Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membros,. ativistas, poetas, escritores, produtores culturais, grupos culturais, violeiros, pensantes e os que admiram e lutam pela cultura potiguar. Cultura! A Cultura, VIVE e Resiste! "Blog do CPC/RN, notícias variadas na BASE DA CULTURA!
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terça-feira, 30 de março de 2021
Carol Benjamin abrindo a Caixa Preta da Ditadura
“Dizer
a palavra não é um ato verdadeiro se isso não está ao mesmo tempo associado ao
direito de auto expressão e de expressão do mundo, de criar e recriar, de
decidir e escolher e, finalmente, participar do processo histórico da
sociedade. Na cultura do silêncio as massas são ‘mudas’, isto é, elas são
proibidas de criativamente tomar parte na transformação da sociedade e,
portanto, proibidas de ser.”
Paulo
Freire, Ação Cultural para a Liberdade, 1970
A saga de
três gerações da família Benjamin, atravessada pela Ditadura Militar, é o foco
de “Fico Te Devendo Uma Carta Sobre o
Brasil” (Daza Filmes, 2019,
88min), de Carol Benjamin. Em sua estréia como diretora de um longa-metragem
documental, Carol “investiga a persistência do silêncio como ferramenta de
apagamento da memória”, como sintetiza a sinopse oficial.
A cultura do silenciamento asfixia
a democracia, ensinou Paulo Freire, proibindo as massas de ser. Já a produção
cinematográfica brasileira mais relevante de nossa época é aquela que rasga as
mordaças, afronta a História Oficial escrita pelos opressores, e vai abrindo
caminhos para a autêntica participação social.
Uma das
histórias que estão no âmago do documentário é a prisão ilegal do pai de
Carol, César Benjamin (click e acessa os artigos dele publicados pela Ed.
Contraponto): aos 17 anos de idade, ele tornou-se preso político da
Ditadura empresarial-militar instalada no país com o Golpe de 64. Aprisionado
em Agosto de 1971, ficou 3 anos e meio em uma cela solitária. Depois, mais 2
anos em prisão comum.
Por
pressão da Anistia Internacional, que o declarou o “Preso Político do Ano” em
1975, César consegue ser deportado para a Suécia em 1976, indo ao encontro de
seu irmão mais velho, Cid Benjamin, que também havia sido preso político da
ditadura e já morava à época em Estocolmo.
A avó de Carol e mãe de César, Iramaya Benjamin, também manifesta-se como figura histórica de relevância: o filme a celebra em sua infatigável luta em prol da anistia ampla, geral e irrestrita para os perseguidos pelo terrorismo de Estado.

Na crítica publicada pela Revista Cult, destaca-se que “o prisma que Carol procura mover e contar é o das cartas trocadas entre Iramaya e Marianne Eyre, membra da Anistia Internacional em Estocolmo, na Suécia, onde César se exilou quando saiu da prisão até a anistia falseada de João Batista Figueiredo (em 1979), quando pôde retornar ao Brasil.” (Por Manoel Ricardo de Lima, Out. 2020)
Carol Benjamin vai em uma jornada de reconstrução de uma história que não é só familiar, é coletiva. Para tal fim precisa ir até a Suécia, pesquisar nos arquivos da Anistia Internacional de Estocolmo, em busca de pistas que lhe permitam compreender melhor os destinos de seu pai, seu tio e sua avó, realizando um belíssimo filme “composto de muitos falares e alguns silenciares” (como escreveu Carlos Alberto Matos).
Deste modo, este filme-ensaio se alça à dimensão de uma reflexão poética e filosófica sobre a memória (individual e coletiva, entretecidas). É uma obra audiovisual de sabor um tanto Proustiana, um Em Busca do Tempo Perdido que se passa nos anos-de-chumbo: Carol quer capturar os rastros e vestígios que o regime militar quis rasgar, entregar para as novas gerações as caixas pretas já todas arrombadas, disponíveis para que possamos dar vazão às verdades que os opressores de ontem e hoje desejam mudas e mortas.
