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terça-feira, 30 de junho de 2020

Uninove demite 300: desrespeito com os professores, descaso com os alunos

Entidades estudantis reivindicam e apoiam projetos de lei para reduzir a evasão e manter empregos
Esta semana a Universidade Nove de Julho, Uninove, despediu pelo menos 300 professores da rede de colaboradores via um pop-up na tela da plataforma de ensino a distância pela qual as aulas tem sido dadas durante a quarentena.
O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro) está pedindo anulação das demissões no Tribunal Regional do Trabalho.
A UNE recebeu inúmeras denúncias. “Achei um descaso absurdo”, afirmou a estudante de Arquitetura Jade Lopes de Oliveira.
“Foram seis ou sete professores meus demitidos. Muitos deles são maravilhosos, vou sentir falta”.
Aos alunos a universidades não emitiu nenhum comunicado e muitos tiveram como atividade no lugar das aulas uma palestra motivacional com o Padre Fábio de Mello.
Os estudantes organizaram um abaixo-assinado que já tem quase 30 mil assinaturas. Jade conta que a instituição não ofereceu nenhum tipo de desconto desde o início da pandemia, quando as aulas presenciais passaram a ser no modo EAD e que muitos colegas desistiram do curso por não poderem pagar, outros cansados com a displicência e incerteza que enfrentam na Uninove transferiam para outras instituições. “Mas para quem é bolsista como eu, não temos muito o que fazer”, ressalta.
Ela descreve o atendimento na Uninove como péssimo. “É sempre um estresse falar com a secretaria, é difícil falar com a coordenação e a reitoria então”.
Pandemia atingiu a todos
A Uninove divulgou que teve que se a ”adaptar à nova situação e fomos ao limite para manter nosso quadro funcional e todas nossas obrigações contratuais em dia”.
Para o Sinpro-SP, a pandemia está sendo usada pela Uninove para acelerar o processo de reestruturação iniciada há alguns anos e baseada na redução da folha de pagamentos e maximização dos lucros.
Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) outras medidas poderiam ser tomadas, levando em consideração a queda de faturamento. E dá como exemplo a MP 936 que foi relador, na Câmara dos Deputados que possibilita a suspensão temporária de contratos de trabalho ou redução de jornada com redução de salários. “Precisamos cuidar da saúde em primeiro lugar. Ao lado disso, preservar os empregos e a renda dos trabalhadores, garantir a estabilidade dos setores econômicos devem ser prioridade dos governos e também dos empresários, particularmente os grandes. Ninguém vai sair bem da crise pensando só no seu ganho imediato, pois a reativação da economia dependerá de um conjunto de fatores, entre eles a manutenção dos empregos”, destacou.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria Atmã Educar, as matrículas para o segundo semestre de 2020 devem cair em cerca de 70% em meio a pandemia do Corona Vírus, totalizando uma queda de 17% de novos alunos previstos. Além disso, a taxa de estudantes endividados junto às IEs privadas no país, segundo a SEMESP aumentou de 15,3%, para 26,6% durante os meses da pandemia (março-junho) se comparado ao mesmo período do ano passado, o que aumentou a taxa de evasão do ensino superior de 20% para 30%.
As entidades estudantis prevendo o efeito que a pandemia causaria sobre o estudantes propuseram logo no início da quarentena uma campanha para redução das mensalidades.
“As universidades não tem o mesmo custo com infraestrutura oferecendo aulas em EAD que são bem mais baratas, então precisam reduzir as mensalidades até mesmo para os estudantes poderem pagar. Outra coisa que pautamos foi um auxilio emergencial para os estudantes tanto de públicas como de privadas conseguirem se manter e não ter que deixar de estudar por estarem passando necessidades”, explicou a diretora de Comunicação da UNE, Camila Ribeiro.
O presidente da UEE-SP, Caio Yuji lembra também que a entidade tem apoiado o projeto PEFies do senador Weverton (PDT-MA) em trâmite no Senado.
“É um auxílio emergencial que precisa ser aprovado, um projeto de expansão do Fies, para que os estudantes possam pagar suas mensalidades, para que as universidades não quebrem e com contrapartida para que elas não demitam os professores, numa linha de defesa e proteção dos trabalhadores”, destaca.
PLs para assegurar o futuro
Orlando Silva também é autor do projeto PL 3419/2020 assegura aos alunos inadimplentes, o direito à renovação da matrícula, por dois anos após cessar os efeitos do Estado de Calamidade Pública. E junto com os deputados Túlio Gadêlha (PDT-PE) e Marcelo Ramos (PL-AM) o PL 2423/2020 que proíbe a suspensão de contratos de estágios durante o mesmo período.
O parlamentar defende que se a pandemia e a crise econômica descambarem para uma desestruturação do ensino superior no Brasil, os reflexos não serão só para este ano ou os próximos anos, mas poderão durar décadas, e afetar gerações.
“Não se constroem universidades e nem se formam ou capacitam médicos, engenheiros, cientistas, físicos, professores, profissionais de qualidade das diversas áreas, da noite para o dia. É um trabalho que leva tempo. Cada estudante que tiver que trancar ou deixar a universidade, no mínimo, vai demorar mais para se formar e entrar no mercado. Isso se conseguir retomar, porque pode simplesmente ser um futuro brilhante desperdiçado”, diz Silva.
E completa: “A pandemia, cedo ou tarde, vai passar. Infelizmente, em virtude da sabotagem do governo Bolsonaro, vai demorar mais e custar mais vidas – e a vida não tem preço. Mas, ainda assim, vai passar. E nós precisamos ter um país depois da crise”.
Fonte: UNE

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