247 - Em fevereiro de 2020, um homem armado entrou em um café em um bairro de imigrantes turcos em Hanau, Alemanha, e matou nove pessoas. O ato era apenas um de um número crescente de crimes de ódio contra grupos minoritários perpetrados por neonazistas durante um período em que o partido político da extrema direita “Alternativa para a Alemanha”, fundado em 2013, triplicou de tamanho.
O novo documentário explosivo da produtora alemã Redfish "O inimigo interno", que estreia no Brasil 247 nesta quinta-feira (18), pelo Facebook, usa novas informações de documentos desclassificados para mostrar não apenas que grupos nazistas se infiltraram no estado alemão, mas que nunca houve um momento em que eles saíram.
É de conhecimento público desde o final da 2ª Guerra Mundial que a CIA ajudou a colocar ex-oficiais nazistas no governo da Alemanha Ocidental. O exemplo mais proeminente é o do General Reinhard Gehlan, que era o chefe da inteligência de Hitler para a Europa Oriental e a União Soviética. Em 1948, a CIA o nomeou diretor da nova agência de inteligência da Alemanha Ocidental e ele ocupou o cargo até 1970, gerando a maioria das mais ridículas notícias falsas sobre o comunismo que foram espalhadas pela mídia ocidental durante a Guerra Fria.
O documentário revela dados até então desconhecidos sobre como, sob a supervisão de França, Reino Unido e Estados Unidos, centenas de políticos, generais e juízes que participaram do extermínio de mais de 6 milhões de judeus e 3 milhões de ciganos, se infiltraram no governo da Alemanha Ocidental. Em 1956, mostra que 76% dos juízes na Alemanha eram ex-nazistas. Também revela que, de acordo com relatórios da inteligência alemã, 25 ministros do gabinete da Alemanha Ocidental, um presidente e um chanceler eram ex-membros do partido nazista.
Semelhanças com o Brasil
É claro que o Brasil também tem uma longa história de nazismo, com demonstrações de solidariedade integralista por Hitler em Curitiba (PR), uso de métodos de tortura nazistas pela ditadura militar e abrigando criminosos de guerra nazistas, apoio do general Geisel a projetos de cidades de férias com tema arquitetônico germânico, como Campos de Jordão, até um relatório recente de que 334 grupos de neonazis ativos operam no país.
Mais importante ainda: o Brasil concedeu anistia a militares neofascistas após o retorno à democracia em 1988 e não examinou seu governo de ex-funcionários da ditadura, levando-nos a uma situação atual em que atores da ditadura permeiam todos os níveis de governo. Será que qualquer semelhança com a Alemanha dos anos 1960 é mera coincidência?
Fonte: BRASIL 247
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