Para
juntar os cacos e construir com eles seu caleidoscópio fílmico, Carol precisa
afrontar o silêncio, tanto aquele imposto pelo regime autoritário e opressor
(que deseja massas mudas e esforça-se por extinguir a efetiva participação
popular no poder) quanto o calar-se que acomete os traumatizados. Protagonista
de seu próprio filme, Carol Benjamin se coloca na postura audaciosa de quem
quer abrir uma série de caixas pretas e, como Audre Lorde, quer
afirmar que não é o silêncio que vai nos proteger.
Assim como
fez Petra Costa em Democracia e Vertigem, Carol
não tem pudores de narrar em primeira pessoa do singular uma saga familiar que
ela sabe ser de importância coletiva. Os silêncios familiares que ela vivencia,
sem saber explicar ao certo, instigam-na a decifrar o mistério num mergulho
imersivo na Psiquê dos presos políticos da ditadura. Explora assim, com
evocações de Fernando Pessoa e planos sombrios, em que as grades confinantes na
tela convivem com uma voz em off que busca dar carnalidade à
vivência do encarcerado.
Uma
hipótese desponta: aqueles que foram torturados, maltratados, postos no
pau-de-arara, expostos às mais horrendas formas de degradação humana, acabaram
saindo do confinamento torturante imposto pela ditadura com uma atitude
de trancamento em sua subjetividade, uma atitude que se
manifesta por sintomas de afasia, uma dificuldade tremenda
para expressar as vivências de sofrimento indizível impostos pelo aparato
ditatorial de repressão.
Para além
dos esforços hercúleos que o preso precisa realizar para manter a sanidade
mental e não surtar, há a crônica dos interesses intelectuais do jovem César
Benjamin, de seu devir-filósofo, de sua avidez pelo estudo.
Detrás das grades, além de testemunhar a vida cotidiana das lagartixas e das
aranhas que lhe acompanham na cela solitária, Benjamin traduz textos (como fez
Lênin) e vai tornando-se algo semelhante a um Gramsci brasileiro.
Tentaram prendê-lo para calá-lo, mas não sabiam que sua mente se recusaria à
servidão, que seria sempre curiosa, crítica, criativa. Apesar de sua situação
kafkiana, preso sem ter sido processado, engulido por um cárcere ilegal e
escandaloso.
Em um dos
momentos de alívio cômico do filme, Iramaya relata que tentava levar livros
para o filho no cárcere, mas quase todos eram proibidos. Os milicos não
deixavam entrar nem mesmo O Pequeno Príncipe, nem mesmo obras
sobre os filósofos pré-socráticos. Com uma ginga malandra digna de Garrincha,
Iramaya um dia convenceu os carcereiros do filho a entregarem a ele uma obra
de Althusser que fazia a análise crítica do
marxismo. Aí passou…
Iramaya,
no filme, é alçada a um status de heroína cívica brasileira, em um processo
através do qual Carol Benjamin age de maneira Górkiana, revelando
o devir de uma mulher que antes era pacata, casada com um
oficial do Exército, mas que politizou-se diante das injustiças sofridas por
sua prole.
Iramaya
foi se engajando até tornar-se uma das lideranças mais importantes do país ao
fundar o Comitê Brasileiro pela Anistia. Denunciou bravamente a
tortura como crime hediondo e gritou em alto e bom som que torturadores não
podem e não devem ser anistiados!
De algum modo, Iramaya Benjamin também evoca outras mães lationo-americanas que sofreram com a desaparição ou o assassinato, pelos Estados ditatoriais, como as célebres Madres de La Plaza de Mayo na Argentina.
