De origem
iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "a fala que faz".
Para alguns pesquisadores seria uma forma diversa do maracatu. Três
instrumentos básicos fazem parte desta manifestação. O afoxé (ou agbê), cabaça
coberta por uma rede formada de sementes ou contas, os atabaques, e o agogô,
formado por duas campânulas de metal. As melodias entoadas nos cortejos dos afoxés
são praticamente as mesmas cantigas entoadas nos terreiros afro-brasileiros que
seguem a linha jexá. O Afoxé, portanto, não é sinônimo de bloco carnavalesco.
Trata-se de uma manifestação que tem profunda vinculação com as manifestações
religiosas dos terreiros de candomblé.
Como se
comemora - O afoxé tem um comportamento específico pois seus foliões estão
vinculados a diversos terreiros de candomblé. As principais
características são as roupas, nas cores dos orixás, as cantigas em língua
iorubá, instrumentos de percussão, atabaques, agogôs, afoxés e xequerês. O
ritmo da dança na rua é o mesmo dos terreiros, bem como a melodia entoada. Os
cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos
por todos, inclusive os instrumentistas. Antes da saída do grupo ocorre o
ritual religioso (como a cerimônia do "padê de Exu" feita antes dos
ritos aos orixás numa festa de terreiro). O afoxé Embaixada da África foi a
primeira manifestação negra a desfilar pelas ruas da Bahia, em 1885.
De origem
iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "a fala que faz".
Para alguns pesquisadores seria uma forma diversa do maracatu. Três
instrumentos básicos fazem parte desta manifestação. O afoxé (ou agbê), cabaça
coberta por uma rede formada de sementes ou contas, os atabaques, e o agogô,
formado por duas campânulas de metal. As melodias entoadas nos cortejos dos
afoxés são praticamente as mesmas cantigas entoadas nos terreiros
afro-brasileiros que seguem a linha jexá. O Afoxé, portanto, não é sinônimo de
bloco carnavalesco. Trata-se de uma manifestação que tem profunda vinculação
com as manifestações religiosas dos terreiros de candomblé.
Como se
comemora - O afoxé tem um comportamento específico pois seus foliões estão
vinculados a diversos terreiros de candomblé. As principais
características são as roupas, nas cores dos orixás, as cantigas em língua
iorubá, instrumentos de percussão, atabaques, agogôs, afoxés e xequerês. O
ritmo da dança na rua é o mesmo dos terreiros, bem como a melodia entoada. Os
cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos
por todos, inclusive os instrumentistas. Antes da saída do grupo ocorre o
ritual religioso (como a cerimônia do "padê de Exu" feita antes dos
ritos aos orixás numa festa de terreiro). O afoxé Embaixada da África foi a
primeira manifestação negra a desfilar pelas ruas da Bahia, em 1885.
O Maculelê é
uma manifestação cultural oriunda cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia,
berço também da Capoeira. É uma expressão teatral que conta através da dança e
de cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua
tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o
herói da tribo.
Sua origem é
desconhecida. Uns dizem que é africana, outros afirmam que ela tenha vindo dos
índios brasileiros e há até quem diga que é uma mistura dos dois. O próprio
Mestre Popó do Maculelê, considerado o pai do maculelê, deixa clara a sua
opinião de que o maculelê é uma invenção dos escravos no Brasil, assim como a
capoeira os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate.
Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica reverenciada.
Mestre Popó do
Maculelê
No início do
século XX, com a morte dos mestres do Maculelê, a manifestação deixou de
acontecer por muitos anos, até que em 1943, Paulino Aluisio de Andrade, o
Mestre Popó do Maculelê, resolve reunir parentes e amigos para ensinar a dança
baseado em suas antigas lembranças. Consegue então resgatar o Maculelê e forma
o Conjunto de Maculelê de Santo Amaro o qual ganhou grande fama.
Mestre Popó começou a aprender o Maculêle com um grupo de pretos velhos,
ex-escravos Malês, livres. Segundo ele já não tinha mais escravidão nessa época
e eles se reuniam à noite: João Oléa, Tia Jô e Zé do Brinquinho: "eles
eram livres, mas quem botou o Maculelê fui eu mesmo" (Popó).
Segundo
Plínio de Almeida (Pequena História do Maculêle) o Maculêle existe desde 1757
em Santo Amaro da Purificação e as cores branca e vermelha nos rostos, que
assustavam as pessoas, poderia ser símbolos de algumas tribos Africanas, como
por exemplo, os Iorubas. Mas na verdade fica muito difícil identificar
exatamente à qual grupo étnico está associado à origem do Maculêle. Podemos
citar, por exemplo: os Cabindas, os Gêges, os Angolas os Moçambiques, os
Congos, os Minas, os Cababas.
