breve mais notícias sobre as coisas BELAS e IMENSAS que essa conversa vai gerar!”, exclamou, sem revelar do que se tratava.

Na manhã desta sexta-feira, Alvim avisou em outra postagem que foi chamado por Osmar Terra, ministro da Cidadania, cujo ministério encampou o ministério da Cultura, que foi extinto por Bolsonaro: “estou indo pra Brasília semana que vem pra começarmos a organização de algo que pretende reconstruir a cultura nacional”.

O diretor conta, em entrevista, que era de esquerda, amigo de Chico Buarque, entre outros e, depois que resolveu apoiar Bolsonaro, afirma que a classe teatral lhe deu as costas.

Fonte: Revista Fórum

NÃO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! NÃO EXISTE ROMBO, EXISTE SONEGADORES!!!

Proposta da reforma da Previdência: idade mínima e tempo de contribuição — Foto: Juliane Monteiro e Rodrigo Cunha/G1
Imagem do G1
Atenção os eleitores de Bolsonaro! Veja na imagem abaixo a DESREFORMA DELLE! E reflita se não é uma MALDADE! Clic na imagem! E tirem suas conclusões de uma vez por toda! Errar é humano, permanecer no erro é ........... "Com ela VOCÊ MORRE e não se aposenta! Caminho é elle cobrar o que os BANQUEIROS E AS MULT NACIONAIS PAGAREM OS BILHÕES QUE DEVEM A PREVIDÊNCIA! Sim! Já foi comprovado que não existe rombo! EXISTEM SONEGADORES (BANQUEIROS E EMPRESÁRIOS). Se ligue e não se engane novamente!