César, Iramaya e Cid Benjamin (1998)
Ousando
também começar a decifrar a esfinge do presente e compreender porquê o Brasil
está atravessando esta distopia grotesca que é o empoderamento do Bolsonarismo,
Carol resolve dar voz a Brilhante Ustra, chefe do Departamento de Repressão da
ditadura entre 1970 e 1974. O ídolo dos bolsonaristas foi o único mililtar
brasileiro oficialmente reconhecido como um criminoso, violador sistemático dos
direitos humanos fundamentais do cidadão brasileiro, e seu “A Verdade Sufocada”
é um dos livros de cabeceira de Jair Messias Bolsonaro, seu admirador
confesso.
Quando
Dilma Rousseff inaugurou a Comissão Nacional da Verdade, apontando sua
importância para a “consolidação da democracia”, falou do “direito à verdade” e
do “direito de prantear e sepultar” entes queridos.
César
Benjamin, “sobrevivente de mim mesmo como um fósforo frio” (como ele gosta de
dizer, com versos de Fernando Pessoa), veio a público para esquentar seu
fósforo em fala pública para a CNV em 2021. Qualquer cidadão brasileiro deveria
prestar atenção ao que ele revela nestas cenas que provam que o filme pode ser
veículo para um testemunho histórico que deveríamos valorizar por todo o
ensinamento que pode comunicar.
Contra a
cultura do silenciamento, Carol afirma que “os silêncios são as borrachas da
História” – e a cineasta quer escrever uma história nova ao invés de trabalhar
para o apagamento sistemático das biografias que Ustras e Bolsonaros gostariam
de ver sepultadas no esquecimento.
No Brasil da barbárie bolsofascista, desgovernado pelo monstro moral que faz apologia da tortura e diz que “quem procura osso é cachorro” para se referir aos pais e mães que demandam saber a verdade sobre seus entes queridos trucidados pela ditadura, Carol Benjamin abre caixas pretas e realiza a tarefa indispensável de resgate da memória com um fim prático: que nunca se esqueça, e “que aquele Brasil que houve nunca mais aconteça”, como diz Eric Nepomuceno:
“Há mães
que até hoje, a cada vez que soa o telefone, a cada vez que alguém toca a
campainha da porta, pensam: ‘É ele, é meu filho’. São mães que esperam por
filhos que estão desaparecidos, que estão mortos; mas elas não se convencem,
não querem se convencer. Querem ver ao menos o que restou de seus filhos. E
pelo menos esse direitos essas mães têm. As famílias têm. O direito de não só
ter a memória resgatada: de resgatar os restos dessas pessoas desaparecidas. Do
que sobrou da sua dignidade. Esse é um ponto de honra da nossa geração. Que
alguma vez poderá dizer: nunca mais. Um ponto de honra: resgatar a memória.
Para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça.” (NEPOMUCENO,
Eric. A Memória de Todos Nós, 2015, pg 59)
Outro
ingrediente importantíssimo do filme de Carol está em lembrar a todo cidadão
brasileiro de uma das características mais sórdidas do processo repressivo no
Brasil: as atrocidades cometidas pelo regime burguês-militar contra menores de
idade e jovens universitários. A verdade intragável que Bolsonaristas e
Ustristas querem esconder foi revelada em livros como Cativeiro Sem
Fim, de Eduardo Reina, e é tema de reportagens assinadas por alguns
dos melhores jornalistas brasileiros.
Os militares “mataram garotos”, como apontado pela reportagem de Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, que “fez um levantamento por idade entre os mortos e desaparecidos e descobriu que 56% deles eram jovens como: Edson Luis [assassinado em 1968 no Calabouço]: tinham menos de 30 anos de idade. 29%, ou quase um terço dos mortos e desaparecidos da ditadura, tinham menos de 25 anos. São esses meninos que os defensores do coronel Brilhante Ustra falam que pretendiam implantar a ‘ditadura do proletariado’ no País e por isso foram barbaramente torturados e executados.”(MENEZES, Cynara. Maio de 2016)
Stress, ansiedade e dependência química podem ser consequências do home office
Escrito por: Andre Accarini
Psicanalista
detalha as implicações psicológicas dessa nova realidade de trabalho na vida de
milhões de trabalhadores. Para combater a fadiga das reuniões online, Citi
criou a sexta livre do Zoom
Deu no New York Times: a Free
Zoom Friday (em português “Sexta-feira livre do Zoom”) foi uma
iniciativa da executiva-chefe do Citigroup, Jane Fraser, comunicada aos
funcionários no dia 22 deste mês, com o propósito de iniciar uma nova tradição
na empresa: incentivar os trabalhadores a se afastarem, uma vez por semana, de
plataformas, como o Zoom, que possibilitam as infindáveis reuniões e
teleconferências tanto pelo celular quanto pelo computador.
