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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Da revolta de Stonewall ao desmonte da Constituição de 88 – Leonardo Lima*

Usa-se generalizadamente a conquista das/dos revoltados nova-iorquinos sobre a polícia (Estado Norte Americano), como símbolo de orgulho pela posterior sequência de conquistas de direitos civis nos Estados Unidos da América e nos países alcançados pelo seu raio de influência, direitos que não são necessariamente frutos especificamente da madrugada do dia 28 de junho, mas da onda de mobilizações populares que ainda hoje tem força.

O óbvio é que tudo aquilo que os movimentos sociais, as minorias políticas ou a classe trabalhadora conquistam ao longo da teia da história, são motivos de orgulho, de memória e de celebração, entretanto, cabe salientar que esses êxitos não são pétreos, ou seja, não estão à margem da luta de classes, estão perpetuamente condenados à instabilidade, à vulnerabilidade; é exatamente por isso, que mais do que celebrar, é necessário unidade para resistir e acumular forças para lutar.

É imprescindível ao Sistema Econômico vigente, agir pela divisão da grande classe trabalhadora e pela manutenção de certos níveis de desigualdade econômica e social, e que atrelado completamente à lógica patriarcal utiliza as diferenças entre as pessoas, sejam elas raciais, sexuais, afetivas ou de identidade de gênero, para agravar a violência e as injustiças. A guerra entre os pobres serve como estratégia essencial da classe dominante para desviar o foco de si como principal fiadora das guerras e abismos sociais do mundo. Será com a consciência de classe das e dos trabalhadores, reconhecendo o valor da sua diversidade e a exploração, alienação e opressão das quais são vítimas, é que mudaremos estruturalmente o sistema.
A Constituição Federal Brasileira, ou Constituição Cidadã, traz no seu texto os propósitos pactuados para a nação, e para com a comunidade internacional, já no seu preâmbulo traz o modelo imaginado para que a nossa, seja uma sociedade “fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia [...]”, estabelece dentre outros como Fundamento da República a Dignidade da Pessoa Humana, e elenca os incisos do artigo 3º os objetivos dessa mesma República:
 I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Os retrocessos que vivemos hoje são produtos da queda arquitetada e ardilosa da Presidente Dilma Rousseff, é notável o desmonte e esvaziamento das políticas públicas construídas para a diminuição das desigualdades e a tentativa de reverter a Soberania Brasileira consagrada na Carta de 88, falso impeachment é neocolonialista! Grande parte dos que planejaram e depuseram a presidente, operam a legislação como se estivessem em seus templos religiosos, seu horizonte é a Idade Média, aviltam a força bruta ao invés do diálogo e da compreensão, aumentando cada vez mais o lastro de terror contra a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e principalmente Mulheres Transexuais, Travestis e Homens Trans.
A retomada do desenvolvimento econômico e político são essenciais para que haja condições de caminhar novamente rumo às conquistas, ao respeito e a fraternidade. O projeto colocado hoje não passou pela soberania do voto popular, quando elegemos votamos em um conjunto de propostas e ideais que caminhavam em determinado sentido, que hoje são diametralmente contrários aos que foram apresentados em 2014.
Dia 28 de Junho de 2017 para o Povo Brasileiro, deve significar a união do nosso maior patrimônio que é a diversidade étnica, sexual e cultural, pelo fortalecimento da soberania nacional e da Constituição da República Federativa do Brasil, é mais que necessário o banho de democracia para alcançar as nossas mais urgentes bandeiras de luta, por isso, Fora Temer e Diretas Já.
 * Leonardo Lima é diretor LGBT da UJS Nacional 

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