Mote do
ato neste 8 de março foi a defesa da democracia, igualdade salarial e contra
todos os tipos de violência
Milhares de mulheres de diferentes regiões de São Paulo, militantes
organizadas em movimentos sociais, jovens, senhoras, negras, brancas,
defensoras do Estado da Palestina, políticas, sindicalistas, algumas ligadas a
partidos políticos, outras não, ativistas e feministas, se juntaram no fim da
tarde e início da noite deste 8 de março em manifestação pelo Dia Internacional
da Mulher.
A tradicional
marcha de São Paulo no 8 de março é convocado por uma frente ampla de
organizações de mulheres, entre elas a CUT, federações e sindicatos, partidos
políticos, como PT, Psol, PCdoB e PSTU, além da Marcha Mundial de Mulheres,
Movimento Negro Unificado, entre outras.
As mulheres
aproveitaram a data para pautas centrais para igualdade de gênero, como o fim
da violência de gênero, expressa nos altos índices de feminicídio, igualdade
salarial, direitos reprodutivos, fim da misoginia e democracia.
Uma bandeira
recorrente em todas as aulas da marcha, e também bastante levantada entre as
lideranças sindicais, sociais e políticas que falaram no caminhão de som foi à
solidariedade ao povo, e em especial, às mulheres palestinas, que vivem sob
massacre do exército de Israel.
Ao lado da
vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, e do presidente, Sérgio Nobre, a
secretária da Mulher Trabalhadora Amanda Corcino, que participou da construção
do ato, reforçou que a marcha mostra a disposição das mulheres ir às ruas e
defender não só seus direitos, mas a democracia.
“A direita e
extrema-direita brasileira causaram um verdadeiro estrago aos direitos sociais
do povo brasileiro, o que atingiu em cheio as mulheres. Não existe igualdade de
gênero se não tivermos creches, saúde, trabalho decente, e para isso precisamos
de um estado forte e atuante”, afirmou.
A secretária
também chamou atenção especial das militantes para a lei da igualdade salarial,
sancionada em 2023. “Só veremos resultado se houver fiscalização, e esse é um
dever de todas e todos nós”, acrescentou.
Na mesma ala
das trabalhadoras estava a vice-presidenta da CUT São Paulo, Ivone Maria da
Silva, que chamou atenção para o contexto difícil das mulheres no estado e na
cidade de São Paulo.
“Se no Brasil a
vida da mulher é uma luta por respeito permanente, em São Paulo, com a gestão
municipal e estadual que temos, essa luta é ainda mais intensa. O que estamos
vendo aqui é desaparecimento de equipamentos públicos, as taxas de feminicídios
e estupro despararem. É preciso que o movimento de mulheres tome a dianteira
para disputar a política”, alertou Ivone.
Amanda reforçou
dizendo que este é um ano eleitoral - de disputas no municípios - e que é
preciso dar primazia às candidaturas cuja a pauta coloca o bem-estar e os
direitos das mulheres em primeiro lugar.
A origem feminista do 8 de
março
Em 1910, Clara
Zetkin propôs, na II Conferência Internacional da Mulher Socialista em
Copenhague, um dia internacional dedicado à reivindicação dos direitos das
mulheres com a intenção de unificar uma data para celebrar a solidariedade
internacional na luta pelos objetivos comuns.
Ainda não
havia, no entanto, um dia definido e, entre 1911 e 1914, o Dia Internacional
das Mulheres foi comemorado em datas diferentes do mês março. Apenas em 8 de
março de 1917, com a deflagração da greve das tecelãs de São Petersburgo, que
impulsionou a Revolução Russa, esta data foi consagrada como o Dia
Internacional das Mulheres.
Organizações
internacionais – como a ONU e a UNESCO – demoraram mais de 50 anos para
reconhecer a data, e só o fizeram por pressão e insistência dos movimentos
feministas.
Fonte: CUT
Nenhum comentário:
Postar um comentário