Fraser afirmou no memorando que
circulou no banco – o Citibank, um dos maiores do mundo – que “a indefinição
das linhas entre casa e trabalho afetaram nosso bem-estar”, e que “depois de
ouvir colegas do mundo todo, ficou claro que é preciso combater a fadiga do
Zoom, que muitos sentem”.
Mas, resolver stress e ansiedade
causados pela nova realidade que milhões de trabalhadores enfrentam vai além de
iniciativas como a da instituição financeira. O psicanalista João
Américo, técnico em reabilitação de dependentes químicos e pesquisador na área
de saúde mental relacionada a transtornos ocasionados por racismo, explica que
há uma série de outros fatores que devem ser levados em consideração quando a
casa, o lar, passa a ser parte da empresa, como é o caso do trabalho home
office.
Um deles, segundo o psicanalista, é
levar em consideração que o capitalismo se adapta às realidades provocando
alterações nas práticas sociais de exploração.
O trabalhador, de início, até se convence de que trabalhar em casa é uma vantagem, mas o que está por trás disso é o patrão achar que tem o poder de te explorar, te acionar a qualquer horário, inclusive sábados e domingos- João Américo
A falta de controle dos limites é o ponto chave, como detectou a executiva do
Citicorp. O trabalhador acaba incorporando o trabalho à vida pessoal.
“Muita gente está trabalhando mais
horas porque não tem, simbolicamente, o cartão de ponto, o vigia, alguém que
esteja olhando, controlando. O sujeito se sente na obrigação de trabalhar muito
mais porque não tem quem diga que começou e terminou o seu trabalho”, diz o
psicanalista.
“A gente se vê na obrigação de
resolver problemas fora do horário, trabalhando muito mais horas, por causa
dessa ausência do portão de entrada e saída do trabalho ou a figura do chefe,
que está lá olhando seu trabalho. É uma implicação psicológica desse tipo de
relação”, completa.
Com o home office, o sujeito acaba tendo horário, mas não para largar o trabalho- João Américo
Situação também ainda não organizada é questão econômica. Para trabalhar em
casa, o funcionário tem custos que muitas empresas ainda não repassam. “O
trabalhador acaba cedendo seu espaço pessoal, seu ‘templo’ que é sua casa,
gasta sua energia elétrica, sua internet, muitas vezes o seu próprio
equipamento e não tem uma compensação financeira para bancar isso”, explica
João Américo.
Computador pessoal, celular, tablet,
a mesa, a cadeira – tudo faz parte das condições de trabalho que são
responsabilidade da empresa. Portanto, diz João Américo, a empresa quando manda
o trabalhador para o home office, não está fazendo “nenhum favor”, e sim
preservando seu patrimônio – a força de trabalho que gera sua produtividade,
seu lucro.
Puxadinho da firma
Além dos fatores já citados, outros
pontos vêm sendo observados pelos profissionais que lidam com saúde mental. A
nova realidade de rotina em home office mexe não somente com o trabalhador,
ainda que ele se sinta confortável, mas com o restante da família.
O fato de ter seu lar engolido pela
vida profissional, além de cercear a liberdade pessoal, afeta também toda a
família.
