O documentário sobre Caetano é dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil e traz depoimentos do músico relembrando a época em que ficou 52 dias encarcerado. Na época, ele e o colega Gilberto Gil, fundadores do movimento tropicalista, foram perseguidos por agentes em suas casas, em São Paulo, em dezembro de 1968, duas semanas após a instauração do AI-5, que fechou ainda mais o regime da ditadura.
Eles foram levados ao Rio de Janeiro, onde foram presos em solitárias por uma semana. Na prisão, Caetano compôs canções como Terra e Irene. “Eu tinha que comer ali no chão mesmo. Isso durou uma semana, mas pareceu uma eternidade”, conta o músico sobre o período na solitária. “Eu comecei a achar que a vida era aquilo ali. Só aquilo. E que a lembrança do apartamento, dos shows, da vida lá fora era uma espécie de sonho que eu tinha tido. Me lembro muito de uma frase que o Rogério Duarte me disse logo que eu fui solto: ‘Quando a gente é preso, é preso para sempre’. Acho que é assim mesmo.”
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