FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
As bancadas do PT e do Psol na Câmara dos Deputados e no Senado
entraram com representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR)
pedindo que o governo de Jair Bolosnaro (PL), derrotado nas eleições deste ano,
seja investigado por suspender os repasses para a Operação Carro-Pipa, que há
mais de 20 anos leva água para 1,6 milhão de nordestinos e exigem que o
abastecimento seja retomado imediatamente. O governo federal alega falta
de recursos. O Psol vê a medida como retaliação aos eleitores nordestinos, que
votaram majoritariamente no presidente eleito Lula.
Leia mais: Em plena
seca, Bolsonaro castiga nordestinos com corte de verba de carros-pipa.
A
suspensão do abastecimento foi revelada pelo colunista Carlos Madeiro, do UOL.
De acordo com o colunista, a suspensão pegou as Defesas Civis, pipeiros e
moradores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água
por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores,
são 100 litros diários. Eles já relatam prejuízos.
O Psol
pede à PGR a instauração de procedimento administrativo de acompanhamento de
política pública, com participação de setores da sociedade civil. A Operação
Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército em parceria com o Ministério
do Desenvolvimento Regional.
“O corte
no programa Operação-Pipa é mais uma clara ação do governo Bolsonaro, em seus
momentos agonizantes, para confirmar seu desprezo pela dignidade humana do povo
brasileiro e exercitar sua retaliação antidemocrática contra os nordestinos e
nordestinas, por sua participação fundamental na derrota da extrema direita nas
eleições”, afirma a líder do partido na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).
O PT pede
que abastecimento seja retomado imediatamente, sob pena de causar mortes. “Os
fatos apontados na matéria compõem uma situação que demanda a mais pronta
intervenção dos órgãos de controle sobre a Administração Pública, porque se
afigura iminência de morte se essa população seguir desassistida da entrega de
água potável, cabendo ponderar que nesse contexto as vulnerabilidades se somam:
além do não acesso a bem imprescindível ao viver, há, nesse contingente, crianças,
idosos, gestantes, pessoas com doenças graves.
Fonte: CUT NACIONAL
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