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sábado, 17 de novembro de 2018

Como Euclides da Cunha marcou o jornalismo literário no país

Anunciado o homenageado da 17ª Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, realizada entre 10 e 14 de julho de 2019, será o autor carioca Euclides da Cunha. Jornalista, escritor, engenheiro e militar, Cunha (1866-1909) escreveu “Os Sertões”, um marco nos estudos sobre a formação do Brasil, fruto de sua cobertura sobre a rebelião de Canudos, no interior da Bahia, nos últimos anos do século 19. Em entrevista ao Nexo, a editora e curadora desta edição, Fernanda Diamant, indicou, entre as razões para a escolha, o valor literário e jornalístico da produção do autor, sobretudo de seu livro mais conhecido, e a pertinência da discussão sobre sua obra para o momento atual brasileiro. “[A obra ‘Os Sertões’] faz muito sentido agora, nesse momento que a gente está vivendo no Brasil. Além de ser grande literatura, do ponto de vista formal, trata de muitos assuntos que nos dizem respeito muito intensamente nesse momento”, disse Diamant. Segundo Diamant, o autor “discute sistemas políticos, guerra, exército, a formação do Brasil desde o descobrimento, a importância do jornalismo como revelação da realidade, racismo. Isso tudo está na pauta hoje”. A escolha da curadora também sinaliza um destaque maior a ser reservado à não ficção na programação da 17ª Flip.
A ideia, segundo ela, é dar espaço para a grande literatura feita fora da ficção. Diamant também chama a atenção para o impacto da investigação sobre o autor. Correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, Euclides da Cunha iniciou a reportagem com convicções morais e políticas que foram desafiadas e reavaliadas ao longo da experiência. Conhecer Canudos, o interior do Brasil e o modo de vida no sertão, além da atuação violenta do Estado junto à comunidade, colocaram à prova as crenças do autor sobre o movimento de Antônio Conselheiro e mesmo sobre a República. As mudanças de posicionamento se refletiram na obra. O que há de literário Pela qualidade literária de sua obra jornalística, sobretudo de “Os Sertões”, Euclides da Cunha recebe de estudiosos o título de precursor do jornalismo literário no Brasil. O gênero, que ganharia forte expressão nos EUA somente a partir da década de 1960, em um movimento chamado “New Journalism” (Novo Jornalismo), é caracterizado como  informativo, “porém com ganho em vocabulário, estrutura narrativa e aprofundamento de conteúdo”, na definição de um artigo do site Observatório da Imprensa.“‘Os Sertões’ (…) foi certamente um marco na história do jornalismo brasileiro e das relações do jornalismo com a literatura. Euclides da Cunha era um simples repórter de geral, especializado em cobertura de eventos políticos, mas com uma percepção social tão extraordinária que logo ganhou o título de sociólogo” Reinaldo Cabral Jornalista, no artigo ‘A epopeia de Euclides da Cunha’ A professora emérita da USP e estudiosa de Euclides da Cunha Walnice Nogueira destacou a qualidade do texto do autor: “[sobre a forma literária de fazer reportagem] basta dizer que escrevia muito bem”. Ainda segundo Nogueira, embora Cunha tenha, devido à perenidade de sua obra, ficado para a história como pioneiro, sua maneira de reportar não era uma exceção à época. “O jornal de 100, 150 anos atrás era muito mais literário que o de hoje”, disse.  Para além de ‘Os Sertões’ “CONTRASTE E CONFRONTOS” (1907) Coletânea de artigos publicados na imprensa, o livro reúne textos que “compõem um retrato dos primeiros anos da República, no qual Cunha expõe sua visão a respeito de figuras históricas, como o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, e de questões sociais que acompanham o país até hoje, como o descaso com as secas do Extremo Norte brasileiro”, define o site do selo editorial Via Leitura. “PERU VERSUS BOLÍVIA” (1907) Ensaio sobre as fronteiras entre os dois países latino-americanos e o Brasil. Os limites de cada país na região vinham sendo disputados e foram redefinidos em tratados nos séculos 18, 19 e início do 20. A obra teria sido encomendada pelo Barão do Rio Branco, então ministro das relações exteriores. “À MARGEM DA HISTÓRIA” (1909, PUBLICADO POSTUMAMENTE) Cunha liderou em 1904 uma missão exploradora na região Alto Purus, composta de brasileiros e peruanos. Além do ensaio “Peru versus Bolívia”, a expedição rendeu uma série de artigos sobre a região amazônica, reunidos e publicados já após a morte do autor. OBRA POÉTICA Foi reunida pela primeira vez em 2009 por uma edição da editora Unesp.
Fonte:   Juliana Domingos de Lima

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