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quinta-feira, 30 de março de 2023

Artigo: O que o novo ensino médio significa para a universidade brasileira

 

Clara Maria, presidente da UEP

Quando falamos sobre a reforma do ensino médio, muitos podem achar que isso não tem nada haver com os estudantes universitários ou com a universidade em sí, o que não é verdade! Se tem uma coisa que todo estudante universitário fez para chegar a universidade, foi o ensino médio, por isso, devemos sim estar preocupados em como essa reforma impacta na vida do estudante secundarista e sua formação acadêmica.

Se fizermos um breve resgate sobre os debates relacionados ao NEM, podemos ver que já em 2013 foi proposto o Projeto de Lei nº 6840, que previa as primeiras alterações no currículo além do período integral. Em 2016, logo após o golpe que fez Michel Temer assumir a presidência do Brasil, foi pedida a urgência na tramitação da Medida Provisória, que mais tarde se tornou a Lei nº 13.415/2017 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.

Podemos dizer que, 10 anos depois do início dos debates sobre o NEM somado aos impactos da pandemia de Covid-19 na educação brasileira, começam os impactos no acesso à universidade, principalmente para os estudantes de baixa renda, ou que estudam em escolas públicas em geral.

Na minha opinião, o principal problema desse novo currículo é, além de ser implementado de diferentes formas nas escolas e não ser comum a todas, é que agrava a discrepância e as desigualdades entre os estudantes do ensino público e privado. O que, em pouco tempo, significará uma mudança do perfil do estudante da universidade pública. Enquanto estudantes das escolas privadas terão um ensino focado e preparatório para o vestibular e a entrada na universidade, os estudantes da escola pública terão cada vez mais um ensino tecnicista afastando os jovens da formação científica e, consequentemente, da universidade pública, e isso é muito grave!!

Clara Maria, presidente da UEP

Enquanto nos últimos anos tivemos avanços na mudança de um antigo perfil elitizado na universidade a partir de políticas públicas que possibilitaram pintar a universidade de povo, com esse NEM, podemos ter retrocessos que mudem completamente o perfil da universidade pública.

Sabemos que o antigo modelo de escola já não é suficiente para as necessidade de toda uma geração muito mais tecnológica, mas mudar a lógica sem debater o assunto com estudantes e professores é minimamente uma medida antidemocrática que afetará diretamente quem está na base que faz a escola funcionar aliada ao desenvolvimento do nosso país.

A falta de verbas para os cursos e professores fará com que seja praticamente impossível uma escola oferecer os onze itinerários previstos, muitos estudantes precisarão mudar de escola ou até mesmo de cidade se quiserem cursar todas as matérias. Se formos avaliar dentro da realidade das famílias brasileiras que sofrem diariamente com os impactos da economia e fizermos as contas, junto a possibilidade prevista pelo NEM dê simplesmente escolher não cursar todas as matérias da grade básica, o resultado será uma evasão ainda maior.

Ao invés de pensar em uma busca ativa para garantir a permanência dos estudantes na escola e na universidade e diminuir os impactos da evasão causada pandemia, esse NEM com certeza aumentará os índices de evasão das escolas e uma diminuição no acesso à universidade. Precisamos garantir que todos tenham o direito de estudar, entrar e permanecer, seja na escola ou na universidade!

Por isso, os universitários se somam à luta dos estudantes secundaristas pela revogação do Novo Ensino Médio! Dia 15 de Março é um dia de LUTA pela educação brasileira!

*Clara Maria é estudante de Educação Física da Universidade de Pernambuco e Presidenta da União dos Estudantes de Pernambuco.

Fonte: UNE

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