Presidente, vice-presidente e secretária-geral falam sobre a importância de representar a juventude que enfrenta o racismo no país
Na sociedade brasileira, eles estão como maioria nos índices de
evasão escolar, builling e genocídio jovem. Porém, no movimento
estudantil, agora têm lugar na mesa diretora da maior entidade de
representação dos secundaristas, na gestão 2017-2019. A UBES, que
representa mais de 40 milhões de estudantes do ensino médio,
fundamental, técnico e preparatório do país, tem pela primeira vez os
três principais cargos compostos por pessoas negras.
O presidente Pedro Gorki, o vice-presidente Ramon Motta e a
secretária-geral Juliene da Silva compuseram a mesa juntos pela primeira
vez no sábado (20), durante reunião da nova Diretoria Executiva em
Porto Alegre (veja como foi). Para eles, estar sentados lado a lado nestes assentos é necessário e de importância histórica.
“A juventude que está nas escolas públicas quer debater tanto estrutura e qualidade da sala de aula quanto o racismo que pretos e pretas sofrem diariamente. Essa é nossa escola, suas demandas e necessidades”, diz Gorki.
Contra o racismo diariamente
O baiano Ramon participou da última gestão como diretor na pasta LGBT
e destaca que essa outra representatividade também é fundamental: “No
ano passado, fizemos o primeiro encontro de estudantes LGBT dos
secundaristas. E agora temos pela primeira vez um vice-presidente LGBT e
negro. Isso reflete no simbolismo e nas ações do movimento. A UBES tem
esse papel de ‘puxar’ a sociedade para frente”
Para a fluminense Juliene, que também participou da gestão anterior, a
composição da mesa está intimamente ligada à luta e dia a dia da
entidade: “Vivemos em um país onde os negros são constantemente
marginalizados e que nega acesso nos espaços acadêmicos e de poder. Ter
uma mesa diretora 100% negra é reflexo efetivo desta luta diária”.
O combate ao racismo e a inclusão da juventude negra são temas
prioritários para a UBES. Em 2015, a entidade realizou o primeiro
Encontro de Negros e Negras. No último congresso, em dezembro, uma das principais mesas alertava sobre os riscos da redução da maioridade penal para a juventude negra.
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