Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membros,. ativistas, poetas, escritores, produtores culturais, grupos culturais, violeiros, pensantes e os que admiram e lutam pela cultura potiguar. Cultura! A Cultura, VIVE e Resiste! "Blog do CPC/RN, notícias variadas na BASE DA CULTURA!
Fiquem ligados nas ondas da Rádio Agreste FM - 107.5 - NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE, todos os sábados: Programa "30 MINUTOS COM CULTU...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
Comida caipira: histórias e receitas do tempo do fogão a lenha
Virado de feijão com linguiça, lombo de porco… Quando se trata de comida caipira, os dois estados dividem a autoria dos pratos mais clássicos da culinária caipira. “Em termos de comida, temos a mesma base de formação”, conta a chef Ana Luiza Trajano, do restaurante Brasil a Gosto. “A culinária nasce paulista e se transforma em mineira”.
“Os tropeiros são os principais responsáveis pela dúvida sobre o que é de origem paulista e o que é de origem mineira, já que saíam com os ingredientes e seguiam para os garimpos de Minas. À medida em que iam parando, acabavam influenciando a região. Afinal, uma hora todo mundo precisa parar para comer”, conta Nicolau. “E a comida, afinal, não tem fronteiras geográficas!”
Quem manda é o fogão
Uma coisa é preciso ser dita: os pratos mais típicos da culinária caipira demandam tempo para serem feitos. Isso é reflexo dos equipamentos da época – panelas de barro ou de ferro, cocção com muito líquido no fogo a lenha. Isso resulta em sabor mais concentrado e rico em temperos. “Era algo com o qual você não precisava se preocupar: você poderia deixar por várias horas cozinhando”, explica Nicolas. “Tutu de feijão,cuscuz e canjiquinha são todas receitas relativamente fáceis e que podem ser incrementadas a gosto”.
Na estrada, valia a arte do improviso: cozinhava-se em fogos de chão e até em tucuruvas – cupinzeiros abandonados que eram escavados e transformados em fornos para a preparação da comida. Dos índios, herdou-se a arte de moquear – ou assar – carnes e peixes. E, dos europeus, o uso da gordura de porco para fritar e também conservar os alimentos.
Porco em tudo
“No interior, quem não tinha um porquinho no quintal?”, comenta Nicolau, que é originário de Ribeirão Preto (a 290 quilômetros de São Paulo). O animal se tornou um dos produtos mais marcantes da culinária caipira pela facilidade no manejo. “Dificilmente você erra no cozimento e mesmo com outros ingredientes, você consegue manter o sabor”, diz o professor.
Natural de Franca (a 344 quilômetros de São Paulo), Ana Luiza Trajano se lembra de quando porcos eram abatidos para preparo de linguiça e de carne na lata, conservada em banha para durar mais e ter mais sabor. A chef ganha até hoje de uma tia-avó um suprimento de linguiças caseiras, feitas na fazenda. “Ela mata dois porcos e temos linguiça para o ano inteiro, para comer assada – uma delícia!”, conta.
Sua majestade, o milho
Na forma de canjiquinha, fubá, polenta, angu ou farinha, o milho é onipresente no menu. “Ao contrário do Norte e Nordeste, onde há uma predominância da mandioca, em São Paulo a base da alimentação indígena era o milho”, explica Ana Luiza Trajano. O ingrediente permeia todo o menu e não se escapa nem na hora da sobremesa: o doce mais marcante da roça, afinal, é o conhecidíssimo bolo de fubá.
Adaptando
Muitos pratos da culinária caipira ganhavam outra roupagem ou ingredientes extras à medida que chegavam na capital. Um exemplo é o cuscuz paulista. “A receita clássica é com galinha. A versão com frutos do mar é bem paulistana, por conta da proximidade com Santos”, explica Ana Luiza Trajano. Outra diferença são os cortes de porco: enquanto na capital usa-se muito a bisteca (por influência italiana), “à medida que você vai subindo pelo interior, você nota mais o uso de leitoa a pururuca e lombo”, diz a chef.
Nenhum comentário:
Postar um comentário