Na avaliação de João Américo, cada
vez mais exige-se que o trabalhador se adapte à realidade do teletrabalho,
cedendo seu espaço pessoal para a empresa, tornando sua casa uma espécie de
‘puxadinho da firma’, o que reforça o ideário do patrão de que o trabalhador
está 100% disponível.
João Américo reconhece que, com a
pandemia, uma nova realidade foi imposta a todos e haverá sacrifício de ambas
as partes. Mas, ele diz, é necessário entender que para a ponta mais fraca da
corda – o trabalhador – a mudança de rotina é mais pesada.
“A gente precisa entender esses sacrifícios,
mas precisa entender a realidade do outro também. Para o trabalhador, diminui o
espaço geográfico da casa. As pessoas reservam um local pessoal e familiar e
isso diminui o espaço para todos da família”, diz o psicanalista.
Não são poucos os exemplos para
ilustrar. João Américo cita situações comuns em que o familiar, que também faz
parte do ambiente da casa, tem de fazer silêncio, abaixar o volume da televisão
e até mesmo deixar de circular em certos cômodos da casa para não interferir em
uma reunião online com vídeo que, como constatou o Citi, afeta as relações
familiares.
“As crianças têm que fazer silêncio,
o cônjuge tem que tomar certos cuidados, porque aquele espaço agora é da
empresa, é do trabalho”, ele diz.
As crianças
O home office durante a pandemia
também altera as relações pessoais entre os familiares. A constante presença em
casa interfere, por exemplo, no desenvolvimento psicológico de filhos.
“As crianças estão lidando com uma
referência familiar que é o presente-ausente, ou seja, o cuidador que está ali,
perto dos filhos, mas não pode dedicar a atenção necessária que eles precisam”.
Segundo João Américo, essas crianças
terão a tendência a desenvolver relacionamentos afetivos problemáticos no
futuro. “Essas crianças serão os adultos que podem desenvolver relações
conflituosas e relacionamentos ausentes, ou seja, com a pessoa que ‘some’, que
está longe, que não responde mensagens”.
Como fica o
trabalhador, então?
Ao mesmo tempo em que há empresas, em
especial as grandes, que se preocupam com a saúde mental dos trabalhadores e
oferecem algum tipo de assistência psicológica, grande parte delas, ainda não
se debruçou sobre esse olhar de cuidado com seus funcionários.
O psicanalista João Américo aponta
que se faz necessário, mais do que nunca, o diálogo entre trabalhadores e
empregadores para que se possa preservar, minimamente, o equilíbrio emocional
frente à essa nova realidade que ele acredita, vai perdurar após a pandemia.
“Há que se levar em consideração a
realidade de cada um. Como é o ambiente em casa, se faltam condições, se há
outras pessoas envolvidas porque, no fundo, a realidade individual é uma
realidade coletiva quando se trata de home office”.
Nesse sentido, há exemplos como o dos
bancários. No ano passado, no início da crise sanitária quando o isolamento
social foi recomendado e, por consequência milhares de trabalhadores da
categoria passaram exercer suas funções em casa, o Comando Nacional dos
Bancários incluiu o tema como pauta permanente de negociações com os bancos,
exigindo condições de trabalho.
Um estudo feito pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) concluiu que o home
office criou novas demandas e dificuldades. Entre elas a inadequação do
ambiente da residência para a realização do trabalho, a falta de equipamentos e
mobiliário adequados, a sensação de isolamento, a elevação de custos
residenciais, a falta de controle da extensão da jornada de trabalho, além do surgimento
de novos problemas de saúde.
Um desses problemas, relata João
Américo, é o aumento do número de dependentes de substâncias psicoativas. Ele
explica, de antemão, que o uso de certas substâncias é cultural mas quando
houver uma mudança no propósito do uso, hà que se ter atenção.
“Se uma pessoa consome álcool, bebe
uma cerveja, de forma recreativa, para comemorar um aniversário, por exemplo, é
uma coisa. A partir do momento em que ela passa usar o álcool como fuga para
seus stress, para seu desequilíbrio emocional, isso se torna um problema”, ele
diz.