Sete paralisações que marcaram a história do Brasil

Com a Previdência Social ameaçada pela proposta de reforma do governo Bolsonaro , o Brasil realiza mais uma Greve Geral. A última aconteceu no dia 28 de abril de 2017, e pretendia barrar a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, ainda nos moldes do governo de Michel Temer. Antes dessas, outras mobilizações nacionais marcaram a história. Neste especial, o Brasil de Fato resgatou a história das principais greves de trabalhadoras e trabalhadores presenciadas pelo país.
A PRIMEIRA GREVE GERAL
As paralisações de 1917 tiveram início em duas fábricas têxteis do Cotonifício Rodolfo Crespi, na Mooca, bairro da cidade de São Paulo. Foram motivadas pelas más condições de trabalho, comuns entre a classe operária brasileira, e pelo aumento do custo de vida.
Com a Primeira Guerra Mundial, produtos brasileiros passaram a ser exportados para países da Tríplice Entente, ao mesmo tempo em que a oferta de alimentos no país era reduzida. Este cenário provocou o aumento dos preços e intensificação do trabalho.
Outro estopim para a generalização das paralisações foi a morte do jovem militante anarquista espanhol José Martinez, em São Paulo, após a repressão da cavalaria a um protesto operário na porta da fábrica Mariângela, no bairro do Brás. Milhares de pessoas acompanharam o corpo de Martinez até o sepultamento.
A greve se espalhou pela capital paulista até chegar ao Rio de Janeiro e Porto Alegre. Armazéns foram saqueados e veículos incendiados.
As ligas operárias e o Comitê de Defesa Proletária, de maioria anarquista e socialista, coordenaram todo esse movimento, reivindicando, entre outras pautas, a abolição da exploração do trabalho de menores de 14 anos, o fim dos turnos noturnos para mulheres e menores de 18 anos, jornada de trabalho de oito horas, e aumento salarial. Estima-se que cerca de 43.800 trabalhadores tenham aderido ao movimento, somente em São Paulo.
GREVE DOS 300 MIL
Em 1953, essa mobilização marcou um momento importante para o sindicalismo brasileiro. Assim como em 1917, o movimento também começou nas fábricas de tecido, em São Paulo, a partir do anúncio de greve dos operários da fábrica de tecidos Matarazzo.
Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, os trabalhadores enxergavam um momento propício para a organização sindical. O principal estopim dessa greve histórica foi o aumento considerável do custo de vida nos anos anteriores, e o baixo aumento do salário mínimo.
No dia 18 de março, uma passeata chamada de “Panela Vazia” reuniu 60 mil pessoas no centro da cidade, em um trajeto da Praça da Sé até a sede do governo do estado. Uma semana depois, 300 mil trabalhadores do setor têxtil, vidraceiros, metalúrgicos, gráficos e marceneiros cruzaram os braços.
“As greves gerais sempre colocaram o governo em questão, por ser um movimento de conjunto da classe trabalhadora, além da pauta econômica, que via de regra detonava a mobilização e a preparação das greves gerais. Ela acabava tendo um impacto político muito grande”, afirma o dirigente da CUT Turra.
Com muitos sindicatos atrelados à estrutura corporativista, os trabalhadores passaram a se organizar em “comitês de empresas”, formando posteriormente uma Comissão Intersindical, mudando a organização sindical e deixando de lado a estrutura anterior, aparelhada pelo Estado.
Apesar de 400 grevistas terem sido demitidos após o fim da greve, os trabalhadores conseguiram 32% de aumento salarial e a indicação de João Goulart, que futuramente seria eleito presidente, para o ministério do trabalho do governo Vargas.
METALÚRGICOS PARAM O ABC PAULISTA
No ano de 1979, a região do ABC, em São Paulo, foi palco de greve de 200 mil metalúrgicos. Iniciada no dia 13 de março, foi organizada por três sindicatos da região e durou duas semanas.
Indústrias automobilísticas estrangeiras como a Volks, Mercedes-Benz, Scania e Ford, e outras empresas da região, foram totalmente paralisadas, apesar da repressão por parte da ditadura militar. Essa mobilização foi o motor para outras categorias deflagrarem greve contra o arrocho salarial praticado pelo regime, relembra Julio Turra. Na época presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Inácio Lula da Silva discursou para 60 mil pessoas no estádio municipal Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.
A greve foi considerada ilegal pela Justiça após pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que por sua vez afirmou que não concederia reajuste acima dos 44% combinado com a Federação dos Metalúrgicos de São Paulo. A paralisação, no entanto, persistiu utilizando o fundo de greve criado pelos trabalhadores para receber doações de alimentos.
Cerca de 80 mil metalúrgicos decidiram manter a mobilização até que o reajuste fosse aceito, e a greve se alastrou por outras cidades industriais. No estádio Vila Euclídes, houve uma assembleia com a presença do bispo de São Bernardo, dom Claudio Hummes, que rezou com os trabalhadores o “Pai Nosso”.
Menos de uma semana após o início da paralisação, milhares de policiais militares ocuparam São Bernardo, e tropas de choque, cavalaria e cães foram usados para reprimir os trabalhadores. Após 10 dias, Murilo Macedo, então ministro do trabalho, determinou intervenção federal nos três sindicatos, o que transferiu as reuniões dos sindicatos para a casa paroquial da Igreja Matriz de São Bernardo, cedida por dom Claudio, que décadas mais tarde se transformaria em arcebispo de São Paulo.
Depois de duas semanas, , por sugestão de Lula, a greve foi suspensa por 45 dias por conta da repressão. A suspensão, no entanto, não diminuiu a mobilização da categoria e as reuniões continuaram às escuras na matriz. Exemplo disso foi a manifestação do dia 1º de Maio, que reuniu 150 mil pessoas no estádio de Vila Euclides.
Mesmo a reivindicação inicial de reajuste tendo sido de 73%, a última assembleia ao fim do período de 45 dias aprovou uma proposta de 63%, o que pôs fim à greve, com o saldo de ampliação da capacidade de mobilização e organização do movimento sindical metalúrgico. A intervenção federal foi suspensa e, no dia 18 de maio, a diretoria eleita reassumiu o sindicato.
PETROLEIROS ENCABEÇAM GREVE CONTRA DECRETO DA DITADURA
No dia 21 de junho de 1983, os petroleiros brasileiros deflagraram a greve da categoria ao parar a produção da Refinaria Landulfo Alves (RLAM), em Mataripe (BA), e a Refinaria Planalto (REPLAN) em Campinas (SP). A greve foi o pontapé para a criação da CUT, cerca de um mês depois.
