Reportagem de Amanda Pupo no Estado de S.Paulo informa que a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, resumiu em uma frase o incêndio que consumiu o Museu Nacional: “Uma morte anunciada”. E sem conseguir esconder a tristeza, sentenciou: “Patrimônio não tem como reconstruir. Acabou, acabou”. Chefe do instituto responsável pela fiscalização e proteção dos bens culturais do País, ela afirmou ao Estado que providências anteriores à tragédia estavam sendo tomadas, como o projeto financiado pelo BNDES, no valor de R$21,7 milhões, contrato assinado em junho deste ano, para restauração e requalificação do Museu.
“Não tem investimento nessa áreas”, disse, referindo-se à preservação de acervos e da própria infraestrutura dos museus. “É o acervo de memória do País inteiro, mas não tem recursos. Os candidatos a presidente da República, nos programas, quase nunca falam de patrimônio e cultura. É preciso acontecer uma tragédia dessas para o Brasil ficar exposto a toda a comunidade internacional”, disse, revoltada, Kátia Bogéa, de acordo com a publicação.
“A gente perdeu nossa memória, nossa história”, continuou a presidente.
“A gente não vai ter mais Luzia. Luzia morreu no incêndio”, afirmou, assustada,
referindo-se ao esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de
12 mil anos de idade. “Vai ver como está a situação dos nossos museus, de
acervos, qual é a importância que o Brasil está dando para isso. É uma questão
que terá de entrar num debate sério”, refletiu, completa o Estadão.
Foto odia.ig.com.br
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