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sábado, 14 de julho de 2018

Se Nego do Borel queria homenagear os LGBTQ, poderia começar beijando seu ídolo Bolsonaro. Por Nathalí Macedo

 
por 
Nathalí Macedo
Chegamos ao fundo do poço da lacração capitalizada: um homem heterossexual beijou outro homem em seu clipe – com mais de três milhões de vews antes de completar 24 horas – para levantar a bandeira LGBTQ(cêdário).
O clipe da música “Me solta”, de Nego do Borel, é a receita perfeita da lacração: ambientado numa favela, no maior estilo fetichização da pobreza, com muita mulher negra dançando, homens se beijando e um gordinho pra fechar o pacote representatividade.
A lacrolândia vai à loucura.
O cantor lançou recentemente um clipe com lacrantora Anitta, que por sua vez é adorada pelos militontos mas apoia a candidatura João Doria, inimigo dos pobres e dos pixos. Nego do Borel também tem lá seus camaradas duvidosos: posou todo orgulhoso em uma foto ao lado de Jair Bolsonaro, o político mais escancaradamente homofóbico do país.
A militância identitária dos que se intitulam pós-modernos é um grande e lucrativo negócio. Divas da lacração – e seus produtores, evidentemente – ganham milhões com representatividade e “homenagens” – vide a própria Anitta e Pablo Vittar, rainhas das bee.
A apropriação da “lacração” pelo capital não é exatamente uma novidade, mas dessa vez passamos dos limites.  Um homem heterossexual beijar outro homem em homenagem aos LGBTQ é como um branco fazer black face como uma homenagem aos negros.
A militância identitária frenética tem alimentado uma geração de artistas pautados quase unicamente na questão idenditária. A busca por representatividade tem ultrapassado o talento e ultimamente até o tão adorado lugar de fala.
Pouca coisa importa. No fim, importante mesmo é lacrar.
Se a intenção de Nego do Borel era homenagear aos LGBTQ, poderia começar não tendo sua imagem associada à de um homofóbico declarado que disse que seus filhos não se tornariam gays porque foram muito bem-educados.
Quer homenagear às bichas? Use sua influência na opinião pública para combater a homofobia. Não fetichizar a sexualidade alheia é também uma bela homenagem.  Quer homenagear os LGBTQ?
Contribua com o trabalho artístico de mulheres lésbicas. Deixe que as próprias Gays e Lésbicas e Bissexuais e Trans e Queers se beijem em praça pública ou em uma superprodução ambientada na favela.
Por falar em favela, quer bancar o favelado? Vai morar na favela.
Especialmente em dia de visita do caveirão.
Fonte: Diário do Centro do Mundo - DCM

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