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sexta-feira, 18 de setembro de 2020
De Minneapolis a Mariana: presença do racismo e outros fantasmas da escravidão - Por JORNALISTAS LIVRES
· Por Jornalistas Livres
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No dia 25 de maio, na cidade de Minneapolis,
EUA, George Floyd foi detido e asfixiado até a morte pelo policial Derek
Chauvin. Floyd era um homem negro. Ele repetiu várias vezes que não conseguia
respirar, enquanto Chauvin, o policial, um homem branco, apertava o joelho
contra o seu pescoço. As imagens do assassinato foram amplamente disseminadas,
na mesma medida em que os protestos se espalharam por diversas cidades dos
Estados Unidos e, em seguida, em outros países.
·Mayra Marques, Mateus Pereira e Valdei Araujo professores
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Mariana, MG *
·Como se sabe, uma das ações que passou a
fazer parte destes protestos foi a derrubada de estátuas que homenageiam
personagens de algum modo envolvidos com a história da escravização moderna ou
do colonialismo, o que logo suscitou um debate entre a defesa do “patrimônio
histórico” e a necessidade de “fazer justiça às memórias” de grupos
historicamente oprimidos. A polêmica se dá entre aqueles que alegam a defesa de
um certo patrimônio histórico e artístico versus os que demandam
por justiça e reparação.
·Nos Estados Unidos, uma das tensões com a
derrubada ou remoção de estátuas de Cristóvão Colombo envolveu parte da
comunidade ítalo-americana, que via e vê na imagem de Colombo um elemento de
reforço de sua identidade estadunidense. Segundo um articulista do The New York
Times, as estátuas “reconhecem a dívida geral que os colonizadores do Novo
Mundo, colonos e imigrantes, têm com o homem que conectou a Europa às Américas,
junto (em muitos casos) com o desejo específico dos imigrantes ítalo-americanos
de reconhecer e reivindicar o explorador italiano”.[1].
Os personagens históricos, assim como os
seres humanos, são multidimensionais, isto é, suas vidas possuem diversos
aspectos contraditórios. Assim, como separar o que está sendo homenageado
daquilo que deveria ser repudiado, se ambos estão presentes em um mesmo
personagem-monumento? Podemos celebrar o Colombo explorador e repudiar o
Colombo conquistador? Podemos nos afastar dessa concepção tradicional e
homogênea das biografias que ainda organiza as expectativas de boa parte
público? Para começar a responder a essas perguntas é preciso analisar em que
medida uma visão celebrativa e acrítica do colonialismo que Colombo representa
ainda é uma ferida aberta, assim como as concepções racistas e eurocêntricas
que fundamentam essa concepção de história.
·
Os que criticam a revisão dos monumentos públicos possuem
origens sociais e políticas distintas; seus enfoques e argumentos são variados.
O mesmo pode ser dito dos que defendem a revisão dos monumentos. Este debate
está longe de ser uma simples polarização. Alguns críticos questionam o gesto
de revisar monumentos por um suposto moralismo anti-histórico que poderia levar
à destruição de qualquer ponto de apoio no passado. Segundo esse argumento, a
nova iconoclastia (destruição de imagens) desconsidera os contextos históricos,
os progressos alcançados na luta por igualdade e relativiza valores morais e
políticos que teriam sido decisivos na construção de projetos nacionais
bem-sucedidos.
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