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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

João Bosco desautoriza uso de sua música pela Polícia Federal

 
Foto divulgação
O compositor mineiro João Bosco divulgou nota nesta quinta-feira (7) em que manifesta sua indignação contra a operação da Polícia Federal na Universidade Federal de Minas Gerais e desautoriza, politicamente, o uso da canção “O Bêbado e a Equilibrista” para denominar a ação que para ele é “uma violência à cidadania”.

“Essa canção foi e permanece sendo, na memória coletiva do país, um hino à liberdade e à luta pela retomada do processo democrático”, afirma o compositor João Bosco em relação à música “O Bêbado e à Equilibrista”, de onde a Polícia Federal retirou a denominação “Esperança Equilibrista” para a operação realizada nesta quinta-feira (6) contra o reitor e outros dirigentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Indignado com a ação policial e com o uso da canção, feita em parceria com Aldir Blanc, João Bosco foi enfático: “Não autorizo, politicamente, o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental”.

João Bosco chama a operação de “violência à cidadania” e ressalta o fato de que os acusados e seus advogados sequer tiveram acesso ao processo. O compositor chama atenção para o ataque à universidade pública e ao ensino gratuito. Ao final da nota afirma: “Fica aqui, portanto também a minha defesa veemente da universidade pública, espaço fundamental para a promoção de igualdades na sociedade brasileira. É essa a esperança equilibrista que tem que continuar”.

Leia a íntegra da nota:

Recebi com indignação a notícia de que a Polícia Federal conduziu coercitivamente o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Jaime Ramirez, entre outros professores dessa universidade. A ação faz parte da investigação da construção do Memorial da Anistia. Como vem se tornando regra no Brasil, além da coerção desnecessária (ao que consta, não houve pedido prévio, cuja desobediência justificasse a medida), consta ainda que os acusados e seus advogados foram impedidos de ter acesso ao próprio processo, e alguns deles nem sequer sabiam se eram levados como testemunha ou suspeitos. O conjunto dessas medidas fere os princípios elementares do devido processo legal. É uma violência à cidadania.

Isso seria motivo suficiente para minha indignação. Mas a operação da PF me toca de modo mais direto, pois foi batizada de “Esperança equilibrista”, em alusão à canção que Aldir Blanc e eu fizemos em honra a todos os que lutaram contra a ditadura brasileira. Essa canção foi e permanece sendo, na memória coletiva do país, um hino à liberdade e à luta pela retomada do processo democrático. Não autorizo, politicamente, o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental.

Resta ainda um ponto. Há indícios que me levam a ver nessas medidas violentas um ato de ataque à universidade pública. Isso, num momento em que a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, estado onde moro, definha por conta de crimes cometidos por gestores públicos, e o ensino superior gratuito sofre ataques de grandes instituições (alinhadas a uma visão mais plutocrata do que democrática). Fica aqui portanto também a minha defesa veemente da universidade pública, espaço fundamental para a promoção de igualdades na sociedade brasileira. É essa a esperança equilibrista que tem que continuar.

João Bosco

07/12/2017

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