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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

UFRJ pode paralisar atividades ainda em agosto por falta de verba. "E agora, carioca que votou em Bolsonaro?" - EDUARDO VASCONCELOS

FOTO: TOMAZ SILVA/ABR

Reitora da universidade federal com mais alunos no País afirmou que hospitais e restaurantes universitários podem ser prejudicados.

Denise Pires de Carvalho, reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou nesta segunda-feira 5 que certas atividades da universidade podem ser paralisadas ainda em agosto por conta dos contingenciamentos orçamentários impostos pelo governo.





Segundo a reitora, em julho, a UFRJ recebeu 15 milhões para despesas consideradas discricionárias – aquelas de custeio, como luz, água e infraestrutura – quando, na verdade, deveria receber 25 milhões. Quarenta e nove porcento das verbas para custeio foram contingenciadas, assim como 89% das destinadas a investimentos.






“Pelos contratos [com a universidade], serviços de manutenção são suspensos quando ficam três meses sem receber. A luz, nós já conseguimos pagar, mas precisamos que o MEC libere os 10 milhões restantes para que possamos pagar as despesas de custeio. Já estamos com atraso de dois meses. Se esse dinheiro não entrar, os serviços param”, disse Carvalho ao G1. Com isso, atividades como cirurgias realizadas pelo hospital universitário estariam sob risco por conta da eletricidade do local.
Em nota, a UFRJ disse que o novo padrão de liberação de verbas exercido pelo MEC a partir de julho piorou a situação já dramática dos bloqueios, já que limitou o orçamento mensal de custeio a 5%. “Mantido esse padrão de liberação pelo MEC, a Universidade está sob o risco de ter vários serviços paralisados ao longo do mês de agosto e, certamente, no mês de setembro”, alertou.
A universidade ainda informou que, caso o cenário não mude, é previsto um novo plano de contingência “com a redução drástica dos serviços oferecidos”, e ainda afirmou que o orçamento previsto em lei tornou-se “inacessível”.
SOLENIDADE DE POSSE DA PROFESSORA DENISE PIRES DE CARVALHO EM JULHO DE 2019 (FOTO: MEC)
“Não só no nível ambulatorial, que também sofre com a falta de limpeza e segurança, mas também dos pacientes internados. São muitas cirurgias por dia que podem ser descontinuadas, caso a alimentação também tenha que ser descontinuada na nossa universidade”, disse. Também destacou que o repasse aos nove hospitais universitários estariam ameaçados.
No último dia 30 de julho, o governo federal anunciou mais uma rodada de contingenciamentos orçamentários, no qual o Ministério da Educação estava incluso – e teve mais 348,47 milhões bloqueados. Até o momento, o MEC foi o que mais sofreu cortes: um total de 6.182.850.753, se somados todos os bloqueios feitos pelo governo em 2019.

A UFRJ é a universidade federal com mais alunos no Brasil; são mais de 68 mil estudantes matriculados entre graduação, pós e demais especializações. Também é a que mais recebe verba do MEC entre as federais. Denise Pires de Carvalho foi nomeada por Jair Bolsonaro em 2019 após participar de lista tríplice sugerida pela instituição, e é a primeira mulher a estar à frente da universidade.
Até o fechamento da reportagem, o MEC não havia se posicionado sobre a afirmação da reitora e da universidade.
Fonte: CARTA CAPITAL

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