COMISSÃO HOMENAGEIA LUIZ IGNÁCIO MARANHÃO FILHO COM A PRESENÇA DA GOVERNADORA FÁTIMA BEZERRA.
Contando com a presença da
Governadora do Estado do RN, Professora Fátima Bezerra, o Governo do Estado, a
Fundação José Augusto e a Comissão do Centenário de Nascimento de Luiz Ignácio
Maranhão Filho estarão promovendo uma Solenidade em homenagem a esse ilustre
potiguar.
O Evento será realizado no dia 25 de
Janeiro, data do Centenário de Nascimento de Luiz Maranhão e constará do
Lançamento de um Selo Postal comemorativo e da apresentação de um Cordel
escrito pelo poeta Crispiniano Neto, que também é Diretor Geral da Fundação
José Augusto.
Por motivos de restrições sanitárias
e prevenção á COVID 19, O Evento será transmitido através do Youtube, através
do endereço do canal Universidade Popular DHnet pelo link:
LUIZ IGNÁCIO MARANHÃO FILHO nasceu em
25 de janeiro de 1921, em Natal (RN), filho de Luiz Ignácio Maranhão e Maria
Salomé Carvalho Maranhão.
Era casado com Odette Roselli Garcia
Maranhão. Advogado, professor do Atheneu Norteriograndense, onde havia
estudado, e também da Fundação José Augusto e da UFRN. Professor e jornalista,
colaborou com diversos jornais do estado, particularmente com o Diário de
Natal, e publicou vários artigos na Revista Civilização Brasileira.
Em 1945, iniciou sua militância no
PCB. Preso em 1952 pela Aeronáutica, em Parnamirim (RN), foi muito torturado.
Sua história constituiu um capítulo do livro A História Militar do Brasil, de
Nelson Werneck Sodré. Em 1958, foi eleito deputado estadual, pela legenda do
Partido Trabalhista Nacional (PTN), desempenhando o mandato até 1962.
No início de 1964, visitou Cuba a
convite de Fidel Castro. Quando ocorreu o golpe de Estado em abril do mesmo
ano, Luiz foi preso e, novamente, submetido à tortura. Foi atingido pelo
primeiro Ato Institucional, com suspensão de direitos políticos e cassação do
mandato de deputado estadual no Rio Grande do Norte em 8 de junho de 1964.
Permaneceu preso na ilha de Fernando de Noronha (PE) até fins de 1964, junto
com o governador de Pernambuco Miguel Arraes e seu irmão, todos cassados.
Libertado, imediatamente passou à
clandestinidade, no Rio de Janeiro. Durante o período de vida clandestina, Luiz
Ignácio atuou em diversas atividades partidárias. Foi eleito membro do Comitê
Central do PCB no seu VI Congresso, em 1967.
Era importante elo nos contatos do
PCB com a Igreja católica e políticos da oposição legal. Defendia o diálogo
entre marxistas e cristãos, conforme o filósofo filiado ao PCF, Roger Garaudy,
com quem se correspondia. Em 1967, organizou a publicação de três Encíclicas:
Mater et Magistra, Pacem in Terris, de João XXIII, e Populorum Progressio, de
Paulo VI, em um volume intitulado A Marcha Social da Igreja, cuja introdução
foi escrita por Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Athayde, importante pensador
cristão. Ele acreditava em uma aproximação com a Igreja para realizar um
trabalho conjunto contra a ditadura.
Prisões no Rio de Janeiro, em junho
de 1970, originaram um IPM no Primeiro Distrito Naval para apurar a atividade
de militantes do PCB. Um processo nesse distrito, que se desdobrou em cinco
IPMs, procurou colher informações sobre Luiz Maranhão. Ele foi indiciado como
revel no IPM de agosto de 1970, sendo denunciado como incurso nos art. 23, 43 e
45 da LSN. Em 23 de janeiro de 1973, porém, foi absolvido por insuficiência de
provas. Em 27 de março de 1973, o Superior Tribunal Militar julgou a apelação
e, por maioria de votos, o absolveu.
Luiz Maranhão foi preso no dia 03 de
abril de 1974 numa praça em São Paulo, capital. Pessoas que presenciaram a
cena, informam que ele foi algemado e conduzido num transporte de presos pelos
agentes do DOI-CODI do II Exército. A ditadura militar jamais reconheceu a
prisão do militante político; foi incluído no rol dos desaparecidos. Sua esposa
denunciou, através do Secretário Geral do MDB (Movimento Democrático
Brasileiro), deputado Thales Ramalho, que Luiz estava sendo torturado em São
Paulo pelo famigerado assassino Sergio Fleury. Em 15 de maio de 1974, o
vice-líder da ARENA, Deputado Garcia Neto prometia "que o governo tomaria
providências para elucidar os sequestros de presos políticos, inclusive de Luiz
Maranhão Filho". Providências nunca encaminhadas. Em 08 de abril de 1987,
o ex-médico e torturador Amilcar Lobo revelou, em entrevista à Revista Isto É,
que viu Luiz sendo torturado no DOI-CODI do I Exército no Rio de Janeiro. Em
1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja,
disse que Luiz fora trucidado pelos órgãos de segurança da ditadura militar;
seu corpo não foi localizado.
Luiz Ignácio Maranhão Filho foi
homenageado em 1993 com a criação do Instituto Prof. Luiz Maranhão Filho,
entidade vinculada à campanha de legalização do PCB no início da década de 80.
Com a Lei no. 9l40/95, seu nome consta da primeira relação dos mortos e
desaparecidos políticos, tendo a União reconhecido sua responsabilidade pela
morte desses militantes.
A Comissão de Comemorações ao
Centenário de Luiz Ignácio Maranhão Filho foi criada em 10 de Novembro de 2020,
através da Portaria 110/2020. A Comissão, através da Fundação José Augusto-FJA,
será responsável por propor, organizar e preparar atividades e eventos
comemorativos ao transcurso do Centenário de Nascimento de Luiz Ignácio
Maranhão Filho, que ocorrerá em 25 de Janeiro e que transcorrerá até 31 de
dezembro de 2021.
Informações e Contatos:
Roberto Monte - 084 99977.8702
Aluizio
Matias - 084 98721.7705 Ailton Medeiros 084 99915.2797
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