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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A praça é dos poetas: estátua de Gregório de Matos é inaugurada

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Foi inaugurada ainda a exposição Gregórios, que retrata as várias facetas do poeta e da Salvador em que ele viveu, uma cidade com 30 mil habitantes e casas de taipa
“Agora já temos esse diálogo: Castro Alves e Gregório de Matos.” A frase, de Fernando Guerreiro, presidente da fundação que leva o nome do poeta, foi dita na inauguração da estátua de Gregório. A homenagem acontece no ano em que a fundação completa 30 anos. 
Localizada na frente do Teatro Gregório de Matos, a estátua do Boca do Inferno fica quase em frente ao busto do poeta Castro Alves. Tanto quanto o colega mais jovem, Matos é um dos grandes nomes da poesia baiana e brasileira. Mas pelo conteúdo satírico, erótico e antirreligioso de algumas de suas poesias, o artista foi por muito tempo negligenciado. “No final do século XIX, chegou a ser chamado de tarado e deliquente”, revela o jornalista, cineasta e escritor Raul Moreira.
Vanguardista, Gregório desafiou a sociedade da época e os poderosos e fez inimizades com governadores e com a Igreja.  “Nesse momento em que a cultura começa a ser satanizada novamente, é importante reforçar que a arte é livre. Trazer Gregório reafirma o compromisso da prefeitura com a liberdade”, comentou Guerreiro.

A escultura é em tamanho real e foi feita em fibra de vidro pelo artista plástico baiano Tati Moreno. “Agora você pode até brigar com ele que ele te responde do outro lado”, disse aos risos a jornalista Nilza Vaz, 56 anos, presente na inauguração. É que quem se aproximar da escultura terá a grata surpresa de escutar trechos das poesias de Matos declamadas na voz do ator Jackson Costa. “Gregório é extremamente necessário hoje. Ele é ácido, toca naquilo que estamos vivendo, como a corrupção”, disse o enfermeiro Handerson Santos, 32.
Versos como “Que anda a Justiça na praça: Bastarda, vendida, injusta”, “Neste mundo é mais rico o que mais rapa”, “Busco uma freira, que me desentupa a via, que o desuso às vezes tapa”, certamente foram incômodos aos poderosos e contrariaram a moral e os bons costumes, não só do século XVII, época em que o baiano viveu, mas também de séculos seguintes. Quem passar pela estátua vai poder ouvir versos do “Boca de Brasa” e até uma risada sarcástica.
Foi inaugurada ainda a exposição Gregórios, que retrata as várias facetas do poeta e da Salvador em que ele viveu, uma cidade com 30 mil habitantes e casas de taipa. Este foi o último trabalho assinado pelo artista plástico e cenógrafo Joãozito Lanussi, falecido em 15 de outubro de 2017. A pesquisa é do jornalista Raul Moreira. Ontem também foi encenada a peça “Boca a Boca: um solo para Gregório”, um recital de poesias em formato de show de rock. Para este ano, estão previstos ainda quatro outros espetáculos celebrando o poeta.
“Gregório simbolizou a nossa literatura, é um nome cada vez mais reconhecido. Na verdade, é uma homenagem à cultura de Salvador, não só essa estátua, mas também homenageando os 30 anos da fundação (autarquia da prefeitura), que desenvolve toda a política cultural da nossa cidade. Homenagear Gregório é homenagear a todos aqueles que contribuíram com a nossa cultura”, disse ACM Neto, na inauguração.
O prefeito lembrou a reabertura, na sua gestão, do próprio Teatro Gregório de Mattos, uma das obras icônicas de Lina Bo Bardi, e também a recuperação do Espaço Cultural da Barroquinha.
Ele disse ainda que a praça Castro Alves, onde se concentram o Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, o Espaço Cultural da Barroquinha e o Teatro Gregório de Matos, serão integrados. A intervenção faz parte da requalificação da Avenida Sete, cuja licitação deverá ser lançada nos próximos meses.
Mais homenagens
A partir da próxima quinta-feira (11), tem início o projeto Quintas Gregorianas, realizado no Teatro que leva o nome do artista e que trará debates e leituras da obra do poeta. No final de fevereiro ou início de março, será lançado um edital para premiar projetos que dialoguem com a linguagem, a contemporaneidade e a ousadia do poeta barroco. Serão R$ 2, 2 milhões destinados a iniciativas como livros e documentários.
Fonte: BRASIL CULTURA

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