O ano ainda era de ditadura militar, mas o contexto político favoreceu a execução da greve, com a crise econômica do governo de João Figueiredo, e a elevação dos juros para conter a inflação por determinação do Fundo Monetário Internacional (FMI), além do corte de despesas e do Decreto-Lei 2.025, que extinguiu benefícios de empresas estatais.
Nesse cenário, 35 entidades sindicais e associações de funcionários públicos decidiram por decretar greve, incluindo, além dos petroleiros da RLAM e da REPLAN, trabalhadores do Rio Grande do Sul, Pará, Minas Gerais, Cubatão (SP) e Duque de Caxias (RJ). Tiveram apoio de diversos setores da sociedade, como estudantes, partidos de esquerda, a Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
O governo recuou inicialmente, mas pouco tempo depois, no dia 29 de junho, baixou o decreto 2.036, que cortava direitos de funcionários das estatais, como o abono de férias, promoções, auxílio alimentação e transporte, salário adicional anual e participação nos lucros.
No dia 5 de julho, o turno noturno da REPLAN parou contra o arrocho salarial, a manipulação do Instituto Nacional de Concurso Público (INPC), o Decreto-Lei 2.036, o entreguismo governamental e o acordo com o FMI, o que culminou em intervenções do governo. A greve atingiu também a RLAM, metalúrgicos, químicos e trabalhadores do transporte do ABC paulista.
A paralisação foi duramente reprimida pelo regime militar, resultando na intervenção nos sindicatos dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP) e Diadema (SP) e no sindicato dos petroleiros em Mataripe e de Campinas. Em Paulínia (SP) 153 foram demitidos, e 205 em Mataripe. No dia 11 de julho, a greve foi cessada.
“FORA DAQUI, FMI”
No dia 21 de julho, 2 milhões de trabalhadores de 35 categorias cruzaram os braços novamente contra o agravamento do arrocho salarial, agora pelo Decreto-Lei 2.045. O decreto estabelecia que os reajustes de todas as faixas salariais seriam limitadas a 80% da variação do índice de inflação (INPC). Empresas “com insuficiência econômica” poderiam fazer reajustes ainda menores. Foi a terceira medida de arrocho desde o acordo com o FMI.
A região do ABC paulista mais uma vez concentrou as paralisações, junto com a cidade de São Paulo. Em SP, o governo decretou intervenção nos sindicatos dos bancários e metroviários e a polícia reprimiu as manifestações. No Rio de Janeiro, 50 mil pessoas se reuniram contra o FMI. Houve protestos também em Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador. Mais de 300 pessoas foram presas.
FRACASSO DO PLANO CRUZADO
O Plano Cruzado, lançado em 1986 pelo governo de José Sarney (MDB), e Dilson Funaro, ministro da Fazenda, encheu a população de esperança com a promessa de congelamento de preços a fim de diminuir a inflação. O otimismo gerado provocou uma diminuição na força dos sindicatos e uma votação massiva no PMDB naquele ano, que elegeu 22 governadores nos 23 Estados e quase dois terços da Câmara dos deputados e do Senado.
O Plano, contudo, não se sustentou, e as mercadorias começaram a sumir das prateleiras, mercados paralelos surgiram, importações aumentaram, reservas cambiais foram esgotadas e a inflação voltou a disparar. Surge, então, o Plano Cruzado 2, e com ele a Greve Geral que paralisou 25 milhões de trabalhadores, segundo a CUT, em todos os estados, no dia 12 de dezembro.
As medidas do Plano Cruzado 2 fizeram os preços voltarem a subir, aumentando a arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O ajuste salarial passaria a depender de um gatilho, disparado apenas quando a inflação atingisse 20%. Os índices de inflação, porém, eram “ajustados” a fim de evitar o disparo.
TRABALHADORES EM DEFESA DA CLT
A fim de flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) protocolou o Projeto de Lei (PL) 5483, em 2001, que pretendia permitir que o negociado prevalecesse sobre o legislado nas relações de trabalho. Isto é, o governo pretendia que acordos ou convenções coletivas pudessem garantir aos trabalhadores menos direitos do que os previstos pela CLT.
A medida culminou em uma vigília em Brasília, como conta Julio Turra, dirigente da CUT, e em uma paralisação que envolveu 12 milhões de trabalhadores, no dia 21 de março de 2002.
A PL foi arquivada na época. Anos depois, em 2017, a proposta de FHC seria incorporada pela reforma trabalhista do presidente em exercício, Michel Temer (MDB).
FORA TEMER!
Uma das pautas máximas de Michel Temer, após o golpe parlamentar que destituiu Dilma Rousseff (PT) em 2016, era a aprovação da reforma trabalhista e da reforma da Previdência, que posteriormente serviu como base para a atual proposta de Bolsonaro e Paulo Guedes. Na época, o rechaço popular às propostas de Temer geraram uma mobilização massiva, passados exatos 100 anos da primeira Greve Geral do país.
A greve foi articulada conjuntamente por diversas centrais sindicais, movimentos populares, partidos de esquerda e centro-esquerda, sendo apoiada também por setores progressistas da Igreja Católica. Foram registradas paralisações em 150 cidades e 40 milhões de trabalhadores de diversos setores não trabalharam no dia 28 de abril, caracterizando a maior Greve Geral do Brasil até o momento. Além do “não” às reformas, bandeiras como “Fora Temer” e “Diretas Já” também foram levantadas.
A reforma trabalhista seria aprovada no legislativo e sancionada no dia 13 de julho de 2017, alterando significativamente a CLT e permitindo que a negociação entre patrões e trabalhadores prevaleça sobre a legislação.
Já a reforma da Previdência foi barrada. Mas voltou à pauta como carro chefe do governo Bolsonaro. O governo federal e a cúpula do presidente concentram todas as forças na aprovação da medida, mas têm encontrado dificuldade de articulação no Congresso. E resistência nas ruas.
Brasil de Fato

Rubem Braga: A greve do pão dormido (e a lição do humilde padeiro)

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
Por Rubem Braga*
Um padeiro em trabalho na cidade de São Paulo em 1940 (Foto: Hildegard Rosenthal / Acervo do Instituto Moreira Salles) Um padeiro em trabalho na cidade de São Paulo em 1940 (Foto: Hildegard Rosenthal / Acervo do Instituto Moreira Salles)
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém…
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
* Rubem Braga (1913-1990) foi o maior cronista brasileiro. Esta crônica foi originalmente publicada em maio de 1956), com o título “O Padeiro”.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA