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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Caçador e caça - Por Jornalistas Livres

Querem cercar o índio, cercear, caçar. À bala, mataram mais um, emboscado entre nuvens, no chão da floresta, entre rios e bichos do mato.

Apavorados ficam o sentimento e as ideias do mundo, sem saber quando pára isso no país que chamamos de nosso. Qual é a cifra dos mortos indígenas após 519 anos, neste chão tão grande, que tantos querem por a mão e gana? Quantos corpos serão necessários, ainda, para dar fim à cota da conquista da terra alheia? Dois, três, quatro milhões?

Somos bárbaros, a fome da pátria livre não tem fim, Abapuru que se alimenta de homens, anemia refém de nossos erros.

Araribóia, a cobra brava, é terra distante dos índios Guajajara. Lá inventaram sua guarda, seu exército de guerreiros guardiões.  Em caça, tornou-se o caçador, abatido por tiro certeiro na ordem das coisas. Madeireiros invasores, gente barbuda e bárbara, que matam árvores e homens que se põem no caminho.

É morte o que querem, perversa aritmética.

Resta a dúvida de velho cacique dos índios Sioux, famosa carta de impossível compreensão aos incautos:

Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.

Imagens por Helio Carlos mello© – Jornalistas Livres

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