Instrumentos
O instrumento
fundamental no maculelê é o atabaque. Na época de Mestre Popó eram usados três
atabaques seguindo a formação do candomblé. Outros instrumentos como o agogô e
o ganzá também eram tocados durante a apresentação. Hoje vemos apresentações de
maculelê, na maioria das vezes somente com o atabaque.
O Maculelê hoje
Hoje o
maculelê se mantém preservado graças à sua incorporação por grupos de capoeira,
que incluíram a dança nas suas apresentações em batizados e festas populares.
Os componentes se apresentam vestidos de saia de sisal, sem camisa e com
pinturas pelo corpo. Há também alguns grupos que preferem se apresentar com
seus abadás usuais, o que deixa evidente a sua descaracterização, o que deve
ser evitado para que não percamos mais uma manifestação cultural através do
esquecimento de suas raízes.
O maculelê
faz parte do folclore brasileiro e deve ser preservado como patrimônio
cultural, assim como a capoeira. Deve ser mantido e respeitado como tradição.
Seja ela trazida por nossos irmãos africanos ou criada pelos nativos indígenas,
a beleza do maculelê traz em si os traços da miscigenação cultural de um país
onde a cultura é a mais rica do mundo, apesar de não receber o reconhecimento
que merece.
Não é de hoje
que o apelo sensual das danças brasileiras choca os setores mais conservadores
da sociedade. Um século atrás, a dança mais popular do Rio de Janeiro era o
maxixe. Este é o nome de um fruto comestível, ainda hoje muito consumido no Nordeste.
Como a planta que
lhe dá origem é rasteira, a palavra "maxixe" passou a ser associada a
tudo que fosse pouco refinado, de baixa categoria. Veio daí o batismo da dança
sensual, praticada pelas camadas populares.
O Maxixe
(também conhecido por Tango brasileiro) é um tipo de dança de salão criada
pelos negros, que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século
XX. Dançava-se acompanhado a dois. Seu estilo musical é contemporâneo da polca
e dos princípios do choro e contou com compositores como Ernesto Nazareth e
Patápio Silva. Mas o maior nome na composição de maxixes foi, sem dúvida, o da
maestrina Chiquinha Gonzaga.
Teve a sua
origem no Rio de Janeiro na década de 1870, mais ou menos, quando o tango
também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual
sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também
influências do lundu, das polcas e das habaneras. Tal como o tango, este estilo
foi também exportado para a Europa e Estados Unidos da América, no início do
século XX.
Atualmente, o
samba e a lambada são dois exemplos de danças que devem algumas contribuições
de estilo ao Maxixe. E junto com o funk estão aí para provar que certas danças
não perdem o seu caráter cultural e revolucionário.
O Carimbó é
uma sonoridade de procedência indígena, aos poucos mesclada à cultura africana,
com a assimilação das percussões dos negros; e a elementos de Portugal, como o
estalar dos dedos e as palmas, que intervêm em alguns momentos da coreografia.
Originalmente, em tupi, esta expressão significa tambor, ou seja, curimbó, como
inicialmente era conhecido este ritmo. Gradualmente o termo foi evoluindo para
carimbó.
Esta dança teve sua origem no território de Belém, mais precisamente na área do Salgado, composta por Marapanim, Curuçá e Algodoal; e também se disseminou pela Ilha de Marajó, onde era cultivada pelos pescadores. Acredita-se que o Carimbó navegou pela baía de Guajará, pelas mãos dos marajoaras, desembarcando nas areias do Pará, justamente nas praias do Salgado. Não se sabe exatamente em que ponto desta região ele tomou forma e se consolidou, embora Marapanim clame pela paternidade desta coreografia, editando anualmente o famoso Festival de Carimbó de Marapanim.
De qualquer forma, esta cadência evoluiu para um formato mais moderno, inspirando decisivamente o nascimento da lambada e do zouk. Tradicionalmente este estilo musical era executado em tambores. Os tocadores golpeavam este instrumento, manufaturado com troncos de árvores, utilizando as mãos no lugar de pequenas varas. Eles eram secundados por reco-reco, viola, ganzá, banjo, maracás e flauta. Juntos, eles conferiam ao carimbó uma musicalidade original e voluptuosa.
