Incorrigível, Mino Carta volta a engrossar o lobby
italo-brasileiro na caça a Cesare Battisti, em besteirol publicado
na Carta Capital e reproduzido pela Folha de S. Paulo,
com o evidente objetivo de influenciar a decisão que a 1ª Turma do Supremo
Tribunal Federal tomará amanhã (24), salvando o escritor da tramoia eivada de
ilegalidades com que se pretende entregá-lo à vendeta italiana ou repetindo a
ignóbil decisão adotada em 1936, quando autorizou a extradição de Olga Benário
para a Alemanha nazista.
Quando li o texto do Mino, tão
rancoroso quanto inconsistente, pensei até em refutá-lo ponto por ponto. Mas,
isto caberia caso houvesse algo a refutar. Não há nada.
É uma narrativa que não se sustenta em evidência nenhuma, testemunha nenhuma, comprovação nenhuma, citação nenhuma. Apenas na megalomania desmedida de um indivíduo que pensa ser tão superior aos comuns mortais a ponto de apenas comunicaro que seria a verdade definitiva e incontestável, ponto final. Chamavam-no, não sem um tanto de ironia, de imperador, mas ele já ultrapassou tal fase. Agora seu discurso é de quem, intimamente, acredita ser Deus. Pena que, para a maioria dos leitores dotados de espírito crítico, não passe de um Napoleão de hospício...
Eis a tábua dos 10 mandamentos que Mino Carta entrega a seus leitores, para serem aceitos sem a mais remota discussão:
É uma narrativa que não se sustenta em evidência nenhuma, testemunha nenhuma, comprovação nenhuma, citação nenhuma. Apenas na megalomania desmedida de um indivíduo que pensa ser tão superior aos comuns mortais a ponto de apenas comunicaro que seria a verdade definitiva e incontestável, ponto final. Chamavam-no, não sem um tanto de ironia, de imperador, mas ele já ultrapassou tal fase. Agora seu discurso é de quem, intimamente, acredita ser Deus. Pena que, para a maioria dos leitores dotados de espírito crítico, não passe de um Napoleão de hospício...
Eis a tábua dos 10 mandamentos que Mino Carta entrega a seus leitores, para serem aceitos sem a mais remota discussão:
1.
que
o Cesare não nasceu e foi criado numa família comunista;
2.
que
teria sido um criminoso comum antes de politizar-se na prisão;
3.
que,
nos anos de chumbo, a Itália continuava sendo um Estado
democrático de Direito e não a democracia com áreas cinzentas a que se referiu Tarso Genro(havia eleições,
as instituições funcionavam, mas a Justiça e a polícia agiam como as piores
ditaduras, o que foi reconhecido até pelo grande Norberto Bobbio);
4.
que
não teriam ocorrido arrependimentos arrancados sob torturas na Itália, sendo,
portanto, mentirosos todos quantos os denunciaram, todos os que os documentaram
e todas as entidades de defesa dos direitos humanos que cansaram de protestar
contra os maus tratos e mortes (principalmente suicídios) deles decorrentos;
5.
que
o imenso desencanto dos jovens militantes de esquerda, motivo de sua adesão à
luta armada, não se teria devido à traição histórica cometida pelo Partido Comunista Italiano
quando se mancomunou com a reacionária, corrupta e mafiosa Democracia Cristã,
mas, principalmente, à instigação da CIA (!!!);
6.
que
Battisti não correria perigo se extraditado para a Itália, embora carcereiros
tenham declarado à imprensa que ansiavam por matá-lo e um ministro de Estado
haja afirmado quase a mesma coisa, babando de ódio;
7.
que
os processos italianos dos anos
de chumbo teriam sido "conduzidos
por uma Justiça independente dentro de um conceito democrático
inquestionável", embora as leis
de exceção vigentes naquele momento
possibilitassem até que umsuspeito permanecesse em prisão preventiva durante 10
anos e meio (!!!), tendo sido revogadas quando a Itália acordou de sua histeria antibrigadista;
8.
que
os Proletários Armados pelo Comunismo assaltariam "para garantir seu sustento, de açougues a joalherias", não sendo,
portanto, retaliação contra ultradireitistas o motivo dos quatro atentados que
terminaram em morte (nem nos delírios dos promotores italianos encontramos
afirmação tão estapafúrdia, a história reescrita ao sabor de preconceitos!):
9.
que
o relatório mais tendencioso jamais apresentado por um ministro em toda a
história do STF, o de Cezar Peluso contra Battisti em 2009, teria sido um
"impecável pronunciamento";
10.
e
que eu, identificado pelo pseudônimo de "setores da chamada esquerda
nativa" teria encarado o "terrorismo como um movimento de resistência
similar à luta armada em que alguns brasileiros se engajaram contra a
ditadura" (o que nunca declarei, tendo apenas constatado que aqueles
equivocados contestadores italianos, levados ao desespero pela traição histórica do PCI, sofreram uma repressão que, em tudo e
por tudo, se assemelhou à pancadaria dos DOI-Codi's e aos julgamentos
igualmente farsescos que tinham lugar nas auditorias militares).
Já
que o Mino não se deu ao trabalho de tentar comprovar qualquer um destes
disparates (tarefa impossível), deixo aos leitores as conclusões. Que
necessidade haveria de repisar o que já é do conhecimento geral (pelo menos
entre os que procuram informar-se e têm espírito crítico)?
Encerro com a reedição de um artigo meu de abril de 2014, que diz tudo que faltava dizer sobre Mino Carta:
Encerro com a reedição de um artigo meu de abril de 2014, que diz tudo que faltava dizer sobre Mino Carta:
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