Era 23 de Maio de 1930, manhã de uma Sexta feira. Desde bem cedo alunos do curso de pilotagem da “Escola de Voo Aeroclube” circulavam pelo campo de pouso da instituição.
O Aeroclube do Rio Grande do Norte havia sido fundado há dois anos atrás, em 29 de dezembro, e possuía uma boa infraestrutura de ensino aeronáutico, com sede, hangar e duas aeronaves modelos “Blue Bird”: a Natal I e a Natal II.
Eles estavam no hangar da escola, se preparando para uma costumeira aula de voo sobrevoando a “periferia” da pequena cidade de Natal, na região do atualmente populoso e verticalizado bairro do Tirol.
A turma de futuros pilotos civis, que haviam se matriculado em Dezembro do ano anterior, era formada por filhos da elite da sociedade local. Nela estavam: Otávio Lamartine, Fernando Pedroza, Aldo Carielo, Eloy Caldas, Plínio Saraiva e Edgar Dantas.
Naquela tranquila manhã, segundo o jornal “A Republica”, o aluno Plinio Saraiva não se encontrava, mas estavam presentes o mecânico Abel de Oliveira e o instrutor carioca e militar da Marinha do Brasil, Djalma Fontes Cordovil Petit, que era também muito hábil com um avião em mãos.
Os primeiros a fazerem voos foram Otávio Lamartine e Eloy Caldas à bordo do avião Natal I. Logo depois subiria à bordo o aluno Edgar Dantas. No exercício daquele dia cada aluno deveria decolar, dar duas voltas no campo do clube e depois aterrissar. Uma tarefa aparentemente simples.
Segundo relatos, Edgar fez uma decolagem tranquila, efetuando suas duas voltas sem problemas, porém, segundo o jornal A Republica, o jovem de apenas 21 anos já no final do seu exercício quando se preparava para aterrisar, realizou uma manobra imprudente, fazendo uma curva fechada a apenas 20 metros do solo, e o resultado foi desastroso.
Para a surpresa de todos, devido tanto à pouca velocidade quanto à baixa altitude, o avião foi de encontro ao solo. A aeronave, conforme você pode ver na foto abaixo, caiu quase que na vertical. Edgar foi atingido por uma estaca de uma cerca em um curral, e fraturou seu crânio no frontoparietal, provocando forte hemorragia.
Segundo o escritor Paulo Pinheiro de Viveiros, autor livro “História da aviação no Rio Grande do Norte”, do hangar do Aeroclube o instrutor Petit disse “-Vejam como se morre em plena mocidade!”.
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Fonte: Rostand Medeiros do TOK de História
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