O psicanalista relaciona algumas
substâncias conhecidas da maioria da população, que entram nessa classificação
e, segundo ele, merecem destaque: álcool, tabaco (cigarro), psicotrópicos
(Rivotril é o mais conhecido), a maconha e outras drogas ilícitas e o açúcar.
Sim, o açúcar. Ele diz que a
compulsão por doces, em especial em horários aleatórios, como acordar de
madrugada com uma incontrolável vontade de comer, pode ser um sinal de
dependência. E pode ter como origem o stress causado pelo home office.
Direitos
A advogada especialista em direito
coletivo do trabalho, Lais Lima Muylaert Carrano, do escritório LBS Advogados,
explica que ao contrário do vale-transporte, todos os demais benefícios,
incluindo vale-alimentação e vale-refeição, devem ser concedidos
indistintamente entre os empregados que trabalham nas dependências do
empregador e os que trabalham em casa, principalmente os negociados
coletivamente.
“O que define, de fato, se o
vale-alimentação e/ou o vale-refeição será concedido não é o regime de trabalho
adotado – presencial ou remoto – mas sim a existência de previsão contratual ou
de norma coletiva a assegurar o pagamento do benefício pelo empregador”.
Controle de Jornada
Também advogada do Escritório LBS
Advogados, Fernanda Teodora Sales de Carvalho, explica que as empresas fazem
uso de ferramentas de trabalho como e-mails vinculados com os smartfones,
linhas telefônicas corporativas com WhatsApp, Ipads e Laptops com a intenção de
receber respostas mais instantâneas em suas demandas, ou seja, dos
trabalhadores.
“Ao mesmo tempo em que permite que o
trabalho se exerça à longa distância, [a tecnologia] possibilita que o controle
se faça do mesmo modo, pelo contato online ou outros meios. Basta que o
empregador queira controlar, à distância, o trabalho do empregado, que terá
como fazê-lo”, explica.
Ação sindical
A CUT tem realizado seminários com
participação de especialista para subsidiar negociações coletivas e elaboração
de leis pelo Congresso Nacional, a fim de garantir direitos para os
trabalhadores em home-office.
Números
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em novembro de 2020, no Brasil, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam trabalhando de forma remota, sendo 2,85 milhões trabalhadores do setor público e 4,48 milhões no setor privado.
*Edição: Marize Muniz
Fonte: CUT
Lava Jato ajudou a eleger o Bolsonaro, admitiu procuradora da Operação - Foto: EVARISTO SA / AFP - "JÁ ERA DE SE ESPERAR"
A procuradora Jerusa Viecili admitiu, em conversa com colegas da força-tarefa da Lava Jato, que a operação ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro em 2018. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
O diálogo foi entregue nesta segunda 29 ao Supremo Tribunal Federal pela defesa do ex-presidente Lula, que foi autorizada a ter acesso ao material da Operação Spoofing.
Na conversa, Jerusa afirma para o também procurador Deltan Dallagnol que, para tentar se reaproximar dos jornalistas, era preciso se “desvincular do Bozo”.
“Delta, sobre a reaproximação com os jornalistas, minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ “, disse.
“Temos que entender que a FT [Força Tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso”, acrescentou.
