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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

“O que quero dizer a Lula é que ele foi o maior presidente do Brasil, queiram ou não seus opositores”, diz a deputada Leci Brandão

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Foto: Google
Em 2010, a carioca Leci Brandão se filiou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), para colocar em prática na política sua longa trajetória de dedicação à promoção de igualdade racial.  Naquele ano, foi eleita com mais de 85 mil votos como deputada estadual pelo estado de São Paulo e em 2014, reeleita. Leci Brandão foi a segunda deputada negra da história da Assembleia Legislativa de São Paulo.  Agora, aos 73 anos,  Leci volta à campanha para novamente tentar o cargo de deputada estadual por São Paulo e pelo mesmo partido, com ampla plataforma sobre as populações negra e indígena, as mulheres e os LGBTs.
por Katia Mello
A defesa dos Direitos Humanos começou há mais de quatro décadas para Leci, através de sua música, como uma das grandes intérpretes do samba no país. Nessa entrevista à coluna Geledés no debate, Leci Brandão conta como são elaborados seus projetos de lei e a influência de sua música em sua carreira política.
Deputada Leci Brandão / PCdoB:SP
Geledés – Deputada, você é cantora, compositora e umas das mais importantes intérpretes de samba no Brasil. Como se deu a decisão de entrar para a política e em que medida essa nova carreira mudou a sua vida?
Não decidi, mas fui convidada a entrar na política pelo PCdoB em 2009, para ser candidata à deputada estadual. O convite partiu do Orlando Silva (deputado federal pelo PCdoB) e Netinho de Paula (cantor e ex-vereador pelo PCdoB). Ambos tiveram a ideia e ligaram para o meu empresário. No primeiro momento não aceitei o convite, porque sempre entendi que meu trabalho artístico já era ligado às lutas sociais. Tanto é que sempre fui considerada uma cantora de protesto. Mas a partir do momento que houve essa divulgação, os movimentos sociais começaram a me incentivar e a entender que seria importante minha entrada no parlamento. Nem assim aceitei de imediato. Fui procurar uma resposta no meu campo espiritual, porque sobre todas as coisas que considero muito importantes, consulto os meus orixás. A reposta que obtive é que tinha mais uma missão a cumprir aqui na Terra e que, portanto, eu aceitasse o desafio. Foi assim que fiz, e fui eleita em 2010 e reeleita em 2014. A arte ficou um pouco prejudicada, porque não posso cantar todos os dias e todas as horas onde eu quero. A gente tenta equacionar isso da melhor forma, mas é claro que o parlamento é hoje prioridade na minha vida.
Geledés – Onde está a interseção entre a Leci Brandão cantora e a deputada negra defensora da cultura?
A relação está no momento em que eu busquei todo o meu trabalho artístico para verificar o que havia cantado e defendido, interpretado, enfim, para mudar a minha caminhada em direção à política. Ou seja, o perfil do meu mandato tem de ser exatamente coerente com as músicas que eu cantei durante mais de quatro décadas.
“Nosso gabinete está sempre aberto para receber as demandas da população; é o quilombo da diversidade.”
Geledés – Em sua plataforma de campanha de deputada estadual pelo PCdoB, consta a defesa da população negra, em especial das mulheres. Como isso deverá ocorrer em seus futuros projetos de lei?
Se Deus permitir que seja eleita, nós vamos cada vez mais construir projetos de lei com questões como a inclusão, a questão do empreendedorismo das mulheres negras, a entrada da população negra nas universidades e os projetos que vierem de associações e entidades de mulheres negras para apoiarmos e colocarmos em prática. Cada vez mais temos que fortalecer essa luta. E não tenho a menor dúvida que isso irá acontecer.
Geledés – Como elabora um projeto de lei?
Nosso gabinete está sempre aberto para receber as demandas da população; é o quilombo da diversidade. O fato de eu não ter uma formação jurídica, universitária, me remete sempre às pessoas para saber quais são suas maiores dificuldades. Assim surgem os projetos de lei, das questões pessoais do povo. De repente, chega um grupo de mulheres que trata de questões relacionadas à amamentação e nos reporta suas dificuldades no trabalho. Através de nossa assessoria jurídica, conseguimos criar um projeto de lei específico para esse caso, por exemplo. O projeto tem sempre que passar por algumas comissões. Se não passar na última comissão, não pode ser votado no plenário. Assim que estiver apto para ser votado no plenário, vamos torcer para que ele vire lei e seja sancionado pelo governador.
Geledés – Sobre a amamentação, se refere ao Projeto de Lei 941/2017 que objetiva instalação de salas de apoio para que os bebês sejam amamentados em órgãos públicos. Como está esse e outro projeto seu,  o 1130/2017, que trata de prevenção da violência obstétrica?
O Projeto de lei 941/2017, referente á amamentação, está para ser avaliado pela Comissão de Relações do Trabalho. Se houver parecer favorável, ele segue para a Comissão de Finanças, a última a avaliar os projetos antes de serem votados. Mas não há prazos específicos.  Em relação ao Projeto de lei 1130/17 ,  ele foi anexado a outro projeto que tem mérito parecido. Está pronto para ser votado. Todas as comissões analisaram e aprovaram. É o 755/2013 e também não há prazo estipulado para sua aprovação.
Geledés – Ainda em sua plataforma de campanha consta a promoção de igualdade religiosa no Estado de São Paulo. Como vê essa questão hoje e quais iniciativas deveriam ser promovidas?
Simplesmente seguir a Constituição, onde está escrito que o Estado é laico. A laicidade representa ter o dever de aceitar, respeitar toda e qualquer religião. Simples assim.
Geledés – Certa vez, por apoiar o arquivamento de um projeto que proíbe o uso de animais em rituais religiosos, você foi xingada, ofendida e ameaçada em sua página do Facebook. De que maneira reagiu às ofensas e por quê?
Decidi não ler, não assistir aos vídeos que foram colocados de forma covarde e desrespeitosa. Simplesmente tomamos medidas jurídicas. As pessoas tiveram que responder juridicamente a essas ofensas.
Geledés – Como vê a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em sua condição de prisioneiro? E se pudesse dizer algo a ele o que diria?
Por baixo da toga desses juízes que querem a prisão do Lula, com certeza tem uma camiseta de um partido. Tenho quase que certeza. Evidentemente que não é um partido progressista. Agora o que quero dizer a Lula é que ele foi o maior presidente do Brasil, queiram ou não seus opositores. Foi o presidente que cuidou realmente da questão social de forma plena e legítima. O único presidente que, embora não tenha tido os cursos intelectuais, conseguiu entender as necessidades do povo. Ele é uma pessoa que não merece estar na situação em que se encontra, até porque não cometeu crime algum.
Créditos da foto: Assessoria / PCdoB:SP
Fonte: www.geledes.org.br

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