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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Manifesto em Defesa do Passe Livre

Manifesto em Defesa do Passe Livre

Durante as férias, na calada da noite, o prefeito de São Paulo, João Dória, anunciou mudanças no Passe Livres Estudantil, direito concedido aos estudantes da rede pública, universitário Prounista, beneficiários do FIES e de baixa renda.

Antes, o estudante poderia fazer até oito embarques durante as 24 horas do dia, gratuitamente. A partir de 1º de Agosto, conforme publicado no Diário Oficial, são duas cotas diárias, com duração de duas horas, sem exceder quatro embarques.O decreto prejudica os estudantes que moram longe das escolas e universidades, aqueles que fazem estágio não remunerado, atividades complementares e o acesso à cidade de um modo geral, que contribui para a formação do jovem.

A UEE -SP  e a UPES repudiam a medida da Prefeitura por alterar um direito já concedido aos estudantes e lança manifesto em defesa do Passe Livre. O documento foi assinado por mais xx entidades.
Confira o texto na íntegra e participe do abaixo assinado: https://goo.gl/NdQy9Y


A cidade de São Paulo representa a diversidade de expectativas e oportunidades de todo o povo brasileiro. A busca infinita por uma vida digna e feliz passa pelos anseios de ser. E para ser também é necessário estar. Estar nos espaços, nas tomadas de decisões, estar na cidade. Ainda mais esta cidade, que carrega em seu berço os sonhos de milhares. Se antes tivemos a vitória de conquistar uma brecha do que é esta cidade, agora estão nos impondo que voltemos a olhar a grande SP pelas janelas.

A juventude tem um histórico legado de lutas em defesa deste acesso. Em defesa do entendimento de educação e transporte como direitos base para qualquer cidadão. A lógica da política de João Dória, que vende parques, corta o leite das crianças, congela a cultura, apaga as cores da cidade e agora exclui a juventude de ocupar os espaços, não cabe nas perspectivas de quem vive São Paulo.

Há cerca de 70 anos, os estudantes dão seu tempo e disposição em prol de uma educação e transporte de qualidade, em defesa do público e de uma nova política. A Revolta dos bondinhos nos anos 50, as jornadas de junho de 2013 e a ocupação da Prefeitura de São Paulo em 2015 nos garantiram o direito ao transporte público com o Passe Livre Estudantil. Este transporte que não é verdadeiramente público passa a ser ainda mais da iniciativa privada.

O que a nova medida do passe livre faz é nos empurrar goela abaixo - na calada da noite - a aceitação de que a cidade de SP, como é hoje, não é feita para nós. O estudante da periferia, das mais diversas quebradas de São Paulo, pode demorar bem mais que duas horas para chegar em sua instituição de ensino. E limitar o tempo das cotas diárias é tirar a possibilidade de utilizar o Passe Livre para o mínimo: estudar.

Queremos uma sociedade plenamente desenvolvida, inovadora e tecnológica. E o estudante tem muito a contribuir neste sentido, a partir dos estágios, iniciação científica, núcleos de pesquisa e atividades extracurriculares. O Passe Livre também deve servir a isto!

A educação deve ultrapassar os muros das escolas e universidades. Não acreditamos num sistema educacional limitado as salas de aulas. Os museus, teatros, bibliotecas e a integração da juventude nas praças e parques oferecem a história e cultura necessárias para a formação do estudante. Queremos acessar a cidade!

Já nos basta a fome, o desemprego e as centenas de manchetes de corrupção daqueles que roubam as perspectivas e oportunidades do povo. A juventude tem muito o que contribuir com a política e a cidade. À nós, o direito a liberdade! Liberdade de expressar, liberdade de ser e de estar. As novas medidas do Passe Livre nos tiram esses direitos.

Os diversos personagens do prefeito escondem seu verdadeiro projeto que, na verdade, faz dos nossos direitos um grande leilão, tornando nossa cidade um balcão de negócios e morada de poucos. Estas fantasias escondem os seus reais interesses e roubam a essência do que é o povo de São Paulo.

Somos contra as novas medidas do Passe Livre Estudantil e reivindicamos sua revogação imediata. Direitos não se tiram do povo. Iniciamos aqui, uma grande luta. A resistência que há de se perdurar, junto aos nossos sonhos. E estaremos nas ruas, assim como no legado de lutas da nossa história. Com muita unidade, respeito à trajetória e convicção em nossos anseios. Porque somos filhas e filhos de uma São Paulo plural e carregamos a esperança desta juventude, protagonista do próprio destino.

Vamos juntos nesta viagem que não tem paradas, nem tarifas, sequer catracas, mas carrega em sua jornada a rebeldia consequente daqueles que acreditam em mundo digno e feliz para todo jovem brasileiro! Apenas começamos.
        

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