Ao contrário do último Enem, que foi o mais
elitizado e branco da história, o deste ano entrega diversidade.
O Exame Nacional do Ensino Médio teve sua primeira etapa no dia 13 e terá a próxima no dia 20 de novembro, sendo esta segunda uma data muito significativa: o Dia da Consciência Negra. O ano de 2022 é o segundo ano consecutivo em que o exame bate recordes e recebe poucas inscrições. Contudo, diferente do ano passado, que a prova foi caracterizada como a mais branca e elitizada de todos os tempos, neste ano, pretos e pardos representam a maioria dos inscritos confirmados para a prova.
ENEM: A PORTA DE ENTRADA PARA A UNIVERSIDADE
Não por acaso o Enem é considerado a porta de entrada para a universidade, com ele, estudantes de todo o Brasil conseguem acessar as universidades através de programas do Ministério da Educação, como o Sisu, o ProUni e o FIES.
Contudo, no ano de 2021, em meios às polêmicas e à pandemia em estado de calamidade graças ao (des)governo Bolsonaro, a prova foi descrita como uma das mais elitizadas de todos os tempos pois, além da baixa quantia de inscrições, a maioria era de brancos, o que reflete totalmente no cenário de desigualdade social e econômica do Brasil no (des)governo atual.
Entretanto, neste ano de 2022, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) indicam que os pretos são maioria na versão impressa, enquanto os pardos dominam as candidaturas do Enem digital.
Ao todo, na modalidade impressa, o número de inscrições de pretos é de 1.434.820. Já de autodeclarados brancos é de 1.360.923, pardos é de 391.666, amarelos 63.114, não declarados 61.903 e indígenas 19.140. Na versão digital, a maioria se autodeclaram pardos (27.408), depois brancos (25.324), pretos (8.937), indígenas (446), amarelos (1.443) e não declarados (1.508).
A POTÊNCIA DOS ESTUDANTES PRETOS
Dados como esses aparecem pela primeira vez nas inscrições confirmadas do Exame. Com isso, é preciso exaltar a força da produção de ciência, cultura e arte dos estudantes negros nas escolas públicas e a importância das cotas para vermos cada vez mais estudantes dessas escolas nas universidades.
A fala de Jade Beatriz, presidenta da UBES, retrata bem isso: “É a prova que somos potência, do nosso pertencimento e na ansiedade de trazer mudanças para o nosso povo. Será muito emocionante fazer o ENEM com este sentimento e a certeza de pertencimento. O dia 20 de novembro será histórico para mim.”
Isso demonstra que, mesmo com as tentativas de acabar com as políticas de inclusão, os estudantes estão de pé e provam a sua força.
QUEDA DE INSCRITOS NO ENEM
Por um lado, comemoramos, mas por outro, devemos ficar atentos. Por mais que o número de inscritos do Enem tenha aumentado em 10%, ainda enfrentamos a queda muito grande que tivemos a partir de 2021. Nesse último ano, houve o menor número de estudantes desde 2005, quando ele ainda não era um exame consolidado e o mais importante para o acesso ao ensino superior público.
Isso tudo é reflexo do (des)governo atual que como, Jade declara, fez o Exame enfrentar “Problemas recorrentes nas correções, interferência nas questões e a dificuldade em dar segurança aos estudantes durante a pandemia são as causas da queda no interesse do Exame”.
Mas os estudantes são fortes e demonstram diariamente a sua potência. Desejamos que a partir deste Enem, os próximos apresentem políticas de ampliação do acesso às universidades, aumentando e gerando ainda mais incentivo para que mais jovens negros ingressem nas universidades através da Lei de Cotas, que também foi muito criticada e banalizada pelo (des)governo atual.
Fonte: UBES
Nenhum comentário:
Postar um comentário