PALÁCIO CHIADO, Palácio Quintela…
O Chiado é um dos bairros históricos de Lisboa, como também, um dos ícones da capital portuguesa. Lugar ao longo de sua história frequentado pelos intelectuais, poetas como Fernando Pessoa, entre muitos outros. Não é por acaso que lá está localizada a livraria mais antiga do mundo em funcionamento pelo Guinness World Records, Livraria Bertrand desde 1732.
Subindo a Rua do Alecrim que liga o Cais do Sodré nas margens do Tejo ao Bairro Alto, começando na Praça Duque de Terceira e terminando na Praça Luís de Camões, encontraremos o Largo do Barão de Quintela e na sua frente, o antigo Palácio Quintela, nº 70. O nome desta rua, possivelmente, originou da Ermida de Nossa Senhora do Alecrim, fundada em 1641 que existia antes do terremoto de 1755.
Anteriormente havia neste lugar o Palácio do Marquês de Valência que incendiou em 1729. Joaquim Pedro Quintela (1748-1817) construiu seu Palácio em meados da década de 1780, sobre as ruínas do primeiro, e o Largo no lugar das cabanas que existiam do outro lado da rua. Ele foi um próspero negociante e abastado proprietário, monopolista de tabaco.
Em 1805, D. Maria I concedeu a Joaquim Quintela o título de Barão de Quintela. Seu filho o 2º Barão de Quintela, posteriormente, em 1833 elevado ao título de Conde de Farrobo por D. Maria II, herdou a propriedade. E mais adiante, foi marcado por famosas e noticiadas festas que oferecia, entre tantas que se destacaram, uma delas foi o baile oferecido em homenagem a D. Pedro IV, o nosso D. Pedro I, e seus oficiais do exercício em 1833.
Cabe destacar que o Barão contribuiu para a causa de D. Pedro IV, emprestando 30 mil libras esterlinas que foi a razão para que D. Miguel decretasse sua saída de Lisboa em 24 horas em 1832, como também, destituiu de todas suas honras, privilégios e direitos. Obteve ajuda de seus amigos ingleses para sua fuga e, no Palácio foi hasteada a bandeira inglesa para que não fosse saqueado pelo miguelinos.
Após a morte do Conde em 1869, o edifício foi posto a venda, adquirido em 1874 por Augusto Mendes Monteiro, pertencendo a família até 1927. Neste ano, sua neta, D. Maria Nazaré Monteiro de Almeida se casa com 8º Marquês de Pombal, e após a morte de sua mãe, herdou a propriedade que a família até hoje o Palácio pertence. O casal teve dois filhos, o primeiro faleceu ainda criança e o segundo nasceu em 1930, Manuel Sebastião de Almeida Daun e Lorena.
Ao longo dos anos, nesta magnífica edificação houve muitos acontecimentos que deixaram registros na história. Viajando mais um pouco no tempo em 1970, parte do palácio foi arrendado ao IADE – Instituto de Arte e Decoração; 2014, três sócios visionários perceberam a oportunidade de negócios e renovaram este local, iniciando pela restauração de suas pinturas e vitrais; 2016, suas salas foram transformadas em alta gastronomia e entretenimento para o dia-a-dia da capital lusitana.
Atualmente é o Palácio Chiado onde funciona um complexo de restaurante, bar, arte, cultura e beleza. Reaberto em outubro de 2018 com cuidadas curadorias gastronômica e artística, centro FOOD & ART de Lisboa. O Palácio Chiado não é simplesmente um restaurante, um bar ou um lounge é um PALÁCIO do século XVIII no sentido da palavra com belíssimas obras de arte, ao longo de suas salas e salões de cima a baixo.
Na sua entrada no primeiro salão funciona o Dawn, Lounge Bar. Em seguida, logo nos surpreendemos com belas obras de arte nas suntuosas escadarias que nos levam ao piso 1 ao Bar Junot, esta denominação foi devido ao General Junot que fez do Palácio o seu Quartel General durante as invasões francesas, 1807. Além disso, proporcionava grandiosas e luxuosas festas, surgindo a expressão “À grande e à francesa!”, “Dia dos Reis” foi uma das mais badaladas.
Mais adiante, a Sala das Sabinas; a Sala Quintela que é utilizada para exposições, um dos conceitos do empreendimento é misturar a arte com gastronomia; Sala de Baile que foi uma biblioteca, também, havia um dos maiores arquivos de borboletas e gafanhotos porque um dos proprietários era apaixonado por colecionismo; por último a Sala Árabe, o quarto do Conde. Outrossim, tive a honra da visita guiada por Nelson Cardoso.
Ademais, desfrutei do prazer em saborear o “Risotto de Cogumelos Selvagens” (portobello recheado com trufa e cebola caramelizada, caviar de beringela e cebolinho), acompanhado de um vinho rosé português, “Vicentino”, e como sobremesa: “Péra Bêbada”. Especialidades do Chef Manuel Bóia e, ainda, com o especial atendimento de Solange Fernandes. Sabores inesquecíveis e indescritíveis…
O Palácio Chiado é um lugar que respiramos arte e nos deliciamos com sua gastronomia. Inclusive, a culinária portuguesa é considerada como uma das melhores cozinhas europeias.
Cantos e recantos magníficos em Portugal…
Simplesmente, enchem nossos olhos…
Fonte: Potiguar Notícias
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