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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Fome, doenças e violência: população Yanomami continua sofrendo com o garimpo ilegal

 


Um cenário devastador pode ser visto novamente nas Terras Indígenas Yanomami. A desnutrição, as doenças e a vulnerabilidade comprovam que o garimpo ilegal continua a punir o povo originário brasileiro, em 2024.  

A situação de emergência de saúde pública que marcou o início do ano passado, repete-se nos primeiros dias deste ano. Os números divulgados pelo portal G1, nesta quarta-feira (10), dão conta de uma nova tragédia em Roraima.

Entre janeiro e novembro de 2023, foram registradas 308 mortes nos territórios. A maioria (53%) são crianças de até quatro anos. Elas foram vítimas de doenças respiratórias (viroses e pneumonia), parasitárias (malária), e também ligadas à desnutrição severa.

Um levantamento aponta que, em 2023, os casos de malária registraram um acréscimo de 61%, comparado ao ano de 2022. No total, foram mais de 25 mil infectados.

O Condisi-Y (Conselho Distrital de Saúde Yanomami), que acompanha as ações do governo federal, diz que o atendimento médico ainda é precário e que não há profissionais suficientes para atender os 31 mil habitantes da Terra Indígena.

Segundo dados do Ministério da Saúde, havia sete médicos, em dezembro de 2023, para atender toda a região. Outro problema apontado é a falta de estrutura. Muitos médicos partem em missões sem ter locais para atender ou dormir.

“Com a grande repercussão do caso em 2023, o governo atuou pra minimizar a situação, mas o garimpo e as denúncias nunca pararam. Nós ainda somos carentes de uma política pública eficaz”, afirma Raquel Tremembé, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Garimpo e meio ambiente

A situação dramática vivida pelos Yanomami é causada pelo garimpo ilegal que novamente tem aumentado na região. O uso de produtos químicos tóxicos, como o mercúrio, já contaminou 61% dos rios da região, segundo a Fundação Oswaldo Cruz.

Seja na água, ou na cadeia alimentar (contaminando peixes), o mercúrio envenena o corpo humano e em grandes quantidades pode causar tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e a morte.

Também há danos causados ainda em bebês não nascidos. Se as mães tiverem altos níveis de mercúrio no sangue, eles podem nascer com danos cerebrais e problemas de audição e visão.

Sem opções de água potável, os indígenas bebem a água contaminada, o que aumenta os casos de intoxicação, diarreia e parasitas. Em um ano, 63 pessoas morreram de doenças infecciosas e parasitárias. E 9,5 mil foram diagnosticadas com casos de diarreia.

O garimpo também ajuda a propagar a malária, uma vez que os buracos das escavações acabam se transformando em criadouros de mosquitos.

Fome é consequência

A fome e a desnutrição são consequências imediatas. Os rios fornecem alimentos, seja através da pesca ou da caça. Com os peixes morrendo devido à poluição, os animais da região – que serviriam de caça – também se afastam.

Violência

A estimativa apresentada é de que ainda atuem cerca de 8 mil garimpeiros na Terra Indígena Yanomami. A presença, além da destruição da floresta, também faz aumentar os casos de violência contra o provo originário.

Assassinatos, agressões e ataques armados foram registrados no ano passado. E apesar do governo Lula afirmar que combate o crime na região, a realidade é que a área afetada pelo garimpo aumentou de 5.055 hectares em fevereiro para 5.359 em outubro de 2023.

Sucateamento

Raquel também aponta que apesar da situação requerer mais investimentos do Planalto, o que se vê é a continuidade de uma política de sucateamento. O exemplo mais recente foi mostrado pelo servidores do Ibama que paralisaram as atividades durante a semana.

A categoria luta por reestruturação e valorização da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, além da abertura de concurso público, pois está operando com apenas 52% do seu efetivo.

“A situação dos servidores do Ibama afeta outros órgãos, como a Funai e o ICMBio. É como se as operações contra o garimpo ocorressem de forma parcial. Enquanto for assim, veremos o agravamento dos problemas”, conclui Raquel.

A CSP-Conlutas reitera a necessidade de exigir do governo Lula uma solução para o drama vivido pelos Yanomami. É fundamental que haja investimentos e um plano de longo prazo no combate ao garimpo ilegal e à violência contra os povos originários.

Fonte: CONLUTAS

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