Leia o que a procuradora ainda disse:
“Veja que, no passado, em pelo menos duas oportunidades poderíamos ter nos desvinculado um pouco do Bozo nas redes sociais: 1. caso Flavio (se fosse qualquer outro politico envolvido, nossa cobrança por apuração teria sido muito mais forte); 2. caso da lei de acesso à informação que o bozo, por decreto, ampliou rol de legitimados para decretar sigilo e depois a Câmara derrubou o decreto. A TI fez nota técnica e tudo e nossa reação foi bem fraca (meros retweets). (ao lado do caso Flavio, o próprio caso de Onix Lorenzoni) agora, com a “comemoração da ditadura” (embora não tenha vinculação direta com o combate à corrupção), estamos em silêncio nas redes sociais. Não prezamos a democracia? concordamos, como os defensores de bozo, que ditadura foram os 13 anos de governo PT? a LJ teria se desenvolvido numa ditadura? sei que há uma preocupação com a perda de apoio dos bolsominions, mas eles diminuem a cada dia. o governo perde força, pelos atropelos, recuos e trapalhadas, a cada dia. converse com as pessoas: poucos ainda admitem que votaram no bozo (não sei como Amoedo não foi eleito no 1º turno pq ultimamente, so me falam que votaram nele). enfim, acho que defender a democracia, nesse momento, seria um bom início de reaproximação com a grande imprensa. com relação a defender a Democracia, também seria importante um discurso de defesa das instituições. Atacamos muito o STF e seus ministros, mas sabemos que a democracia só existe com respeito às instituições. e o STF precisa ser preservado, como órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. • 15:08:34 Jerusa pense com carinho”.
Dallagnol, então, responde: “Concordo Je. Acho nota esquisita. E se fizermos artigos de opinião? Acho que não da pra bater, mas da pra firmar posição numa abordagem mais ampla”.
Fonte: Carta Capital
Com Potiguar Notícias
Campanha estudantil “Vida, pão, saúde e educação” ganha redes e ruas - Fonte: UBES
Na ultima quarta 17/3, dia em que o Brasil chegou a mais um recorde diário de mortes por Covid-19, estudantes lançaram a Jornada de Lutas da Juventude 2021 “Vida, pão, saúde e educação”.
“É um grito dos estudantes que não aguentam mais e não se calarão diante de um governo genocida”, explica Rozana Barroso, presidenta da UBES. Realizada pela entidade secundarista em conjunto com a UNE e a ANPG, as ações exigem vacina para toda a população, auxílio emergencial, planos sérios para controle da pandemia e problemas sociais. (Leia mais aqui)
Além das dezenas de entidades municipais e estaduais que compõe a UBES, lideranças secundaristas e estudantes Brasil afora, diversas personalidades, figuras do meio político e social compartilharam a campanha nas redes sociais.
Se liga: dia 30 de março será o principal dia de ações!
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Ontem (29) A capital do Paraná completou 328 anos de fundação
Em 1693, mais precisamente no dia 29 de março, o capitão-povoador Matheus Martins Leme, ao coroar os “apelos de paz, quietação e bem comum do povo”, promoveu a primeira eleição para a Câmara de Vereadores e a instalação da Vila, como exigiam as Ordenações Portuguesas.
Estava fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, depois Curitiba.
A mudança do nome da vila e da rotina do povoado veio em 1721, com a visita do ouvidor Raphael Pires Pardinho, hoje nome de praça na cidade.
Ele foi, provavelmente, a primeira autoridade a se preocupar com o meio ambiente da cidade, iniciando uma tradição pela qual Curitiba hoje é reconhecida internacionalmente.
Esquecida pelos governantes da Capitania de São Paulo, Curitiba passou por um período de extrema pobreza. A prosperidade só viria a partir de 1812, com o tropeirismo.
Ponto estratégico do caminho do Viamão a São Paulo e às Minas Gerais, o povoado viu crescer o comércio com a passagem dos tropeiros.
Curitiba é uma palavra de origem Guarani: kur yt yba quer dizer “grande quantidade de pinheiros, pinheiral”, na linguagem dos índios, primeiros habitantes do território.
Nos primórdios da ocupação humana, as terras onde hoje está Curitiba apresentavam grande quantidade de Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-Paraná.
Siga lendo no site da Prefeitura de Curitiba
Fonte: Portal BRASIL CULTURA
Adaptado peço CPC-RN
segunda-feira, 29 de março de 2021
12ª Bienal da UNE vai homenagear semana de Arte Moderna e Elza Soares - por Cristiane Tada.
