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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Por que queremos uma mulher negra e progressista no STF? Por CID PEDROSA

Leia o artigo da diretora de Movimentos sociais da UNE, Marina Amaral: 

Nas últimas semanas, tem se intensificado diversas campanhas articuladas pelo Movimento Negro e organizações de esquerda pela nomeação de uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal. Com a futura saída da ministra Rosa Weber, abriu-se um grande debate sobre a nova indicação do presidente Lula para a mais alta Corte de Justiça do Brasil. Aqui, não nos restam dúvidas: queremos uma ministra negra, progressista, que esteja conectada com as pautas históricas por direitos para a classe trabalhadora.

O STF existe há 132 anos. Nesse período, 170 pessoas ocuparam suas cadeiras. Apenas três juristas foram homens negros e a primeira mulher, branca, tomou posse apenas em 2000. Ou seja, em quase um século e meio de existência do órgão, nunca tivemos uma mulher negra à frente do STF. Essa estatística demonstra, em primeiro lugar, um grande atraso e descompasso com a realidade da população brasileira, composta por 56% de pessoas negras, sendo 28% de mulheres. Mas, em segundo lugar, também demonstra a necessidade urgente de transformação do nosso sistema judiciário brasileiro.

Sabemos que o STF é um dos principais pilares de sustentação do regime democrático burguês. No entanto, não temos dúvidas sobre a necessidade de travar disputas nessas instâncias. Mesmo sendo esse o caráter do STF, é fundamental ter pessoas progressistas
nesses espaços de poder. Por isso, uma mulher negra representa essa necessidade, pois as principais contradições existentes hoje em nosso país são de raça, classe e gênero.

Dessa forma, queremos o oposto do que foi a última indicação. Recentemente, tivemos o exemplo do ministro Zanin, que se posicionou de forma contrária a uma pauta de combate ao genocídio da juventude negra, como a descriminalização do porte de maconha, sendo a favor da injúria LGBTfóbica e de que juízes possam julgar casos em que os advogados sejam seus parentes. Lula errou na indicação. Não se separa a luta em defesa da democracia, da luta do povo negro, das mulheres, LGBTs, trabalhadores e juventude. As futuras indicações precisam ter compromisso com as demandas da maioria da sociedade, pois só assim caminharemos para reconstruir o país e enfrentar a extrema-direita.

Nesse sentido, não podemos nos esquecer que o STF foi favorável ao golpe de 2016. Um judiciário controlado por conservadores foi justamente o que, muitas vezes, auxiliou o fortalecimento do bolsonarismo no Brasil nos últimos anos. Por isso, defender a indicação
de ministros progressistas é lutar contra a extrema-direita e contra as políticas que promovem a destruição dos nossos direitos.
A nossa tarefa neste momento é lutar nas ruas para avançar nas pautas sociais, mas é preciso que essas também possam se expressar dentro das instituições. No próximo período, competirá ao STF decidir sobre direitos fundamentais ao povo, como a
inconstitucionalidade da tese do Marco temporal, a descriminalização do porte de maconha, a criminalização do bolsonarismo e a descriminalização do aborto. Além disso, é importante avançarmos em um programa que combata o genocídio da população negra, que aplique uma reforma tributária com taxação aos milionários e que garanta os direitos básicos da população, como moradia, saúde e educação. Para tudo isso, precisamos de ministros e ministras progressistas que façam a contra pressão no STF. Ao mesmo tempo, precisamos fortalecer a nossa luta nas ruas, sabendo que a luta institucional sozinha não garante vitórias.

Essa é uma pauta que precisa ser incorporada pela juventude, pelos movimentos e entidades estudantis. Ocupar o STF com uma mulher negra, progressista e aliada aos movimentos sociais, é extremamente necessário na atual conjuntura. O presidente Lula,
pode fazer história com essa nova indicação, e se tem uma coisa que precisamos, é começar a reescrever a história do nosso país.

* Marina Amaral é diretora de Movimentos sociais da UNE. 

Matéria da UNE  - UNIÃO NACIONAL DO ESTUDANTE DOS ESTUDANTES.

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