Diretora de Cultura da UNE, Tarsila Amoras, fala sobre o assassinato dos ativistas e o projeto político vigente. Leia o artigo:
O caso do desaparecimento e assassinato do indigenista e trabalhador da FUNAI Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari no Amazonas chocaram o Brasil e o mundo nas últimas semanas. Não porque a perseguição de ativistas dos direitos humanos e ambientais começou agora, mas porque a barbárie nunca esteve tão naturalizada e legitimada pelo governo brasileiro comandado por Bolsonaro.
O Brasil é o quarto país no mundo que mais mata ativistas ambientais e o país das Américas que mais mata defensores dos direitos humanos, só na região amazônica se concentra 77% das mortes por conflito no campo. Tudo isso faz parte de um projeto de apagamento da história de um Brasil forjado na luta em defesa da vida e da terra e enfrentamento ao cenário geopolítico em que a Amazônia é construída como moeda de troca com o grande capital estrangeiro, passando por cima da vida de seus defensores.
Hoje o caso de Bruno e Dom escancara a política de morte em que não basta assassinar, mas precisa da crueldade necessária para tentar parar as lutas. Assim foi com Dorothy Stang, Paulo Fonteles, Chico Mendes, Marielle Franco e tantos outros que ousaram construir um mundo diferente sem miséria, fome, com terra para todos e até hoje não tiveram a resposta para a pergunta de quem foram os mandantes desses crimes. Com a certeza em acreditar que casos como esses não podem ficar impunes, iremos construir atos de norte à sul exigindo respostas e justiça por Dom e Bruno. Segunda-feira (20/6) ocuparemos as ruas pelo país em um grande dia nacional de luta.
Quem mandou matar Bruno Pereira e Dom Philips?
*Tarsila Amoras é diretora de cultura da UNE.
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