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sábado, 29 de agosto de 2020

“A escola é o primeiro contato que a gente tem com o racismo”, conta Mc Soffia

Mc Soffia

Mc Soffia (Foto: Instagram/Reprodução)

Rapper de 16 anos esteve na TV 247 no lançamento do single “Meto marcha”. “Eu sempre tive família militante, mas a sociedade é mais forte porque a gente quer entrar no padrão de beleza. Então eu vou chegar lá com cabelo crespo e as outras pessoas, que vivem em uma sociedade machista, racista, infelizmente vão me zoar”, disse a cantora . Assista.

247 - A cantora de rap Mc Soffia, que lançou na última sexta-feira (28) seu single “Meto Marcha”, contou à TV 247 um pouco do que a inspirou a compor a letra e falou acerca de racismo e representatividade: “a partir do momento em que a gente se vir representada, a sociedade vai ter que segurar”.

Sobre a música, Mc Soffia explicou que o nome, “Meto Marcha”, tem origem em uma gíria utilizada pelos jovens que significa basicamente “tocar a vida”. “Quando eu falo ‘ele mete mala e eu meto marcha’ é que a gente vai seguir a nossa vida, acelera e segue a vida, vai ver outras coisas, cuidar da gente, ter outras relações com nós mesmas. Essa frase é muito importante. Eu escrevi essa música porque minha amiga estava nesse relacionamento, o menino se achava muito e ele começou a querer deixar ela de lado. Ela me falou: ‘ele está metendo mala e eu vou meter marcha’. E eu também já passei por isso, então eu fui juntando várias coisinhas, vários trechinhos e fui colocando nessa música para falar que nós, mulheres, não precisamos ficar em uma relação em que nós não estamos nos sentindo bem”.

Mc Soffia, negra, com 16 anos, também falou sobre racismo, contando que a escola é o primeiro ponto de contato das meninas de sua cor com o racismo, já que lá elas se sentem na obrigação de entrar em um padrão estético, de meninas brancas, para serem aceitas. “A escola é o primeiro contato que a gente tem com o racismo, é o primeiro. A menina negra nasce em uma sociedade racista, vai para a escola e vai sofrer racismo, infelizmente, por mais que a gente lute há anos, por mais que nossos antepassados, nossos ancestrais tenham lutado para que hoje fosse melhor, a gente vai sofrer racismo. Eu sempre tive família militante, mas a sociedade é mais forte porque a gente quer entrar no padrão de beleza. Eu vou para a escola, e na escola não vai estar minha família lá, eu vou estar convivendo com pessoas de diversos gêneros, diversas raças, diversas culturas. Então eu vou chegar lá com cabelo crespo e as outras pessoas, que vivem em uma sociedade machista, racista, infelizmente vão nos zoar, porque a criança não nasce racista, ela vai reproduzindo isso, e vai reproduzindo com quem? Com nós, mulheres negras”.

A cantora enfatizou a necessidade de ter em destaque na sociedade pessoas negras, para que semelhantes possam ver que é possível também chegar a tais postos, e não somente brancos ou brancas. “É uma coisa que a gente vai desconstruindo. Então eu vou, faço a música falando sobre empoderamento, faço a música para a menina se aceitar, para que a gente consiga alcançar vários lugares, televisões, mídias, novelas, filmes, para que a gente possa se ver representada. A partir do momento em que a gente se vir representada, a sociedade vai ter que segurar”.

Fonte: Brasil 247

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