O documentário de 1h30 conta com depoimentos de personalidades que acompanharam a trajetória vitoriosa do baiano.
O documentário ‘Têmpera de Aço – a trajetória de Haroldo Lima’, que conta a história do dirigente comunista baiano, foi lançado em Salvador, na noite de 18 de março, como parte das celebrações do centenário do PCdoB. A exibição do filme emocionou familiares, amigos e camaradas de luta de Haroldo, e agora já pode ser assistindo por todos.
Dirigido por Anselmo Garrido, o trabalho é uma realização do PCdoB da Bahia, em parceria com a Fundação Maurício Grabois (FMG). Segundo o presidente estadual do Partido, Davidson Magalhães, a biografia de Haroldo Lima deve ser celebrada porque ele ainda é a marca da organização comunista no estado e, “ao homenageá-lo, homenageamos também o Partido”.
Antes da sessão, foi realizado um ato que contou com depoimentos de familiares e dirigentes comunistas. A viúva, Solange Lima, a primeira presa política da Bahia durante a ditadura civil-militar (1964-1985), recebeu flores e um quadro com o pôster do filme, e ainda falou da relação de amor e luta com Haroldo: “Nós nos juntamos porque lutamos por uma vida de justiça, de paz, de bem comum”.
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O filme traz depoimentos de pessoas que fizeram parte da trajetória de Haroldo, seja em Caetité, município baiano onde nasceu, seja em Salvador, São Paulo e Brasília, onde aconteceram os principais episódios da sua luta. São lembrados, por exemplo, os acontecimentos que deram origem às prisões, à tortura, à Chacina da Lapa, às eleições para a Câmara dos Deputados.
Tantas histórias tornaram a produção do documentário uma experiência intensa, de acordo com o diretor Anselmo Garrido. “A gente gravou mais de 30h de entrevistas com verdadeiras lendas vivas, então, foi interessantíssimo aprender muitos detalhes que a gente não conhecia. Esperamos trazer isso à tona, principalmente para essa nova geração, que vai poder conhecer a importância e a relevância de Haroldo”, disse.
A pesquisa foi assinada por Ricardo Moreno, historiador e professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que garantiu que revisitar a vida do dirigente comunista reoxigena a luta. “Haroldo passou por tantas coisas na vida dele e foi tão importante, inclusive na reconstrução da democracia e do Partido Comunista, então, o exemplo da vida de Haroldo serve para esperançar as pessoas. Ele nos enche de coragem, de esperança e renova nosso sentimento revolucionário”, afirmou.
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Caio Botelho, da Secretaria de Formação e Propaganda do PCdoB-BA, acrescentou que contar a trajetória de Haroldo Lima é também falar sobre o centenário do Partido. “Haroldo participou de, pelo menos, metade dessa história. Ele entrou no PCdoB em 1972, na incorporação da Ação Popular, e foi fundamental para a preservação do nosso partido. Portanto, ele ajudou a escrever nossa história com suas mãos, sua luta, sua garra e sua vibração contagiante”.
‘Têmpera de Aço – a trajetória de Haroldo Lima’ foi exibido também no Festival Vermelho, que celebrou os 100 anos do PCdoB, nos dias 25 e 26 de março, em Niterói (RJ), município de fundação da legenda, em 1922. Haroldo foi uma vítima da Covid-19, morto em 24 de março do ano passado, um dia antes do aniversário de 99 anos do Partido.
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