"Desafios mais profundos"- Metade do país acusa a polícia de racismo, a outra metade defende as forças de segurança.
Hoje no mundo uma alternativa e até uma “utopia de civilização”, que poderia ser oferecida ao mundo em um momento de obscuridade e ameaças de novas barbáries que degradam a Humanidade.É uma forma de institucionalizar o racismo. A máquina de encarcerar e matar negros é a chamada “guerra às drogas”. Uma das principais lideranças norte-americanas na luta pela reforma das políticas de drogas e no enfrentamento ao racismo é a ativista e advogada Deborah Peterson Small, 60 anos, graduada em Direito e Políticas Públicas pela Universidade de Harvard.
Revolta e frustração:Quase todos os casos têm um elemento comum, e a única excepção será ainda mais trágica do que os restantes como as relatada a baixo:
Stephon Clark foi morto com 20 tiros no jardim da casa de sua vó
A policia havia recebido uma denúncia de que um homem estava quebrando janelas de veículos e se escondera no quintal de uma casa.
Stephon Clark, de 22 anos, parecia o principal suspeito para as autoridades. Quando o viram com o celular na mão, disseram "Arma! Arma!" e atiraram 20 vezes no homem, no jardim da casa de sua avó.
O incidente aconteceu no último dia 18 de março, em Sacramento, na Califórnia. Após o assassinato do jovem, diversos protestos foram organizados para pedir justiça e trazendo novamente à tona o debate sobre violência policial contra negros nos EUA.
Bloqueando vias e gritando "Acabem com isso", em referência às mortes de pessoas negras desarmadas por policiais, diversas pessoas se reuniram na porta da arena do Sacramento Kings.
O próprio time e o Boston Celtics, que disputam a NBA, se manifestaram a respeito, utilizando uma camiseta em homenagem à vítima e dando declarações a respeito do assassinato ao final de uma partida.
Além disso, celebridades se pronunciaram sobre a morte do jovem, cobrando a resolução do caso, inclusive a atriz Amy Schumer.
Em uma coletiva de imprensa, a avó da vítima, Sequita Thompson, questionou a crueldade do ato. "Por que vocês não atiraram nele no braço? Nas pernas? Por quê? Por quê? Justiça! Eu quero justiça para meu bebê. Eu só quero justiça para Stephon Clark. Por favor, nos deem justiça!", pediu.
Um amigo da família também criticou a ação da polícia. "Quem policia a polícia? Precisamos de voz", disse Darron Powe.
Lembrando outros casos:
Anthony Hill- Aos 27 anos, Anthony Hill foi assassinado por um policial branco, em março, na Geórgia. Hill, que sofria de problemas psiquiátricos, estava desarmado e teria atacado um dos agentes, enquanto corria nu em um complexo residencial da região metropolitana de Atlanta
Tamir Rice- O menino de 12 anos de Cleveland, em Ohio, foi morto com dois tiros em 21 de novembro de 2014 ao usar uma arma de brinquedo em um parque. A denúncia feita à polícia dizia que uma pessoa apontava uma arma para pedestres, mas ressaltava que poderia ser de brinquedo. O funcionário que atendeu a ligação perguntou duas vezes se o jovem era negro ou não
Michael Brown -Um caso que também gerou protestos nos Estados Unidos foi o de Michael Brown, de 18 anos. Brown estava desarmado ao ser abordado pela polícia em Ferguson, Missouri, em 9 de agosto do ano passado. Ele era suspeito de roubar um maço de cigarros de uma loja. Segundo a autópsia, o jovem levou seis tiros
Eric Garner -A decisão de um júri popular em não indiciar o policial envolvido na morte de Eric Garner gerou manifestações em cidades americanas, em dezembro de 2014. Pai de seis filhos, Garner, de 43 anos, morreu asfixiado durante uma detenção em Nova York, em 17 de julho daquele ano. Era suspeito de vender cigarros ilegalmente na rua. Garner disse ao agente
Kajieme Powell- Dias depois da morte de Brown, outro jovem negro foi morto em St. Louis, vizinha de Ferguson. Segundo policiais, Kajieme Powell, de 23 anos, tinha uma faca e ameaçava as pessoas. Testemunhas dizem que o jovem não oferecia perigo. Ele teria problemas mentais.
Se liga:Um negro, um indígena ou um mestiço podem ser alvo de preconceito por motivos diferentes. Um negro pode ser essa vítima simplesmente por ser negro. Trataria-se, na verdade de reconhecer que ele pertence a uma "raça inferior". É o racismo que não tem saída. Quando nos Estados Unidos no passado o os negros não podiam andar de ônibus ao lado dos brancos nem usar o mesmo banheiro, a discriminação era de raça. Era como se estivessem deixando os porcos entrarem em casa.
No Brasil:Quando no Brasil a polícia, na rua, flagra um assalto e um negro e um branco saem correndo, o mais certo é que tente deter o negro, que para o policial é o mais provável que seja um bandido. Nesse caso, o racismo não é necessariamente racial. A noção geral é de que os negros estudam menos, sabem menos, são mais pobres e, portanto, são mais inclinados ao crime. É um racismo social sendo assim é urgente que se coloquem todas as forças a serviço de uma melhor escolaridade para os brasileiros negros, algo que castiga os mais pobres, discriminando-os e relegando-os aos trabalhos mais “inferiores”. É urgente que se aprofunde, desde a escola, o conceito de que não existem raças, mas sim etnias, todas elas igualmente humanas, igualmente ricas e dignas de respeito.
Mais enquanto isso vamos importar dos EUA as:Dez regras para sobreviver se for parado pela polícia
1. Seja educado e respeitoso se parado pela polícia. Mantenha a boca fechada.
2. Lembre que sua meta é chegar em casa em segurança. Se sentir que seus direitos foram violados, você e seus parentes têm o direito de fazer uma queixa em sua jurisdição policial.
3. Em nenhuma circunstância discuta com a polícia.
4. Sempre lembre que tudo que disser ou fizer pode ser usado contra você na Justiça.
5. Mantenha suas mãos à vista e se certifique de que a polícia pode vê-las o tempo todo.
6. Evite o contato físico com a polícia. Não faça nenhum movimento súbito e mantenha as mãos longe dos bolsos.
7. Não corra, mesmo que tenha medo da polícia.
8. Mesmo se acreditar que é inocente, não resista à prisão.
9. Não se pronuncie sobre o incidente até se encontrar com um advogado ou defensor público.
10. Fique calmo e mantenha o controle. Cuidado com as palavras, linguagem corporal e emoções.
“O Brasil nunca será um País de primeira classe enquanto considerar natural tratar os negros como cidadãos
de segunda classe”
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
Fonte: Cartilha da Igreja Batista Shiloh, em Washington
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