Nas décadas de 60 e 70 guitarras elétricas foram acrescentadas aos tradicionais instrumentos, e a dança passou a receber forte inspiração de ritmos como o merengue e a cúmbia. Ao se disseminar pela região Nordeste do país, ela impulsionou o surgimento da lambada, que se difundiria por todo o Planeta.
Nas apresentações do carimbó os homens vestem blusas lisas ou mesmo estampadas, acompanhadas de calças sem estampas; eles não esquecem do lenço adornando o pescoço, do chapéu de arumã, e os pés ficam nus. As mulheres, por sua vez, trajam blusas que liberam os ombros e a barriga, para que fiquem visíveis, usam inúmeros colares e pulseiras confeccionadas com sementes que florescem na região paraense, sobre saias amplas ou franzidas, repletas de cores e estampas. Arranjos florais são dispostos sobre as cabeças, e elas igualmente dispensam sapatos.
A coreografia principia com os casais posicionados em filas, e então o homem acerca-se de sua companheira batendo palmas, sinal para que ela se considere convidada para dançar. Elas cedem e dão início a um volteio circular, constituindo simultaneamente um amplo círculo, movendo as saias, com a intenção de arrojá-las sobre a cabeça de seu parceiro.
A dança segue com uma das bailarinas lançando ao solo um lenço; seu companheiro, dobrado para frente e com os braços jogados para trás, simulando asas, abrem as pernas e se esforçam para apanhar o acessório com a boca, sem sair do ritmo. Enquanto isso a moça apanha a saia com as mãos, agita-a, como se ela fosse um peru, e todos cantam um trecho da música referente a este gesto: O Peru está na roda chô Peru. Tudo corre como se obedecesse, portanto, a um ritual pré-estabelecido, já memorizado por todos.
Esta dança teve sua origem no território de Belém, mais precisamente na área do Salgado, composta por Marapanim, Curuçá e Algodoal; e também se disseminou pela Ilha de Marajó, onde era cultivada pelos pescadores. Acredita-se que o Carimbó navegou pela baía de Guajará, pelas mãos dos marajoaras, desembarcando nas areias do Pará, justamente nas praias do Salgado. Não se sabe exatamente em que ponto desta região ele tomou forma e se consolidou, embora Marapanim clame pela paternidade desta coreografia, editando anualmente o famoso Festival de Carimbó de Marapanim.
De qualquer forma, esta cadência evoluiu para um formato mais moderno, inspirando decisivamente o nascimento da lambada e do zouk. Tradicionalmente este estilo musical era executado em tambores. Os tocadores golpeavam este instrumento, manufaturado com troncos de árvores, utilizando as mãos no lugar de pequenas varas. Eles eram secundados por reco-reco, viola, ganzá, banjo, maracás e flauta. Juntos, eles conferiam ao carimbó uma musicalidade original e voluptuosa.
Nas décadas de 60 e 70 guitarras elétricas foram acrescentadas aos tradicionais instrumentos, e a dança passou a receber forte inspiração de ritmos como o merengue e a cúmbia. Ao se disseminar pela região Nordeste do país, ela impulsionou o surgimento da lambada, que se difundiria por todo o Planeta.
Nas apresentações do carimbó os homens vestem blusas lisas ou mesmo estampadas, acompanhadas de calças sem estampas; eles não esquecem do lenço adornando o pescoço, do chapéu de arumã, e os pés ficam nus. As mulheres, por sua vez, trajam blusas que liberam os ombros e a barriga, para que fiquem visíveis, usam inúmeros colares e pulseiras confeccionadas com sementes que florescem na região paraense, sobre saias amplas ou franzidas, repletas de cores e estampas. Arranjos florais são dispostos sobre as cabeças, e elas igualmente dispensam sapatos.
A coreografia principia com os casais posicionados em filas, e então o homem acerca-se de sua companheira batendo palmas, sinal para que ela se considere convidada para dançar. Elas cedem e dão início a um volteio circular, constituindo simultaneamente um amplo círculo, movendo as saias, com a intenção de arrojá-las sobre a cabeça de seu parceiro.
A dança segue com uma das bailarinas lançando ao solo um lenço; seu companheiro, dobrado para frente e com os braços jogados para trás, simulando asas, abrem as pernas e se esforçam para apanhar o acessório com a boca, sem sair do ritmo. Enquanto isso a moça apanha a saia com as mãos, agita-a, como se ela fosse um peru, e todos cantam um trecho da música referente a este gesto: O Peru está na roda chô Peru. Tudo corre como se obedecesse, portanto, a um ritual pré-estabelecido, já memorizado por todos.
