Há 15 anos, em 21 de junho de 2004, morreu aos 82 anos no Rio de Janeiro, Leonel de Moura Brizola.
Vítima de um enfarte depois do agravamento de uma forte gripe, o gaúcho
do interior de Carazinho, que foi um dos grandes pilares do trabalhismo
brasileiro, deixou sua marca firme e entusiasmada na história da
política nacional. Duas vezes governador do Rio de Janeiro e uma do Rio
Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre e deputado estadual e federal,
Brizola construiu, com a oratória carismática e improvisada dos líderes,
uma maneira particular de falar ao povo, de arrebatá-lo e fazê-lo ter
na memória os seus jargões, frases e discursos, mesmo uma década depois
de sua morte.
Brizola é sempre lembrado pelo discurso apaixonado e eloquente. “Esse
tipo de comunicação que ele tinha se aninhava na alma coletiva. E isso
fica. Ele foi, do ponto de vista doutrinador, superior até a Getúlio”,
declara o ex-governador do Estado Alceu Collares, parceiro político de
Brizola.
Brizola chegou a Porto Alegre aos 14 anos e se estabeleceu na Capital
trabalhando em toda a sorte de empregos, até ingressar na faculdade de
engenharia da Ufrgs. Aos 24 filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro,
fundado por Getúlio Vargas. No PTB organizou a “Ala Moça” e iniciou sua
trajetória militante, sendo eleito deputado estadual no ano seguinte,
em 1947. “Nós morávamos em uma pensão naquela época. Lembro que
almoçávamos e depois eu o ajudava a fazer os exercícios da engenharia”,
conta o ex-prefeito de Porto Alegre Sereno Chaise, amigo e parceiro
político de Brizola por mais de 50 anos, ao lado de quem ele fundou o
Partido Democrático Trabalhista (PDT).
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