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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Festas juninas do Nordeste

Anarriê! As festas juninas se espalham pelo Brasil! Santo Antônio prepara suas bênçãos casamenteiras regadas a fogos de artifício; São Pedro abre o céu para presentear a celebração; e São João, que batiza a festividade, recebe as homenagens. Seguimos o roteiro junino do Nordeste, onde os festejos são uma grande tradição.
Isso quer dizer que a região espera, portanto, muita quadrilha, comidas típicas e música. Mas sabe de onde surgiu essa tradição? A partir de um costume pagão. “É a festa da fertilidade. As famílias comemoravam a colheita e o nascimento dos filhos. Os solteiros esperavam o encontro com os seus parceiros”, explica Rúbia Lóssio, coordenadora do Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior, da Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco. Adaptada ao calendário católico, os festejos homenageiam três santos, no chamado ciclo joanino. “Comemora-se o dia de Santo Antônio, em 13 de junho; São João, no dia 24; e termina com São Pedro, 29”, enumera.
São muitas as características que fazem esta época do ano tão gostosa. No mês dos namorados, a festa junina tem como principal tradição os pedidos às santidades na busca pela alma gêmea. Herança que se mantém viva ainda hoje no Nordeste. “Existem muitas superstições e crenças para arrumar um casamento. São muitos pedidos para Santo Antônio”, diz Rúbia. Típicos também, os fogos de artifícios foram criados para que os santos não dormissem no ponto enquanto os fiéis pediam. “O uso de fogos se deve à lenda que diz que os santos estariam dormindo e, com os estampidos, seriam acordados”, lembra a pedagoga Nereide Schilaro, autora do livro “Festas e tradições”. Para despertá-los de maneira mais calma, os cantos surgiram como uma alternativa. O importante era mantê-los bem humorados para atender às preces.
A quadrilha tem inspiração nos salões da corte francesa. O nome vem do francês “quadrille”, embora sua origem seja inglesa, de uma dança de camponeses chamada “campesine”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, com seus vestidos rodados e os agradecimentos aos santos pelas boas safras nas plantações. “Hoje, o forró é o principal expoente dessas festas, junto com o xote, baião, xaxado e o cangaço. Todos são ritmos do arrasta-pé”, cita a pesquisadora.
Rúbia acredita que, no Nordeste, essa celebração é a mais esperada do ano. “Aqui as pessoas são mais ligadas à colheita. Além disso, a tradição das adivinhações, dos pedidos e simpatias aos santos para encontrar um namorado continuam muito vivas. E, enquanto existirem essas crenças, haverá uma história, uma emoção e a tradição se manterá viva”, considera ela.
Para o município de Itiruçu, na Bahia, por exemplo, o patrocínio da Petrobras possibilitou o resgate dos trios nordestinos, que agora têm um espaço privilegiado nos palcos e espaços da festividade. Segundo o prefeito Carlos Martinelli, a manutenção desses trios estava cada vez mais difícil e os grupos foram se tornando mais escassos. “Vamos garantir a participação de quadrilhas juninas, espaços para exposição de trabalhos de artistas locais e a revitalização de trios nordestinos em nossa programação”, anuncia.
dança folclórica do bumba-meu-boi também entra na agenda. A dança conta a história de um rico fazendeiro que possui um boi muito bonito e, como se não bastasse, dançarino. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher, Catarina, que está grávida e deseja comer a língua do animal. “O povo sempre vai utilizar os momentos de lazer para fazer uma catarse, como criticar, através de brincadeiras, as instituições do casamento e do trabalho“, explica Rúbia.
Não importa o lugar: muita alegria, animação, arrasta-pé e comidas típicas estão garantidas. “O interessante dos festejos populares é exatamente essa ressignificação dos símbolos. Cada lugar vai adaptar de um jeito, não existe uma regra de bolo. Todos brincam com o cotidiano comum e vão transmitindo através da aceitação coletiva”, conclui Rúbia.

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