Nação Ijexá do
Candomblé
Ijexá é uma
nação do Candomblé, formada pelos escravos vindos de Ilesa na Nigéria, em maior
quantidade na região de Salvador, Bahia. O Babalorixá Eduardo de Ijexá foi
o mais conhecido dessa nação. Como também o Babalorixá Severiano Santana Porto,
ambos do mesmo orixá, Logum Edé.
Ritmo africano
O Ijexá
resiste atualmente como ritmo musical presente nos Afoxés. O Ijexá, dentro
do Candomblé é essencialmente um ritmo que se toca para Orixás, Oxum, Osain,
Ogum, Logum-edé, Exu, Oba, Oyá-Yansan e Oxalá.
Ritmo suave
mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Ijexá
é tocado exclusivamente com as mãos, osaquidavis ou baquetas não são usados
nesse toque, sempre acompanhado do Gã (agogô) para marcar o compasso. O Afoxé
Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais
brasileiros na preservação desse ritmo.
O Afoxé
Filhos de Gandhi basicamente só toca Ijexá e assim ele se mantém vivo. Herança
de África, viva aqui na Latinamérica. Na música popular o ritmo se
manifesta em gravações como ¨Beleza Pura¨ de Caetano Veloso, ¨Palco¨ (versão do
Acústico Unplugged) deGilberto Gil, ¨É d´Oxum¨ de Gerônimo e Vevé Calazans,
gravada por Gal Costa e por vários outros intérpretes da música brasileira.
Presente também em uma música do DVD Jorge Vercilo ao vivo, no qual ele cita o
ritmo. Pode se encontrar traços do ritmo em outra canções populares
brasileiras, como "O que foi feito de vera, O que foi feito deverá"
de Milton Nascimento. Também pode ser encontrado na música "Ijexá" ,
na voz de Clara Nunes.
Origens
No período da
escravidão, os escravistas eram interessados exclusivamente na força de
trabalho do africano, mas nos porões dos navios negreiros, além de músculos,
vinham ideias, sentimentos, tradições, mentalidades, hábitos alimentares,
rituais, canções, crenças religiosas, formas de ver a vida, e o que é mais
incrível, o africano levava tudo dentro de sua alma, pois não lhe era permitido
carregar seus pertences.
Da Nigéria e do
Benin vieram as principais raízes dos cultos afro-brasileiros, o Candomblé da
Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Tambor de Mina do Maranhão e o Batuque do Rio
Grande do Sul, os quais possuem fortes vínculos de origem com as crenças
religiosas dos povos de língua iorubá e fon.
Em Ouida, onde ficava
um dos grandes portos de embarque de escravos, os negros percorriam um caminho
de cinco quilômetros da cidade até o porto. Neste percurso todo escravo que era
embarcado, eram obrigados a dar voltas em torno de uma árvore. A árvore do
esquecimento.
Os escravos homens
deviam dar nove voltas em torno dela. As mulheres sete voltas. Depois disso
supunha-se que os escravos perdiam a memória e esqueciam seu passado, suas
origens e sua identidade cultural, para se tornarem seres sem nenhuma vontade
de reagir ou se rebelar.
Mas, o escravo não
esquecia nada, porque quando chegou aqui recriou suas divindades. Conseguiu
refazer tudo aquilo que ficou para traz. Hoje, nos diversos estados brasileiros
se tem verdadeiras ilhas de África, pois se mantém muito vivas as tradições
religiosas iorubá e jêje. Devido à multiplicidade nas origens, a estruturação e
a prática dos rituais tomaram formas diferentes em cada região do país.
No Batuque do Rio
Grande do Sul, também, os religiosos pertencem a nações diversas, portanto,
possuem tradições diferentes. Todavia, a influência da nação Ijexá é grande no
conjunto dos rituais africanos executados nos terreiros de origem Jêje, Oyó e
Cabinda.
brasileiras é o fato
do iniciado não saber, em hipótese alguma, que é incorporado pelo orixá. Esta
peculiaridade provém de longínquas aldeias do interior da África, e faz parte
dos rituais desde o início da estruturação da religião no Estado do Rio Grande do
Sul a mais de duzentos anos.
Outro caminho que
nos leva aos Orixás são os Búzios. A cerimônia do jogo dos Búzios é o
instrumento usado no dia a dia para consulta aos Orixás. Através dele podemos
receber orientações, conselhos e advertências.
Os Orixás cultuados
no Batuque do Rio Grande do Sul são: Bará, Ogum, Oyá ou Iansã, Xangô, Ibêji,
Odé, Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, Oxum, Yemanjá e Oxalá.
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