O MIS inicou uma nova programação, o Cinema Paulista Já!. Idealizado por Isa Castro, Diretora Cultural do Museu, o programa busca mostrar como o cinema paulista se renovou a partir de uma geração de cineastas independentes que fizeram seus primeiros longas-metragens de ficção nos anos 1980.
O programa traz, a cada edição, um personagem desta geração e uma retrospectiva de seus filmes. O primeiro convidado é Alain Fresnot, diretor de filmes como Lua cheia, Ed Mort, Desmundo e Família vende tudo. Para que esses filmes possam ser exibidos, a pesquisa não se resume ao acervo do Museu da Imagem e do Som, mas se estende a acervos universitários e de espaços como a Cinemateca Brasileira. A segunda edição do Cinema Paulista Já! Será em junho e tem como convidado André Klotzel.
Entre os filmes dessa geração que se destacam estão Asa Branca – um sonho brasileiro (1981), de Djalma Limongi Batista; A marvada carne (1985), de André Klotzel; Anjos da noite (1987), de Wilson Barros; A dama do Cine Shanghai (1987), de Guilherme de Almeida Prado; Cidade oculta (1986), de Chico Botelho; Jogo Duro (1986), de Ugo Giorgetti; Romance (1988), de Sérgio Bianchi e Feliz ano velho (1988), de Roberto Gervitz.
HistóricoNo início dos anos 1980, com a luta da Associação Paulista de Cineastas (Apaci) por maior representação entre os financiados pela Embrafilme e com o declínio do sistema da Boca do Lixo, o cinema paulista se renovou, a partir de uma geração de cineastas independentes que fizeram seus primeiros longas-metragens de ficção no decorrer da década, além de ter produzido diversos curtas-metragens. Sem caráter ou pretensão de movimento, o cinema desta geração é diversificado e aponta para diferentes vertentes e propostas estéticas. Em comum os participantes tinham aEscola de Comunicações e Artes da USP, a Vila Madalena (que se tornou polo das produtoras, como a Gira Filmes, Barca Filmes, Tatu Filmes e Superfilmes), passagens esporádicas pela Boca do Lixo, alguns curtas e um longa-metragem de estreia feito com muito esforço. Mas, essencialmente, o que os aproximava eram dois fatores: o local, São Paulo, e o período, os anos 1980.
“O que nos diferencia de outras gerações era o espírito colaborativo: todos se conheciam, assim trocávamos experiências, emprestávamos equipamentos e atuávamos em diversas funções e em projetos de todos os amigos.”
Por Brasil Cultura
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