Eles caçavam, pescavam e garantiam a sobrevivência com o que viesse da natureza. Corriam livres e sem roupa e não sabiam o que era sentir vergonha da própria nudez. Também tinham o dom de entoar conversas em uma língua que mais parecia um canto. E sempre seguiram rituais e brincadeiras quase infantis.
Apresentação Carmen Lúcia
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Curiosamente faziam cerimônias de consultas aos animais da floresta e aos seus antepassados. Conversavam longamente com os chamados velhos espíritos e diziam ser intuídos por essa gente que já partiu.
E assim traziam do mundo “sobrenatural”, do mundo de lá, segredos, novos ritos e remédios. Praticavam suas curas com ervas, talos, folhas… Uma verdadeira pajelança. E pra quem quem não sabe o que é isso, faço uma pausa nessa prosa e explico: pajelança é um ritual de cura realizado pelo líder espiritual e curandeiro da aldeia.
Quem eram eles? Eles eram, para simplificar a conversa, um povo feliz com suas características e tradições. Mas um povo que foi forçado a “embranquecer…”
E quem é essa gente de quem falo? Nativos? Aborígenes? Indígenas? Qualquer uma dessas palavras os aprisiona, lhes tira o bem maior… Porque liberdade é sempre o nosso maior bem.
A expressão aborígenes, nativos, ou índios, por definição, é a forma com que fazemos referência às populações que vivem numa determinada área antes da sua colonização ou, ainda, uma forma de nos referirmos a um povo que, após a colonização, não se identifica com o povo que os coloniza.
Desta forma, povo indígena, ao pé da letra, no sentido literal quer dizer “originário de determinado país, região ou localidade. E apenas isso? Uma definição que não os define!? Depois de colonizados que direitos têm os índios? Como garantir que sua língua e seus costumes não desapareçam?
Com essas questões em mente, em 1940, foi realizado, no México, o I Congresso Indigenista, onde foram discutidos temas referentes à qualidade de vida dos índios. E, para dizer o mínimo, isso balançou com a cabeça de muitos governantes.
Três anos depois, no Brasil, Getúlio Vargas, que era o presidente do país na época, decretou que em todo dia 19 de abril seria comemorado o Dia do Índio. E isso demarcaria uma nova forma de ver, pensar e tratar as questões que iriam garantir aos índios suas terras, sua cultura e suas tradições.
Os indígenas ainda lutam para assegurar às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica e cultural. Lutam para que seu povo não desapareça e para que o dia 19 de abril não seja apenas uma data em sua homenagem.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.
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