Programação majoritariamente digital tem ato-show no dia 27 de Abril, debates e mostras de 19 a 23 de Maio
O maior festival estudantil de arte e cultura da América Latina está de volta e para se adaptar aos tempos duros de pandemia será majoritariamente online e de acordo com as condições sanitárias. A 12ª Bienal da UNE – Festival dos Estudantes será lançada num ato-show pela vacina contra o Covid-19, direto do Teatro Municipal, em São Paulo, no dia 27 de Abril.
“Achamos importante trazer este tema para a abertura da Bienal, que é sempre um dos momentos mais marcantes do festival, porque sabemos que a educação de milhares de jovens está afetada, com a suspensão de aulas presenciais, e só conseguirá ser normalizada com a imunização nacional. A luta da educação hoje é também a luta pela vacina”, explicou o presidente da UNE, Iago Montalvão.
Depois do ato-show, que terá convidados especiais, as atividades de debates e exibição das mostras convidadas e competidoras acontecerão entre os dias 19 e 23 de maio, por meio do canal oficial da entidade no YouTube Uneoficial . A programação, informações sobre o evento e inscrições estarão disponíveis em breve pelo hotsite bienaldaune.org.br
O Festival é uma realização da UNE, ANPG e UBES, entidade secundarista que nessa edição terá uma programação especial dentro da Bienal para os estudantes de escolas técnicas.
“A realização da Bienal neste momento reafirma a importância de resistir ao difícil cenário político com cultura, na luta pela educação, contra a censura e em defesa da vida, reunindo movimentos culturais e sociais para se organizar contra os ataques do governo Bolsonaro”, afirma Iago.
Esta edição com o tema “Brasil, um povo que resiste”, homenageia os cem anos da Semana de Arte Moderna e convida a desenhar coletivamente um Brasil antropofágico e possível, um país legítimo, pintado de ‘nois’ : a juventude. E exalta Elza Soares como o “Brasil que deu certo”, espelho de vitórias e representatividades.
Além das tradicionais mostras de Artes Cênicas, Artes Visuais, Música, Audiovisual, Literatura, Projetos de Extensão, Ciência e Tecnologia, a 12ª edição inclui uma exibição de Jogos Digitais. Estudantes devidamente matriculados no Ensino Médio, Superior e Pós poderão se inscrever gratuitamente em todas as categorias.
O Lado C, atividade que convencionalmente leva participantes para conhecerem diferentes realidades nas cidades sede da Bienal, este ano também terá um novo formato. A atividade vai mostrar esse olhar das periferias brasileiras por meio de gravações de diferentes projetos sociais espalhados pelo Brasil.
Sobre a Bienal da UNE – Festival dos Estudantes
A Bienal da União Nacional dos Estudantes é um festival de cultura, arte, ciência e tecnologia que mapeia, conecta e apresenta o que de mais interessante tem sido produzido dentro e fora das universidades brasileiras. É considerado o maior encontro estudantil da América Latina, reunindo cerca de 15 mil estudantes por edição.
A primeira Bienal da UNE foi realizada em 1999, em Salvador (BA), e a última edição em 2019, retornou à capital da Bahia para celebrar 20 anos de mapeamento e difusão da produção artística estudantil. A ocasião também relembrou a refundação da UNE, 40 anos depois de ter sido desmantelada pela ditadura militar.
Em 2019, passou também a ser realizada em conjunto com as entidades irmãs Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).
A programação reúne debates, seminários, oficinas, mostras de trabalhos, shows, visitas às comunidades locais e diversas outras atividades culturais.
Ao longo desses 20 anos, o festival já passou também pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Olinda e contou com a presença de figuras ilustres como Leci Brandão, Alceu Valença, Nação Zumbi, Tom Zé, J. Borges, Aleida Guevara, Gilberto Gil, Ariano Suassuna, Racionais MC’s, Criolo, Emicida, Pitty e muitos outros personagens da cultura brasileira e latino-americana.
Fonte: UNE