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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Sem meta ou proposta, Regina Duarte assume a pasta da Cultura sob enxurrada de críticas

A atriz Regina Duarte começa nesta quarta-feira (22) o teste no cargo de secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro. “Tivemos uma excelente conversa sobre o futuro da cultura no Brasil. Iniciamos um ‘noivado’ que possivelmente trará frutos ao país”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais.
Regina Duarte assume o cargo no lugar Roberto Alvim, que comandava a área havia apenas dois meses. Ele saiu após gravar e divulgar um vídeo seu com conteúdo nazista.
A líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), diz que a oposição, artistas e a sociedade sempre contestaram a extinção do Ministério da Cultura pelo seu caráter transformador e que não poderia ser “apêndice de outra pasta”.
“Quanto a Regina Duarte, não disse a que veio, sem meta ou proposta. Só a profunda identidade com Bolsonaro”, avaliou a deputada.
Segundo ela, o vínculo com Bolsonaro preocupa, mas a oposição seguirá vigilante, propondo políticas de cultura que tenham como base as liberdades de expressão, informação e pensamento.
“Estado não produz ou cria, mas precisa dar instrumentos para potencializar a riqueza cultural brasileira”, lembrou.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) ironizou as declarações da atriz sobre a necessidade de não existir ideologia na área.
“Principalmente a ideologia do ódio, nazista, responsável pela morte de milhões de pessoas, pregada por seu antecessor na pasta por e muitos apoiadores do governo Bolsonaro. Regina Duarte entrou num pântano em que será difícil não afundar”, afirmou o deputado.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também ironizou a nova secretária pelo fato da atriz ter homenageado São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, com uma foto de Santo Expedito. “E essa será a ministra da Cultura?”, questionou.
“Regina Duarte acaba de afirmar que inicia amanhã período de testes na Secretaria de Cultura. Ela disse, ainda, que está ‘noiva’ do governo Bolsonaro. Sai a estética nazista, entra a grotesca?”, disse a deputada Erika Kokay (PT-DF).
Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), o fato da atriz ter aceitado o convite de Bolsonaro revela muito sobre ela. “As máscaras caem. Quem tinha ‘medo’ no passado o perdeu para contribuir com um projeto que não se constrange de sua faceta corrupta e fascista”, diz o parlamentar.
Fonte: Portal BRASIL CULTURA

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