Com menos de 10% de aprovação, governo ilegítimo recebe recado de trabalhadores e estudantes nesta sexta (31): o povo não aceitará reformas e retrocessos.
“A maior greve geral que este País já viu nos últimos tempos” foi anunciada por trabalhadores e estudantes nas ruas de todas as regiões do Brasil neste 31 de março. No mesmo dia em que uma pesquisa Ibope divulgou aumento da reprovação do governo Temer para 55%, milhares de brasileiros deram demonstração de resistência e esperança, contra a “reforma” da previdência, o desmonte das leis trabalhistas e a terceirização.
Em São Paulo, diversas categorias anunciaram greve, lotaram a avenida Paulista, junto com estudantes, e caminharam até a República, no começo da noite. Lideranças de movimentos sociais, integrantes das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular ressaltaram que o calor das ruas, que se mantém desde 8 de março, só irá crescer, em um “abril vermelho”, e parar o Brasil, em greve geral de 28 de abril.
Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), subiu o tom: “O jogo no Brasil começou a virar no dia 8 de março e uma pesquisa já mostra que maioria do povo percebeu o que representam os ataques do governo ilegítimo. Hoje é mais um passo importante. Se esse recado que estamos dando não for entendido, mesmo com a greve geral, e resolverem votar a reforma da previdência, vamos ter que invadir o Congresso Nacional”.
Com gente de todas as idades, o ato uniu força e esperança. “A juventude já pode sonhar com um futuro diferente, por isso não aceitará os retrocessos e estará ao lado dos trabalhadores”, garantiu Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Emerson Santos “Catatau”, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), disse que os jovens do Ensino Médio já se articulam em todo o Brasil para a greve geral do dia 28: “Só com a esperança vamos mudar os rumos deste País”.
Foto: Amanda Macedo/UBES |
Foto: Mídia Ninja |
Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça
O significado histórico do dia 31 de março e importância da democracia também foram lembrados. Fabíola Loguercio, diretora da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), citou o golpe de Estado que começou em 31 de março de 2014 e do estudante Edson Luís, morto pela repressão militar da ditadura em 28 de março de 1968:
“Edson Luís continua presente nas nossas memórias. Aqui se respira luta e não aceitaremos um projeto que não foi aprovado nas urnas!”.
Se empurrar o Temer cai
Gabriel Nascimento, diretor da Associação Nacional de Pós-Graduandos, ressaltou a vitória da entidade nesta quinta (30) no Congresso: “Mobilizados, conseguimos que o Congresso rejeitasse projeto para cobrança na pós-graduação pública. Vamos continuar unidos”.
Para Rogério Nunes, secretário da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), “o governo ilegítimo já começa a perder força no Congresso e falta só um empurrão da classe trabalhadora”. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, tem a mesma perspectiva: “Vamos derrubar o Temer ainda este ano!”.
Ele avisou ainda que os trabalhadores não esquecerão dos congressistas que apoiam retirada de direitos e que eles não se elegerão em 2018: “Querem vender aposentadoria no banco, e não que seja uma regra do estado. Colocaremos suas fotos em postes por todo o País”.
Por Cristiane Tada e Natália Pesciotta, de São Paulo
Foto: Amanda Macedo/UBES |
- Fonte: UBES
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