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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

RECORDAR É VIVER: LEMBRAM DO AUGE DA DITADURA, QUANDO MINO CARTA LAMBIA AS BOTAS DOS MILICOS?


Incorrigível, Mino Carta volta a engrossar o lobby italo-brasileiro na caça a Cesare Battisti, em besteirol  publicado na Carta Capital e reproduzido pela Folha de S. Paulo, com o evidente objetivo de influenciar a decisão que a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal tomará amanhã (24), salvando o escritor da tramoia eivada de ilegalidades com que se pretende entregá-lo à vendeta italiana ou repetindo a ignóbil decisão adotada em 1936, quando autorizou a extradição de Olga Benário para a Alemanha nazista.

Quando li o texto do Mino, tão rancoroso quanto inconsistente, pensei até em refutá-lo ponto por ponto. Mas, isto caberia caso houvesse algo a refutar. Não há nada. 

É uma narrativa que não se sustenta em evidência nenhuma, testemunha nenhuma, comprovação nenhuma, citação nenhuma. Apenas na megalomania desmedida de um indivíduo que pensa ser tão superior aos comuns mortais a ponto de apenas 
comunicaro que seria a verdade definitiva e incontestável, ponto final. Chamavam-no, não sem um tanto de ironia, de imperador, mas ele já ultrapassou tal fase. Agora seu discurso é de quem, intimamente, acredita ser Deus. Pena que, para a maioria dos leitores dotados de espírito crítico, não passe de um Napoleão de hospício...

Eis a 
tábua dos 10 mandamentos que Mino Carta entrega a seus leitores, para serem aceitos sem a mais remota discussão:  
1.                 que o Cesare não nasceu e foi criado numa família comunista;
2.                 que teria sido um criminoso comum antes de politizar-se na prisão;
3.                 que, nos anos de chumbo, a Itália continuava sendo um Estado democrático de Direito e não a democracia com áreas cinzentas a que se referiu Tarso Genro(havia eleições, as instituições funcionavam, mas a Justiça e a polícia agiam como as piores ditaduras, o que foi reconhecido até pelo grande Norberto Bobbio);
4.                 que não teriam ocorrido arrependimentos arrancados sob torturas na Itália, sendo, portanto, mentirosos todos quantos os denunciaram, todos os que os documentaram e todas as entidades de defesa dos direitos humanos que cansaram de protestar contra os maus tratos e mortes (principalmente suicídios) deles decorrentos;
5.                 que o imenso desencanto dos jovens militantes de esquerda, motivo de sua adesão à luta armada, não se teria devido à traição histórica cometida pelo Partido Comunista Italiano quando se mancomunou com a reacionária, corrupta e mafiosa Democracia Cristã, mas, principalmente, à instigação da CIA (!!!);
6.                 que Battisti não correria perigo se extraditado para a Itália, embora carcereiros tenham declarado à imprensa que ansiavam por matá-lo e um ministro de Estado haja afirmado quase a mesma coisa, babando de ódio;
7.                 que os processos italianos dos anos de chumbo teriam sido "conduzidos por uma Justiça independente dentro de um conceito democrático inquestionável", embora as leis de exceção vigentes naquele momento possibilitassem até que umsuspeito permanecesse em prisão preventiva durante 10 anos e meio (!!!), tendo sido revogadas quando a Itália acordou de sua histeria antibrigadista;
8.                 que os Proletários Armados pelo Comunismo assaltariam "para garantir seu sustento, de açougues a joalherias", não sendo, portanto, retaliação contra ultradireitistas o motivo dos quatro atentados que terminaram em morte (nem nos delírios dos promotores italianos encontramos afirmação tão estapafúrdia, a história reescrita ao sabor de preconceitos!):
9.                 que o relatório mais tendencioso jamais apresentado por um ministro em toda a história do STF, o de Cezar Peluso contra Battisti em 2009, teria sido um "impecável pronunciamento";
10.             e que eu, identificado pelo pseudônimo de "setores da chamada esquerda nativa" teria encarado o "terrorismo como um movimento de resistência similar à luta armada em que alguns brasileiros se engajaram contra a ditadura" (o que nunca declarei, tendo apenas constatado que aqueles equivocados contestadores italianos, levados ao desespero pela traição histórica do PCI, sofreram uma repressão que, em tudo e por tudo, se assemelhou à pancadaria dos DOI-Codi's e aos julgamentos igualmente farsescos que tinham lugar nas auditorias militares).

Já que o Mino não se deu ao trabalho de tentar comprovar qualquer um destes disparates (tarefa impossível), deixo aos leitores as conclusões. Que necessidade haveria de repisar o que já é do conhecimento geral (pelo menos entre os que procuram informar-se e têm espírito crítico)?

Encerro com a reedição de um artigo meu de abril de 2014, que diz tudo que faltava dizer sobre Mino Carta:

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