Representantes dos povos Kariri-Xocó, Pataxó, Bacairi, Fulni-ô e Xucuru participaram, entre os dias 2 e 4, do 6º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, Agir e transformar: pessoas, afetos e conexões, em Brasília. O evento, organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental, teve por objetivo promover o debate sobre os desafios da reforma psiquiátrica e o sistema público de saúde e contou, também, com a presença da Funai.
A participação dos indígenas é histórica no evento e altamente significativa diante dos dados alarmantes do Ministério da Saúde que mostram que essa população tem o maior número de casos de suicídio do Brasil.
Thiago Fiorott, indigenista especializado e Ouvidor da Funai, foi um dos participantes da mesa de abertura ao lado de representantes do Ministério Público Federal, Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Ministério de Direitos Humanos, Fundação Oswaldo Cruz e outras instituições.
Ao discursar sobre o papel da Funai na promoção e proteção dos direitos indigenas, Fiorott explica a importância do olhar atento à população indígena no que diz respeito à saúde mental, levando em consideração as especificidades desses povos nas dimensões da espiritualidade, cosmologia e nos aspectos externos à cultura que influenciam diretamente nas condições de vida das comunidades, como a incessante luta pela terra e pela garantia de direitos. "Os profissionais de saúde mental, ao abordarem os povos indígenas, precisam ir além do olhar sobre o indivíduo. É necessário ter um olhar amplo e coletivo para essas populações porque as questões são, geralmente, de sofrimento coletivo. Os principais agravos que a população indígena sofre são depressão, ansiedade, uso abusivo de álcool e suicídio e, grande parte das vezes, está diretamente relacionado a essas questões que corroboram para o sofrimento mental.", reforça o indigenista.
A Funai articulou e apoiou a presença dos indígenas no congresso que também trouxeram aos demais participantes cantos, danças e artesanato de seus povos.
Dijone Fulni-ô, uma das expositoras, destacou o aspecto integrador promovido pelo evento: " Foi muito bom o encontro de etnias, de amigos." Já Iasmin Kariri-Xocó, também artesã, reforçou o congresso como espaço de ocupação para os indígenas. "Gostei muito da conferência. É uma grande oportunidade para divulgar nossa cultura também.", declarou.
Assessoria de Comunicação/Funai
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