Protesto é contra os cortes nas bolsas de pós-graduação e ciência no país; estudantes pedem aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias
por Renata Bars e Cristiane Tada Fotos: Yuri Salvador.
Centenas de estudantes ocuparam na tarde desta sexta-feira (3) o Vão Livre do Masp em São Paulo, para protestar contra os vetos na educação que comprometem as bolsas de pós-graduação e ciência em todo país no próximo ano. Mesmo debaixo de chuva, a defesa da educação pública e gratuita se fez presente em luta pelo desenvolvimento do Brasil.
Um ofício da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgado na última quarta-feira, informou a possibilidade do corte de bolsas PIBID, da Pós-Graduação,pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, fruto de um teto que seria imposto ao orçamento desse órgão.
”Sem pós-graduação não há ciência ou desenvolvimento. Não estamos aqui apenas por bolsas, mas sim porque acreditamos que contribuímos diariamente para o desenvolvimento do Brasil”, falou o diretor da Associação Nacional dos Pós-graduandos, Vínicius Souza.
A Capes mantém hoje três programas destinados à formação e qualificação de professores: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o Programa de Residência Pedagógica e o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) que têm previsão de beneficiar 105 mil bolsistas em 2019.
Estudantes protestam na Avenida Paulista
PELA APROVAÇÃO DA LDO
Em nota conjunta divulgada na quinta-feira (2), o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão revelou que pretende reduzir em pelo menos 11% o orçamento para despesas não obrigatórias do MEC. O valor previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) é de R$ 20,8 bilhões, o que representa um corte de R$ 2,8 bilhões em comparação com a previsão orçamentária de 2017, de R$ 23,6 bilhões.
Por isso, os estudantes exigem a aprovação do Art. 22 da lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que garante a manutenção do orçamento da educação em 2019 com correção no IPCA, fora do teto de gastos.
Presente no ato, a presidenta da UNE Marianna Dias afirmou que os estudantes da graduação também serão atingidos se houver cortes na educação.
”Também estamos em luta. Nós precisamos transformar a nossa Universidade no principal campo de luta e de resistência para que amanhã e depois estes atos sejam maiores. No próximo dia 14 vamos visitar o presidente Temer com muita indignação e dizer pra ele que não queremos um centavo a menos e queremos uma Universidade publica com cada vez mais investimento e mais forte”, enfatizou.
Presidenta da UNE Marianna Dias faz sua fala durante o ato
OUTROS ATOS
Estudantes cariocas também protestaram na tarde de hoje na Cinelândia. Na terça-feira (7) estudantes de Campinas também realizarão um ato no CB da Unicamp a partir das 13h.
O fim dos vetos na educação e a permanência das bolsas será pauta da Jornada de Lutas que acontece na próxima semana em todo o país. No dia 14, os estudantes irão até a capital federal para exigir uma educação sem cortes.
Fonte: UNE
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