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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

José Lins do Rego

José Lins do Rego nasceu no dia 3 de julho de 1901, no Engenho do Corredor, município de Pilar, na Paraíba, propriedade do avô materno, onde passou sua infância. Fato que se tornou memorável em suas obras, nas quais freqüentemente cita a vida no engenho, o autoritarismo dos senhores de engenho, e a decadência da estrutura econômica voltada ao ciclo da cana-de-açúcar, como ele mesmo intitulou. Foi criado até os doze anos no canavieiro, em meio aos resquícios da época das senzalas e do período glorioso das oligarquias rurais e ascensão da industrialização da cana com a chegada das usinas.
Partiu da pacata vida no engenho para estudar em Itabaiana (PB) e, logo após, terminou os estudos na capital do mesmo estado e publicou seu primeiro artigo de jornal aos 17 anos. Em 1918, mudou-se para Recife para cursar Direito pela Universidade de Recife, onde manteve contato com a elite cultural pernambucana, como: José Américo de Almeida, Olívio Montenegro e Gilberto Freire, o que influenciou bastante seu intelecto.
Em 1926 foi nomeado promotor público em Minas Gerais, mas preferiu ir para Alagoas ser fiscal de banco, onde conheceu outros autores, com os quais formou a Geração do regionalismo de 30. Tentou, sem muito sucesso, publicar seu primeiro romance, “Meninos de engenho”, até que uma editora aceitou, desde que José Lins arcasse com as despesas. O livro foi publicado em 1932 e esgotou-se rapidamente, além disso, venceu o prêmio de melhor romance da Fundação Graça Aranha e deu marco ao início da carreira literária do autor.
Foi reconhecido publicamente e no universo literário com suas obras sobre o canavieiro nordestino. Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi fiscal de imposto, porém, ligado constantemente ao mundo literário e jornalístico. Morreu em setembro de 1957 nesta mesma cidade.
José Lins do Rego faz de sua obra um ciclo, chamado de “ciclo da cana-de-açúcar”, que constam das obras: Menino de engenho, Doidinho, Bangüê, Moleque Ricardo e Usina. Ainda há o “ciclo do cangaço, do misticismo e da seca”, que compreende as obras: Pedra Bonita e Cangaceiros e os romances independentes: Pureza, Riacho Doce, Água-mãe e Eurídice.
O conjunto de obras de José Lins do Rego é um marco histórico na literatura, pois representa de maneira singular o declínio do Nordeste canavieiro, principalmente na obra Fogo morto.
Fogo morto
(…) Fé! Já o conheci de fogo morto. E nada é mais triste do que um engenho de fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério abandonado. Na bagaceira, crescendo, o mata-pasto de cobrir gente, o melão entrando pelas fornalhas, os moradores fugindo para outros engenhos, tudo deixado para um canto, e até os bois de carro vendidos para dar de comer aos seus donos. Ao lado da prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços. (…)
1957 – O escritor paraibano José Lins do Rego, pioneiro do romance social nordestino, morre aos 56 anos no dia 12 de setembro.
Por Sabrina Vilarinho

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