A Lei de Cotas garante que 50% das vagas dos institutos e universidades federais sejam reservadas para estudantes de escolas públicas e pela legislação, já chegou o seu prazo de revisão.
LEI DE COTAS: O QUE É?
Certamente você já ouviu falar no
termo “cotas”, este assunto costuma gerar bastante discussão entre aqueles que
possuem argumentos contra e a favor. A Lei de Cotas foi sancionada no dia 29 de
agosto de 2012, com base nas experiências de universidades que já atuavam com
este tipo de ação afirmativa. Como, por exemplo, a Universidade de Brasília
(UnB), que já em 2004 implementava uma reserva de vagas para estudantes
negros.
O movimento de implementação da cotas
estava crescendo até o ano de 2012, quando 70, das 96 universidades estaduais,
já contavam com programas de inclusão em seus processos seletivos. Então, coube
à lei, criar um padrão para a sua implementação e ampliar o seu alcance.
Com a lei 12.711, ficou estabelecido
que 50% das vagas dos institutos e universidades federais deveriam ser
reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.
Desta porcentagem de vagas, os perfis são divididos assim:
– Metade deve ter renda familiar de
até 1,5 salário mínimo;
– Pretos, indígenas, pardos e PCDs devem ter um número de vagas disponível de acordo com as parcelas que ocupam na população do Estado.
O
QUE MUDOU COM A LEI DE COTAS?
A implementação do programa de
inclusão em todas as universidades e institutos brasileiros foi gradual, mas
entre 2012 e 2016, 50% das instituições já contavam com vagas reservadas para a
ação afirmativa. Com isso, as salas de aula foram transformadas e a
participação dos grupos beneficiários da Lei de Cotas no Ensino Técnico e
Superior aumentou.
Segundo dados do Censo de Educação Superior e do Exame Nacional do Ensino Médio, a participação de pretos, pardos e indígenas saltou de 27,7% para 38,4%. O que também pôde ser observado entre ex-alunos de escolas públicas e ex-alunos de baixa renda.
MAS,
ENTÃO, POR QUE REVISAR A LEI DE COTAS?
Argumentos que afirmam que as cotas
reforçam o preconceito, prejudicam o nível acadêmico das instituições de ensino
e ferem o princípio da igualdade da legislação são muito comuns.
Esses são alguns dos pontos das
pessoas contra a lei de cotas, como o presidente Bolsonaro, que já a
caracterizou como “equivocada”. Mas, os dados não negam, o Brasil é um país de
extrema segregação social e racial.
A Lei de Cotas foi aprovada e
sancionada em 2012, tendo o seu texto previsto uma revisão até 29 de agosto de
2022 para que fosse observada a sua atuação até então. Com isso, torna-se
possível apontar, por exemplo, a necessidade de ampliação da política
pública.
Contudo, caso o prazo estabelecido
seja perdido, isso não significa que a lei simplesmente deixará de existir.
Trabalha-se, então, com três possibilidades:
·
A lei não ser revisada agora e portanto, ela não deixar de
existir;
·
O prazo de revisão da lei ser prorrogado, ficando na responsabilidade do
próximo governo e Congresso a serem eleitos em outubro;
·
A discussão e revisão da lei acontecerem agora em agosto e, a partir
disso, acontecerem mudanças na lei, que podem ser maiores restrições, inclusão
de novos mecanismos, entre outras.
Com a Lei de Cotas, não só as salas
de aula foram transformadas, mas também a vida de muitos estudantes brasileiros
que viviam às margens da sociedade.
A UBES luta diariamente para que
todos tenham acesso à educação, possam fazer faculdade e ingressar nos Institutos
Federais, que vêm sendo constantemente ameaçados pelo (des)governo atual.
Por isso, apoiamos a revisão da lei,
de modo que seu alcance possa ser ampliado e que haja maior fiscalização de
esquemas de fraudes, que acabam prejudicando o acesso dessa parcela
marginalizada pela nossa sociedade.
Fonte: UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas)
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